1.3 MoonReaper

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Quando eles chegaram na divisória entre a área dos hotéis e as arvores, tudo parecia normal. Miguel olhou para frente e viu um grupo de arvores altas, de troncos grossos e com a folhagem coberta por um pouco de neve.

Mas tudo mudou quando eles atravessaram a primeira linha de arvores. As sombras pareceram se alongar mais do que o normal e se tornaram muito, muito mais escuras que o normal, como se estivesse devorando qualquer luz que existisse ali.

O ar também ficou mais pesado, como se forçasse o grupo a lutar por cada arfada de ar necessária para respirar enquanto as arvores assumiam uma forma mais assustadora, como a de filmes de terror.

Um brilho dourado nasceu no centro do grupo deles, acertando todos com um calor reconfortante e calmante. Miguel e Oduwake se viraram e olharam para a Irmã Sicília que parecia estar com os olhos fechados rezando.

- Isso sim é uma habilidade útil. – Oduwake comentou em voz baixa enquanto dava um aceno de cabeça.

Em volta deles toda a presença demoníaca que os tinha suprimido inicialmente estava desaparecendo, afetada pela luz que era irradiada pelo corpo da Irmã.

- Não é uma habilidade, mas sim uma benção celestial. – O Bispo Michele falou orgulhosamente enquanto fazia o sinal da cruz.

O velho negro assentiu e se virou olhando em volta. Seus olhos ainda estavam cobertos pela venda, mas ele conseguia ver coisas que muitos outros não podiam ver normalmente. Respirando fundo, ele começou a balançar seu lampião portátil, a fumaça roxa se movendo em espiral em volta dele enquanto ia se espalhando e se afastando do grupo.

Ele começou a sussurrar palavras a muito esquecidas pela raça humana que habitava nos tempos modernos na Terra. Ao lado dele, os quatro membros dos Templários franziram um pouco suas testas. A Ordem deles não era muito receptiva para a magia já que ela era uma força que não vinha naturalmente da humanidade e nem tinha sido entregue aos humanos pelos Guardiões como a Benção que a Irmã estava usando.

Alheio aos sentimentos conflituosos daqueles a sua volta, Oduwake continuou andando enquanto fazia sua fumaça roxa se espalhar em todas as direções. De repente ele parou de andar e os outros a sua volta fizeram o mesmo.

Miguel, que conhecia o velho há mais tempo, concentrou sua Aura no anel de ouro com a pedra de rubi enquanto olhava desconfiado em volta. Assim como suspeitava, ele captou pelo canto do olho um movimento entre algumas arvores.

No entanto, ele não foi o único que percebeu aquele sutil movimento. Os dois cavaleiros dos Templários se viraram cada um em uma direção e sacaram suas espadas de lâmina larga enquanto traziam sua Aura à tona.

Um deles, Sir Edmundo, tinha uma Aura incolor que cobria uniformemente o corpo e a arma de seu dono enquanto o outro, Sir Maximilian possuía uma Aura de um dourado esbranquiçado, uma clássica influência de uma Aura de Elemento da Luz.

Assim que a aura do cavaleiro do elemento luz se ergueu iluminando mais ainda os arredores, a silhueta de um homem usando uma jaqueta escura com capuz cobrindo o rosto ficou visível.

Uma aura demoníaca e maléfica emanou daquele homem enquanto ele saltava para frente sacando uma faca de lamina ondulante totalmente tingida de vermelho escuro. A própria faca parecia emanar uma Aura própria, sanguinária e errada.

Assim que o homem saltou para fora da proteção da arvore onde estava se escondendo, uma segunda silhueta se moveu pelo outro lado investindo em direção a eles.

Os cavaleiros Templários agiram rapidamente. Suas Auras muito mais espessas que a de seus adversários fizeram com que eles se movessem muito mais rápido. Seus golpes foram precisos e mortais, eliminando os dois sujeitos que saltavam contra eles sem nenhuma dificuldade.

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