Capítulo 31

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Point off view Lexa

Em algum momento de sua vida você já se sentiu completa? Como se depois de uma longa e cansativa jornada a vitoria foi sua? Era assim que eu estava me sentindo agora. Era como se depois de tantos anos, eu estivesse liberta, mas não como um preso encarcerado ou pássaro engaiolado. Eu estava liberta de todas as minhas mazelas, dos meus fantasmas do passado, liberta de tudo que fazia mal. Há quem diga que sempre haverá alguém para nos salvar, e nos tirar de uma escuridão na qual você afirma ser impossível sair. Eu acreditava firmemente nisso, afinal Clarke era a prova concreta disso em minha vida.

- No que tanto está pensando? – perguntou minha esposa, enquanto me envolvia com seus braços. Eu fechei os olhos sentindo o toque leve de seus lábios em minha nuca, fazendo meu corpo inteiro arrepiar.

- Estava pensando em como você me salvou. – murmurei para ela.

Abri os olhos e encarei minha mulher que me fitava com uma expressão um tanto confusa. Soltei um sorriso para ela, notando somente agora que ela estava com uma taça de champanhe nas mãos. Com delicadeza peguei a taça de cristal em sua mão, tomando um gole do álcool contido nela.

- Salvei? – perguntou ficando a minha frente.

- Claro! Você me faz feliz agora, como eu nunca fui antes. Um sorriso largo rasgou o rosto da mulher, que me apertou mais contra seu corpo a ponto de ficar a poucos centímetros de sua boca.

- Você também me salvou, Lexa. - disse com os olhos conectados aos meus.

Eu jamais poderia colocar em palavras como era a sensação de olhar nos olhos de Clarke. Você sentia sua alma sendo sugada por aquela Iris azul oceano, como se ninguém pudesse impedir. Eles tinham um poder sobrenatural de me deixar totalmente perdida, e hipnotizada por ela.

- Você fez de mim alguém melhor. - ela completou.

Eu senti sua mão que estava repousada em minha cintura, subir lentamente pela linha de minha coluna, enquanto a outra repousava sobre minha nuca, fazendo um carinho leve com a ponta dos dedos. Eu fechei os olhos assim que Clarke encostou seu rosto ao meu, deixando-me sentir apenas sua respiração leve contra minha face.

Ela roçava seus lábios delicados pela linha de meu maxilar, até parar sobre minha boca.

- Eu te amo, Clarke. – sussurrei em um fio de voz.

Nossos corpos estavam tão próximos que facilmente eu poderia sentir os batimentos acelerados do coração de minha esposa. Clarke chupou meu lábio inferior lentamente, contornando a linha de minha boca com a ponta da língua.

- Eu também te amo, Lex. – sussurrou entre meus lábios.

Eu fechei as mãos envolta das madeixas loiras dos cabelos de Clarke, puxando seu rosto contra o meu. Saciando a vontade desesperada de seus lábios contra minha boca. Beijar Clarke era como se perder em um mar de sensações prazerosas, como viajar em uma hipnose sem fim. Sua língua se movia em uma sincronia perfeita com a minha, como se nossas bocas tivessem o encaixe único e perfeito. Eu sentia suas mãos me apertando contra seu corpo, em uma tentativa alucinada de nos fazer uma só. Quando o ar estava nos faltando, ela lentamente afrouxou seus braços em minha volta, fazendo nossos corpos se desgrudarem bem devagar.

- Eu poderia passar a vida inteira beijando você. – sussurrou contra minha boca, entre um sorriso largo.

- Só beijando? - perguntei maliciosa.

Caminhei devagar até a nossa cama sorrindo para ela, me sentei e tirei meus sapatos enquanto ela me olhava.

- Vai ficar só olhando? - Perguntei rindo.

Ela veio até mim tirando seus sapatos pelo caminho, um sorriso de canto pairava em sua boca quando ela se sentou ao meu lado e beijou a minha boca mais uma vez na noite, sorri entre o beijo e capturei seu lábio inferior o chupando com delicadeza, ouvi ela gemer e meu corpo se arrepiou com o som.

