XIV

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Beijokas no coração e boa leitura.

Toda manhã anuncia um futuro. Quando o sol desponta por trás dos arranha-céus, cobrindo os prédios de uma cidade de rubro-ouro. Ou quando reflete apenas dourado nas águas ondulantes de um oceano. Mesmo quando lentamente desponta por trás de uma montanha, fazendo a escuridão recuar, cobrindo os campos de trigo com luz, que se erguem para receber o calor.

Os humanos não percebem o quanto é mágico essa rotação. A intensidade e a força, a vida e a morte que compõem a explosão ordenada de uma estrela. Deveriam se levantar de suas camas, sair de suas fabricas e contemplar sem precedentes.

Toda manhã, a magia se fortalece, levando calor através do tempo e além dele. De uma forma impossível e sobrenatural o disco solar de Thórun se acende. É de repente, fazendo os olhos arderem e as bocas sorrirem, porque mais uma vez, estão vivos! Não importa em qual mundo você viva. Toda manhã, anuncia sua vida. Às vezes, a manhã chega para anunciar a morte e é por isso que todas as outras devem ser admiradas.

Nefertari teve um sobressalto despertando entre dois corpos quentes. O grito vinha de fora e a claridade cinzenta do inverno chuvoso já transpassava as janelas. Apertou os olhos estranhando o ambiente, enquanto tentava distinguir a voz cheia de dor que preenchia seus ouvidos com lamúria.

- Nefer! - gritou beirando ao desespero.

Tropeçou no lençol, procurando algo para vestir e quando o fez, Anpu já atravessava por um portal com Hadan na sua retaguarda. Ela foi a próxima a atravessar e, de longe avistou Nefer sobre a plataforma leste. Em seus braços estava o corpo de Niala, mesmo de longe ela podia ver o livor da morte.

Ele estava sobre os joelhos, os braços envoltos no corpo desfalecido beirando o rigor. Seu ombro sustentava o rosto imóvel e ferido. Nefertari engoliu seco, podia sentir o coração dele partir em milhares de pedaços. Não compreendia como ele podia amar aquela criatura amarga e egoísta, mas sabia que o amor seguia seus próprios caminhos.

As vezes o amor não é bonito, não é justo, mas isso não o torna mentira. Niala estava quebrada, imóvel, suja e sangrando. Não era uma visão agradável. Ela se aproximou e se ajoelhou diante dele. Sentiu sua dor e seus olhos se entristeceram, compadecendo-se pelo amigo.

- Eu sinto muito.

E era verdade, sentia por ele. Suportaria Niala pelo tempo que precisasse, só para não o ver assim.

- O que aconteceu? - Anpu questionou.

- Eu não sei, acho que se jogou. Procurei ela ontem, por todos os lugares e não encontrei. Quando o dia amanheceu, encontrei um bilhete em baixo da minha porta. Eu corri, mas já tinha passado muito tempo.

Sua expressão era de dor e ele colocou o corpo delicadamente sobre o chão.

- Ela me avisou, porque sabia que eu seria o único a chorar sua morte - disse perdido enquanto se colocava em pé.

- Nefer! Nenhum de nós vai se alegrar com a morte dela e rir da sua dor - Hadan falou com carinho.

- Eu sei, são bons demais para isso. Deram a ela mais chances do que merecia, ainda assim ela preferiu se tornar uma daquelas criaturas a viver ao meu lado sem poder - Ele contorceu o rosto com raiva e dor.

Caminhou sem direção, os ombros baixos indicavam todo seu sofrimento.

- A onde você vai?

- Eu não posso fazer isso Anpu, ela achou que eu poderia, mas não posso. Queimem o corpo como manda a lei, eu vou ficar bem.

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