𝐝𝐞𝐚𝐫 𝐛𝐞𝐬𝐭 𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 » 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭

041

Noah

10 de agosto de 2018...
(continuação)

após um longo voo eu estava lá, onde tudo começou, não exatamente, mas onde um parte da nossa amizade havia sido construída, de verdade não esperava vê-la quando entrei no apartamento, eu ainda estava me preparando como seria quando nos encontrássemos novamente, mas o destino gostava de brincar com as coisas e fez do jeito mais espontâneo possível.

- Sina.... - era praticamente a única coisa que eu conseguia dizer

- c-co.... como você está aqui?

- peguei um voo - eu dizia tentando não deixar o clima tão pesado

- eu vou embora

- não, não vá por favor - eu dizia segurando a mesma pelo braço - precisamos conversar

- eu não tenho nada pra conversar com você, já sei de tudo que tinha que saber

- não, você não sabe, eu li as suas cartas, as que você me mandou quando eu estava fora, eu li todas elas

ela não respondeu, apenas deu uma risada irônica que ecoou pelo lugar já que estava vazio, sua expressão estava fria e ela parecia com raiva, o que era compreensível devido a tudo que ela estava pensando sobre as cartas não terem sido respondidas.

- você jura Noah? - ela dizia ironicamente - jura que você leu tudo? agora deve ter certeza do quão patética eu sou

- não, nunca disse nada disso...

- o quão idiota você pensa que eu sou? você e a sua namorada? eu devia ter percebido isso a tempos mas eu era muito cega, muito burra, meu deus como eu pude ser tão burra, pensar que você podia corresponder algum sentimento meu - ela dizia ainda rindo e inconformada, eu não entendia o porque de ela estar tão revoltada assim

- do que você tá falando?

- eu era apaixonada por você Noah - ela dizia praticamente gritando - chegava a ser estúpido

- você gostava de mim?

- pode parar de fingir, eu sei que você sabe, e sei que não se importa, sei que pouco se importa comigo e com o que eu sinto

- é isso o que pensa? - suas palavras começaram a me machucar, eu sei que havia errado com ela, mas desde quando eu era esse monstro? ela respirava fundo antes de responder

- sim, é isso que penso

- eu vim até aqui pra falar você, me resolver com você.... - eu era interrompido por ela

- incrível, incrível, você quer um oscar de melhor atuação? eu acho que deveria trocar de curso porque se sai perfeitamente bem como ator, mas quer saber? eu cansei, não sou mais aquela burra que ficava correndo atrás de um babaca que não dava a mínima pra ela

- desde quando se tornou assim? - eu dizia ainda chateado e me esforçando para entender a situação

- assim como? corajosa? uma pessoa que não tem medo de falar? é disso que tinha medo não? de que um dia a princesinha aqui pudesse finalmente abrir a boca, essa sou eu, essa sempre fui eu Noah, eu só tive muito medo de fazer alguma coisa sobre, sempre tive muito medo, mas eu consegui superar isso, sozinha, eu não preciso de ninguém para fazer as coisas pra mim como Lena fez com você

- como? - eu respondia em choque com o que ela tinha acabado de dizer

- isso que você escutou, você precisou dela pra "realizar seus sonhos", foi patético Noah, assim como você disse que eu era uma idiota você foi também, nem pra você ter corrido atrás de uma bolsa ou ter ajudado seus pais, no momento em que ela ofereceu você aceitou como um criança aceita doce, foi ingrato e abandonou seus pais por puro egoísmo

- não acredito que esteja falando essas coisas, você não é a Sina que eu conheço

- a Sina que você conhece não existe há um tempo desde que fez ela ver o quão burra era, não é o dono da verdade Noah, é apenas um babaca que só sabe brincar com os sentimentos dos outros, viu, eu também posso falar as coisas como se fossem nada, porque foi exatamente como fez, foi insensível - ela fazia uma pausa e voltava a falar - volte pra Alemanha, volte pra onde nunca deveria ter saído e viva uma vida feliz lá com Lena, vocês se merecem

- tem certeza disso?

- eu nunca tive mais certeza - ela dizia estendendo minha mão e me entregando seu colar de morango e as chaves do apartamento - pode ficar com isso, eu não vou mais precisar, adeus Noah.

dito isso ela batia a porta do apartamento me deixando sozinho lá, eu não sabia o que pensar, ela havia sido baixa, extremamente baixa, me disse coisas horríveis e por mais que eu tivesse errado com ela, eu fiz tudo aquilo para que Lena não a machucasse no final, isso não era justificável, mas nem ela ter me dito tudo aquilo era, eu queria explicar tudo a ela, queria poder abrir meu coração e dizer tudo que se passava nos últimos meses, queria contar sobre Mary, meu professor e o cinema que agora era um dos meus lugares favoritos.

mesmo mal e chateado eu fui para minha casa e antes de entrar na mesma pude ver a luz do quarto de Sina acessa, mas não olhei duas vezes, respirei fundo e bati na porta sendo recebido com abraços de meus pais e vários "porque você não avisou que viria?", após responder tudo isso fui em direção ao meu quarto, sentia falta dele, sentia falta de casa e principalmente dos velhos tempos.

me sentei na beira da minha cama e dedilhei meu violão, não era assim que eu planejava passar o dia da minha volta, eu esperava conseguir falar tudo pra Sina e conseguir seu perdão, mas depois do que ela havia me dito, nem eu sabia mais se eu deveria voltar a falar
com ela.

- não acredito que não me avisou que estava de volta - Joalin dizia me abraçando forte

- senti sua falta maninha

- eu também seu idiota - ela falava bagunçando meu cabelo - não acredito nisso, você está aqui realmente, Sina já sabe?

- podemos não falar sobre ela?

- mmm..... - ela dizia sentando ao meu lado - conta, o que aconteceu?

expliquei tudo a ela, a mesma ficou surpresa e eu não sabia distinguir qual era o sentimento dela naquele momento, o clima não estava pesado mas não estava leve e pude sentir Joalin ficar incomodada a cada palavra que eu falava a ela.

- ela disse isso? - Joalin me perguntava com uma expressão brava

- sim....

- não acredito nisso - ela falava indo até a escrivaninha - eu não acredito que a Sina pode dizer isso e..... Noah, esse não é o colar que deu a ela?

- é, ela devolveu ele e a chave, disse que não ia mais precisar deles

- já chega, isso não vai ficar assim - minha irmã dizia saindo do quarto

- Joalin, o que vai fazer? - eu dizia enquanto via a mesma descer as escadas numa velocidade que nunca achei que fosse possível, em questão de segundos estávamos na frente da casa dos Deinert Beauchamp.

isso não podia ir bem, não mesmo.

——🌙 ——

eu sinto cheiro de merda vindo...
se o capítulo tiver cinquenta comentários e cinquenta estrelinhas eu posto mais um.

bjuss e boa leitura
- marii💖