Point off view Clarke

A manhã seguinte ao nosso casamento começou perfeita, mesmo que nada fora do normal tivesse acontecido. O simples fato de tê-la ali ao meu lado, dormindo, linda como um anjo, já era o suficiente para me deixar bem. Sua maquiagem, embora mais fraca, se mantinha perfeita. Seus cabelos estavam soltos. O perfume de lavanda parecia fraco se comparado ao perfume natural que sua pele emanava. Ela estava tranquila, respirando devagar, e o movimento de subida e descida que o peito dela fazia era um pouco hipnótico. Mesmo inconsciente, Lexa parecia feliz, e aquilo fez com que eu sentisse uma paz de espírito tão grande que, de repente, me dei conta de que poderia passar o resto da vida ali, daquele jeito, assistindo-a não fazer nada.

Mas em algum momento ela acordaria. E quando isso acontecesse, eu queria estar preparada. Era engraçado como me sentia disposta a parecer a melhor esposa do mundo para ela, e igualmente engraçado era o fato de que eu achava que realmente podia ser. Eu havia prometido a ela - e a mim mesma - que cuidaria dela e da Madi para sempre, e sempre a faria feliz. Era uma das pouquíssimas promessas que eu havia feito a alguém algum dia, e seria talvez a única que eu realmente cumpriria. Contra a vontade, levantei-me da cama e caminhei até o banheiro para um banho morno, tomando cuidado para não acordá-la. Ela ainda dormia na mesma posição quando voltei ao quarto. Escolhi uma calça de moletom qualquer para vestir e recolhi do chão as nossas peças de roupa, esquecidas na noite anterior, saindo logo em seguida. Desci e preparei o melhor café da manhã que consegui, com sucos de maçã e morango, torradas, dois tipos de geléias, patê, chocolate e biscoitos de água e sal. Sentei na cozinha e comi distraidamente, tentando lembrar de todos os detalhes da nossa festa de casamento, mas só conseguindo lembrar sempre da mesma coisa: Ela.

E de como ela estava maravilhosa. E de como eu me senti ao vê-la caminhando para mim, me aceitando, aceitando ser minha. E de como tudo parecia girar em torno dela de uma forma natural. E de como eu a amava. Senti uma saudade boba de repente, como se estivéssemos longe há tempo suficiente. Coloquei em uma bandeja tudo que consegui com uma rosa ao lado e subi com ela para o quarto, sem pensar se Lexa já havia acordado àquela hora. Para minha felicidade, ela estava se espreguiçando em volta do edredom como um gato manso - e a melhor parte: completamente nua. Por um bom tempo tudo que consegui fazer foi admirá-la da porta, com a bandeja ainda na mão. Fiquei feliz quando ela não fez menção em se cobrir ao me ver ali.

- Bom dia. - Ela sussurrou contra o travesseiro, meio de bruços, me olhando com aqueles olhos verdes perfeitos.

- Ótimo dia. - Respondi, deixando a bandeja no colchão ao seu lado e beijando suavemente suas costas - Com fome, sra. Griffin?

Ela escondeu o rosto e soltou um riso baixo, mas suficientemente alto para que eu ouvisse e me apaixonasse ainda mais.

-Sim, estou. - Falou. - Minha esposa está me deixando com muita fome.

Eu não sabia por que tudo que ela dizia fazia com que eu me derretesse, mas ouvi-la se referir à mim daquela forma definitivamente me deixou mais boba do que nunca.

Beijei com suavidade o bico esquerdo, já levemente excitado. Ela riu baixo, e o som leve de sua gargalhada fez com que eu me sentisse um pouco mais feliz. Brinquei com a língua no outro seio, de uma forma ainda suave, e ela gargalhou outra vez. E toda vez que ela gargalhava eu sentia que a amava um pouquinho mais.

- Você está me deixando excessivamente romântica. - Falei ainda contra a sua pele, apoiando o queixo no peito dela e sorrindo sem motivo.

- A culpa não é minha se você está completamente apaixonada por mim. - Ela respondeu em tom de brincadeira.

- É claro que é sua. - Sorri para ela. - De quem mais seria?

- Sua, que se deixou levar pelos meus encantos.

Ri como uma pamonha apaixonada, sem ter nenhum argumento inteligente pronto.

Ela fez um pouco de força e me tirou de cima dela. Rolei para o lado e deixei que Lexa se levantasse, caminhando para o banheiro, e tudo que consegui fazer foi encarar o seu caminhado como uma adolescente apaixonada.

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