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É claro que mamãe não estaria em casa àquela hora. Sua confeitaria fazia tanto sucesso que dificilmente ela voltava para casa antes das seis da tarde e com o chofer de Taehyung, chegamos à minha residência muito antes disso.

Acendi as luzes tendo meu marido ─ argh, isso ainda é muito estranho! ─ Em meu encalço. Nós tiramos os sapatos antes de entrar e ele pediu licença enquanto atravessamos a sala para o meu quarto.

─ Como é sua primeira impressão de uma casa humilde? ─ Indaguei, sem perder a oportunidade de brincar.

─ Eu esperava mais. ─ Afirmou. Eu me virei para ele, levemente ofendida, mas ele gesticulou com as mãos em negação. ─ Não foi isso que eu quis dizer! É que eu pensei que por você estudar no melhor colégio privado da Coréia, você fosse rica. Sua casa é linda e bem arrumada. É legal porque ela é pequena e você e seus pais devem se ver todo dia.

─ Minha mãe se divorciou do meu pai quando eu ainda era criança. Meu pai tem bastante dinheiro, então ele quis que eu fizesse o ensino médio nesse colégio para filhinhos de papai. ─ Justifiquei.

─ Ah, sinto muito pelo divórcio dos seus pais.

─ Até ontem você não pensava assim quando ameaçou se divorciar de mim, né? ─ Provoquei.

Desculpem pelo senso de humor. Não consigo levar assuntos sérios a sério.

Quanto sério!

─ Foi uma situação completamente diferente! Você era uma completa estranha, e nós não tínhamos nenhum vínculo emocional! ─ Taehyung explicou, acrescentando seus argumentos com muita sabedoria. ─ Mas agora, nós nos conhecemos em um café e eu te entreguei um poema em um guardanapo. A partir daí começamos a sair juntos para ver as estrelas e assistir filmes de ficção cientifica em cinemas drive-in comendo M&M's. E então eu decidi que independente do seu nível social, era com você que eu queria passar o resto da minha vida.

─ Tá, já pode guardar a cola desse discurso. Foi um bom ensaio, só falta mais emoção.

─ Tem certeza que não está utópico de mais? ─ Ele questionou, apontando para a historinha de amor que eu inventei para nós, a pedido dele.

─ Acho que é disso que o povo gosta. ─ Opinei com um sorriso, abrindo a porta do meu quarto.

─ Você soou como meu pai agora. ─ Taehyung declarou, rindo.

─ Meu sogro! ─ O corrigi, fazendo nós dois rirmos.

─ Acho que não foi tão ruim ter me casado com você a casar com a Gara.
Você tem um humor ácido e está sempre me provocando...

─ Suas preferências por mulher são duvidosas, Kim Taehyung. ─ O provoquei, observando-o colocar sua mochila num canto do meu quarto e se sentar ao meu lado na cama.

─ Pena que é uma feiosa. ─ Completou, sussurrando no meu ouvido.

─ Eu te odeio, seu otaku insensível!

Mamãe, eu casei!Onde histórias criam vida. Descubra agora