capítulo 34

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POV MACARENA

A porta do elevador se abriu e eu pude ver a porta do apartamento aberta, notei cacos de vidro ao me aproximar e meu único pensamento foi nela.
Entrei desesperadamente chamando por ela e quando o pânico atingiu minha mente e a lágrimas escorreu, eu então pude ouvir a sua voz. Bárbara me envolveu em um forte abraço enquanto deixa as lágrimas rolar, estava com a parte de cima de seu pijama rasgado e os seios a mostra.

- Ei, meu amor. Tá tudo bem, eu estou aqui com você – tentei tranquilizá-la.

- Eu... Tive... Tanto medo – ela disse em  meio a soluços – Eu... eu gritei, mas... mas ninguém me ouviu – ela então segurou em minha jaqueta, como que num ato de desespero, tentando se explicar – Eu tentei, eu juro... eu juro que não queria, acredita em mim, eu que ela me tocasse, amor, eu juro, eu juro! – ela parecia em choque.

- Ei, ei! Olha pra mim – pedi, tomando seu queixo para que olhasse em meus olhos – Você está bem? – Bárbara assentiu soluçando – Te fizeram algum mal? – ela negou – Então agora eu vou cuidar de você. – a informei

- Mas... – tentou dizer mas eu a impedi.

- Primeiro você. Depois o resto – eu disse dando um beijo em sua testa, Bárbara se assustou um pouco, mas permitiu o contato – Agora você vai tomar um banho, vai comer algo e vai descansar. Quando estiver melhor você me conta o que aconteceu, ok? – perguntei.

- Ok! – ela respondeu.

Fechei a porta do apartamento, tomei Bárbara em meus braços e a levei para o banheiro e coloquei a banheira para encher. Coloquei alguns sais de banho relaxante e um óleo aromatizante para ajudá-la a relaxar, depois de convencê-la de que eu não iria deixá-la sozinha, fui até a sala limpar toda a bagunça.

Lembrei do momento em que cheguei e encontrei minha mulher no chão da sala, em meio a cacos de vidro e com sua roupa rasgada numa clara cena de violência, me deixou triste e eu não pude conter as lágrimas que insistiam em cair enquanto limpava toda a bagunça. Fui até a cozinha e preparei um café da manhã leve, apenas algumas frutas, torradas e iogurte.

- Macarena, está aí? – ouvi a voz de Bárbara me chamar.

- Sim meu amor, estou aqui. Num instante vou. – respondi

Recolhi a bandeja de café da manhã e fui até nosso quarto, coloquei a bandeja encima da cama e fui até o banheiro, parei na porta do banheiro e fiquei em silêncio, observando-a. Bárbara estava com a cabeça apoiada na banheira, olhando para o teto e lágrimas rolavam pelo seu rosto e aquilo me doía tanto, tanto. A dor que era dela, também era mim e eu só queria curar-la, só quero colocar-la em meu colo e a proteger de tudo e todos. Agradeci aos céus por ela estar chorando, por ela estar tirando essa dor de dentro dela.

Ali perdida em pensamentos, olhando aquela triste linda mulher na banheira, uma pergunta me veio a mente: Quem fez isso com ela?. Imediatamente Gonçalo veio a minha cabeça, não seria a primeira vez, ele já foi violento no início do meu relacionamento com Bárbara e outras quantas na minha frente e então outro pensamento me ocorreu: Eu ia enterrar esse merda. Ele iria implorar pela sua vida e iria se arrepender do dia em que ousou tocar em minha mulher. Fui tirada dos meus pensamentos pela voz de Bárbara, que estava ainda mais rouca que o normal  devido ao choro.

- Maca! – ela falou em um tom um pouco mais alto.

- Estou aqui com você. – eu disse e com um pequeno susto ao ouvir a minha voz ela me olhou. Caminhei até ela e me agachei ao lado da banheira. Coloquei uma de minhas mãos dentro da água procurando as suas, com a outra limpei as últimas lágrimas que caíam – Eu amo tanto você. – ela abaixou um pouco o rosto e seus lábios encontraram a palma de minha mão.

Minha MetadeOnde histórias criam vida. Descubra agora