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Sina

24 de maio de 2018....
(presente)

eu estava perdida, na Alemanha.... e de novo, completamente perdida, o avião tinha pousado a pouco tempo atrás, havia sido um voo conturbado e ele tinha atrasado e isso tudo levou a quase dois dias de viagem, mas eu não me importava muito, eu iria consertar as coisas e ficaria tudo bem, eu acho.

não tinha nem ideia de como e por onde começaria, quando eu falava de ir à Alemanha eu pensava que teria Noah, aqui, sozinha, eu estava completamente perdida, não sabia onde acharia nada e as pessoas me olhavam com dó devido ao fato de que eu estava parada lá com cara de paisagem, eu não tinha ninguém que pudesse vir me buscar, peguei o endereço que Josh havia me dado e indiquei para o taxista, em minutos ele pariu em frente a um cinema meio velho.

- tem certeza que é aqui moça?

- tenho - eu dizia mas nem eu acreditava, sai do táxi lhe entregando o dinheiro e pude ver o carro se afastando

ali me parecia ser uma rua tranquila, pessoas andavam tranquilamente rindo e se divertindo, queria estar como elas, antes que eu pudesse pensar mais peguei minhas malas desajeitadamente e fui em direção a entrada do cinema, me sentia uma idiota e provavelmente todos que me olhavam estavam pensando a mesma coisa, quem em sã consciência acaba de sair de um avião e vem para o cinema? me perguntava isso e antes que eu pudesse pensar numa respostas eu me vi trombando com uma senhora.

- meu deus, me desculpe - eu dizia

- tá tudo bem, estou velha mas não é pra tanto - ela dizia sorrindo e eu sorri de volta - cinema a esse horário?

- eu estava procurando por um amigo, sinto que acabei de fazer a maior loucura por ele

- ele sabe que está aqui?

- não, na verdade não conversamos há meses, esperava que se eu viesse aqui pudesse concertar as coisas

- então você não tem lugar pra ficar nem nada?

- não, como eu disse, maior loucura - eu dizia suspirando

- vejo, eu sei que não é recomendável confiar numa velha na rua, mas quer que eu te ajude? - ela perguntava

- ah.... eu sinto que não tenho nada a perder

- venha, eu te ajudo com essas coisas - ela dizia enquanto me ajudava com as malas - minha confeitaria fica daqui alguns minutos

- tem certeza que eu posso ficar por lá?

- tenho, temos um quarto reserva, aliás, Mary, prazer

- prazer, Sina

- eu já ouvi esse nome antes, só não me lembro da onde - ela dizia fazendo um olhar curioso

- estranho, não é muito fácil encontrar pessoas com o mesmo nome que eu - dizia rindo

- realmente, devo ter confundido, vamos?

- sim

era estranho estar indo ficar na casa de uma completa estranha, qualquer um, qualquer amigo meu diria que eu estava louca, e talvez eu estivesse mesmo, mas algo me dizia que eu deveria confiar nela e foi isso que eu fiz, pensei por dois segundos que esse negócio de fé cega do Josh pudesse estar afetando meus neurônios mas eu não tinha muita escolha, ou era ela ou dormir em uma das cadeiras daquele cinema.

quando entramos aquilo parecia uma confeitaria, era bonita e delicada, me transmitia uma sensação agradável e um cheiro delicioso pairava no ar fazendo minha barriga roncar, estava há algumas longas horas sem, eu dormi o voo todo e infelizmente não havia ninguém para me acordar falando da comida, eu definitivamente odiava estar sozinha em viagens.

- está com fome? - Mary perguntava

- um pouco, não comi nada desde que entrei naquele avião

- vocês jovens vivem inventando de não comer, venha, eu acredito que os pãezinhos estejam prontos para sair do forno

entramos em uma sala decorada que eu deduzia ser a sala dela, era linda, tinha detalhes por todos os lados e me fazia pensar por quanto tempo ela havia planejado aquela casa, olhando pela decoração, um bom tempo eu diria.
após alguns minutos ela colocou os pães na mesa e ao comer eles eu senti um gosto maravilhoso, aquilo era o paraíso em forma de pão e eu não estava brincado.

- meu deus

- bons não? - ela perguntava sorrindo

- literalmente o melhor pão que eu já comi na vida toda - eu dizia apreciando o mesmo

- todos dizem isso, quer saber o segredo? muita dedicação, gosto do que faço

- eu espero que eu possa dizer a mesma coisa em algum tempo

- sinto que você vai conseguir realizar tudo que quiser, só precisa confiar em si mesma - ela dizia pegando em minhas mãos

- obrigada, espero que consiga mesmo, eu tenho feito tanta besteira

- isso tem a ver com o seu amigo?

- sim..... e muito - eu dizia suspirando fundo

- você veio para consertar as coisas não? - ela perguntava e eu assentia - então isso que importa, não fique presa ao passado

- eu só não sei como fazer isso, eu não tenho nem ideia de como falar com ele, depois de todo esse tempo

- como faria normalmente?

- eu escreveria uma carta

- então acho que já tem uma ideia de como começar - ela dizia sorrindo - tem papel e caneta na gaveta ali, o quarto de hóspedes fica a primeira porta à esquerda, já tem tudo separado, qualquer coisa me chame

- ah, Mary, obrigada por me deixar ficar

- não há de que

dito isso ela saia em passos silenciosos, peguei o papel e caneta que ela havia dito e após pensar um pouco comecei a tirar das costas um peso que estava carregando a um bom tempo, eu estava feliz de finalmente conseguir me abrir daquele jeito, haveria um tempo em que sentiria vergonha ou não teria coragem, mas aquela não era mais eu, e felizmente eu conseguia agora ver que viver com medo não er a solução para nenhum dos meus problemas.

eu não terminei a carta, deixei para terminá-la no dia seguinte, amanhã seria um dia especial, completavam-se seis anos da minha amizade com Noah, me pelo lembrando do que fizemos ano passado e sorrio com a memória, mas ao mesmo tempo eu conseguia sentir meu coração afundar em meu peito.

eu tinha que achá-lo, amanhã.

————

aí deus to ansiosa, último capítulo vindo
eu já tenho a minha próxima fic, vocês querem que eu poste já ou que eu termine essa primeiro?

bjuss e vai leitura
- marii💖

𝐝𝐞𝐚𝐫 𝐛𝐞𝐬𝐭 𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 » 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora