Capítulo 07

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Oi meus amores
Tudo bem?
Certo, a música é para ser tocada assim que eu avisar até o final do capítulo
Essa menina linda da mídia é Madison a menina que está com câncer.
Preparem os lencinhos

           7 meses   27 a 30 semanas

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           7 meses   27 a 30 semanas

Um mês depois

29 semanas e 4 dias

Sabe quando você era uma garotinha e acreditava em conto de fadas? Aquela fantasia que sua vida seria - o vestidinho branco, o Príncipe Encantado que iria te carregar até o castelo. Você se deitava na cama à noite, fechava os olhos e acreditava piamente em tudo. No Papai Noel, na Fada dos Dentes, no Príncipe Encantado - eles tavam tão perto de você que dava para sentir o gostinho deles. Mas aí você cresce e um dia você abre os olhos e o conto de fadas desaparece. A maioria das pessoas acaba então se dedicando às coisas e as pessoas que confiam. Mas o lance é que é difícil se desprender totalmente de um conto de fadas porque quase todo mundo tem um tiquinho de fé e esperança que um dia eles vão abrir os olhos e tudo aquilo vai se tornar realidade.

A realidade pode ser dura, temos que nos adaptar a realidade todos os dias, aquele em especial, parecia que o conto de fadas tinha mudado, a princesa fora sequestrada pela bruxa má e o céu desabava em cima de todos. Mostrando que o conto de fadas é só mais uma historinha para crianças.

O dia estava chuvoso, comum para a cidade de Seattle. Mas aquele dia tinha uma certa melancolia, parecia que o céu estava chorando por alguma coisa.

A dra. Grey me designou um caso raro de mieloma múltiplo que foi detectado. Uma criança de seis anos foi diagnosticada com a doença, que tem maior incidência em pessoas com mais de 65 anos. Até o momento não saberiam o que fazer, pois ela é a primeira criança diagnóstica com esse câncer. De acordo com a IMF (International Myeloma Foundation Latin America), este é o primeiro caso registrado de mieloma em crianças. Antes disso, havia o registro de uma mexicana de 14 anos com a doença.

O estudo publicado em uma revista científica afirma que o diagnóstico foi feito após a criança se queixar de uma dor lombar. Os exames comprovaram que além da inflamação em uma vértebra da coluna, ela apresentava anemia grave. A médica que a atendeu desconfiou dos sintomas e pediu exames específicos que comprovaram o câncer: mieloma múltiplo.

Depois de vários e vários exames e cirurgias a menina está aqui para cuidados específicos, não há nada mais o que podemos fazer, sua mãe já está aqui esperando pela hora dela. Eu como todos os outros estou aqui para cuidar dela e de tudo que ela precisar, preciso de todo meu autocontrole para não chorar quando cheguei ao quarto da pequena menina de olhos doces.

Cheguei a porta do quarto dela e encontrei-a sozinha no quarto. Perguntei pela mãe.

- Onde está sua mãe pequena?

A resposta que recebi não consigui conter em vivenciar profunda emoção.

- Tia - Disse-me ela - Às vezes, minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas eu não tenho medo de morrer, tia. Eu não nasci para esta vida!

- E o que morte representa para você, minha querida? - Indaguei para ela.

- Olha tia, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é? (Lembrei de quando era pequena, eu e Anya íamos para a cama dos nossos pais)

- É isso mesmo.

- Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei “entupigaitada”, [adjetivo
que se entupigaitou; atrapalhado, embaraçado, confuso, mudo.] não sabia o que dizer. Chocada com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.

- E minha mãe vai ficar com saudades - emendou ela.

Emocionada, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:

- E o que saudade significa para você, meu amor?

Saudade é o amor que fica!

Fiquei em choque, como aquela criança já tinha a maturidade de descrever uma palavra tão difícil de ser sentida, uma dor dilacerante. Chequei mais uma vez o seu IV e depois sentei na poltrona perto da cama.

- Tia estou com sono. - Bocejou. - Você cantaria pra mim dormir? Minha mãe canta para eu não ter pesadelos.

- Posso sim meu amor.

- Deita aqui comigo, tia. - Pediu e eu deitei a puxando para meu peito. - Você está grávida, o nenê está chutando.

- Estou sim meu amor. - Falei. - Uma linda menina igual você.

- Tia, eu sei que nem te conheço e logo vou morrer, você poderia colocar meu nome na sua bebê? - Segurei o choro. - Eu me chamo Madison, faz isso por mim, tia.

Acariciei sua cabeça, carequinha e assenti. Logo começando a cantar a música que veio a minha cabeça.

Play na música agora

- I can hold my breath
I can bite my tongue
I can stay awake for days
If that's what you want
Be your number one. - Comecei baixo. - I can fake a smile
I can force a laugh
I can dance and play the part
If that's what you ask
Give you all I am. - Cantei - I can do it
I can do it
I can do it. - Ela suspirou em meu peito. - But I'm only human
And I bleed when I fall down
I'm only human
And I crash and I break down
Your words in my head
Knives in my heart
You build me up and then I fall apart
'Cause I'm only human. - Um soluço me escapou. - I can turn it on
Be a good machine
I can hold the weight of worlds
If that's what you need
Be your everything. - Mais um soluço. - I can do it
I can do it
I'll get through it. - Senti um chute forte. - But I'm only human
And I bleed when I fall down
I'm only human
And I crash and I break down
Your words in my head
Knives in my heart
You build me up and then I fall apart
'Cause I'm only human. - Uma lágrima solitária escapou. - I'm only human
I'm only human
Just a little human. - Várias outras lágrimas molhavam minha face. - I can take so much
Until I've had enough. - Meu rosto estava banhado em lágrimas com toda a emoção que estava sentindo. - 'Cause I'm only human
And I bleed when I fall down
I'm only human
And I crash and I break down
Your words in my head
Knives in my heart
You build me up and then I fall apart
'Cause I'm only human.

A pequena menina em meu peito ressonava, seu peito subindo e descendo com a respiração baixa. A calma transparecia em seu ser, queria ter essa calma e essa certeza que ela tem que vai ficar tudo bem com a sua morte.

Madison a pequena que se tornou meu anjo. Meu pequeno e sábio anjo da guarda, a pequena estrela que estará nos céus para me guiar com sabedoria.

Na volta para casa o céu estava escuro e a chuva estava forte como o choro que eu estava segurando a tempos atrás, mas a minha fé estava estabelecida por toda a fé da pequena menina do quarto 312, na ala da pediatria do Seattle Grace Hospital.

Ao final de um dia, a fé se torna uma coisa engraçada. Ela aparece quando você menos espera. É como se, um dia qualquer, você percebesse que o conto de fadas é um pouco diferente do seu sonho. O castelo pode não ser bem um castelo. E que não é tão importante ter um "felizes para sempre" e sim um "felizes nesse  exato momento". E, uma vez ou outra, as pessoas podem até te deixar sem fôlego.

Errors and hits (Clexa Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora