capítulo 46

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POV MACARENA

Dentro de uma sala escura, oculta por um espelho que ninguém pudesse ver, estávamos eu e Bárbara.

Sentia a todo o tempo as mãos de minha mulher acariciar meu braço, tentando me dar a calma e a paz que eu tanto precisava e que de alguma forma ela agora havia encontrado. Meu porto seguro... É isso que ela é!

Fernanda aguardava do outro lado do espelho de forma mais dissimulada a presença do investigador que tomaria seu depoimento.

O delegado permanecia conosco a todo o tempo e nos avisou que possivelmente colocaria a mim e a minha Barb de frente com a cacheada na sala ao lado.

- Senhorita Fernanda? - entrou o investigador na sala, atraindo a atenção da mulher - O advogado que a senhora solicitou está aqui - o advogado entrou na sala e se sentou ao lado de sua cliente.

- Quanto tempo vai durar essa palhaçada? - perguntou fernanda a seu advogado.

- Isso depende da senhorita - respondeu Bruno - Podemos começar? - perguntou o grisalho .

- Que seja breve. Quero voltar para minha casa o quanto antes. - respondeu a mulher impaciente.

- Onde a senhorita estava na noite em que a senhorita Achaga foi atropelada?

- Na casa dos meus pais. - respondeu segura a cacheada.

- A senhorita quero que veja umas imagens. - disse Bruno.

Logo ele reproduziu as imagens na tela que haviam posto na sala de interrogatório unicamente para isso.

A cara de espanto da mulher foi cada vez maior quando viu seu rosto se projetar na tela de forma cada vez mais ampla, cada vez mais nítido.

- O que é tudo isso!? - perguntou ela exaltada.

- Eu é quem faço as perguntas senhorita! - Bruno tinha o mesmo tom de voz - E então? Diante dos fatos a senhorita vai continuar negando? - o grisalho se voltou para o advogado da mulher alí presente e disse: - Acho melhor o senhor instruir bem a sua cliente, porque as coisas podem ficar feias pro lado dela. - disse Bruno sério e ameaçador.

Os minutos em que Fernanda e seu advogado falavam foram longos. Minha impaciência aumentava.

Bárbara está agora na minha frente apoiando seu corpo no meu corpo, ansiosa também para que as palavras saíssem da boca da mulher. Eu a admirava por completo, sua força, seu temperamento, seu caráter, suas virtudes, seus defeitos. Tudo nela.

- A senhorita reside com seus pais a quanto tempo? - a voz de Bruno se fez presente novamente.

- A alguns meses - respondeu ela

- Mas precisamente quando? - enfatizou o homem.

- Uns quatro meses mais ou menos. Não sei dizer ao certo. - respondeu a cacheada.

- E onde vivia antes disso? - perguntou o grisalho concentrado em suas anotações.

- Na cidade. - bufou ela.

- Especificamente aonde?

- Eu tenho um apartamento aqui na cidade e era lá que eu morava antes de voltar pra casa dos meus pais. Algum problema nisso? - perguntou irritada.

- A senhorita é fotógrafa, correto? -Fernanda assentiu - Responda sim ou não, senhorita. -pediu.

- Sim. Sou fotógrafa.

- Soube que a senhorita fez algumas fotos da senhorita López. A senhora confirma? - perguntou.

- Sim. Bárbara é uma... uma... uma amiga. Crescemos juntas. - respondeu ela.

Minha MetadeOnde histórias criam vida. Descubra agora