Capítulo 2

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Bakugo acordou de manhã e se arrumou para a escola. Desceu as escadas e se deparou com sua mãe fazendo o seu café da manhã.

-Bom dia!-Ele disse bocejando.

-Oh! Você acordou! Bom dia!-ela disse olhando para si e sorrindo.-Olha que fofo! Você fica tão fofo e adorável com esse uniforme bebê!

-Mãe!-exclamou irritado.-Eu não fico fofo nada! E você já me viu vestido com o uniforme milhares de vezes!

-Mas não canso de dizer isso bebê.-ela respondeu rindo.

Sua mãe era muito irritante quando queria...

-Mãeeee...pare de me chamar de bebê! Eu tenho 12 anos!-Exclamou irritado com o rosto vermelho de raiva e vergonha.

-Tá tá bebezinho da mamãe...-Sorriu.-Senta pra comer...

Suspirou desistindo de questionar ou reclamar de qualquer coisa.

Sentou na mesa e sua mãe pôs um pão com manteiga na mesa.

Ele o pegou e mordeu.

Perfeito.

-Você vai trabalhar hoje?-perguntou Bakugo.

-Vou...Aliás...vou chegar tarde hoje...-ela suspirou.-Vou preparar comida na panela...quando ficar com fome é só esquentar ok?-perguntou.

-Ok...-disse um tanto decepcionado.

Suspirou e deu outra mordida no seu pão com manteiga.

Sua mãe trabalhava em um salão de beleza acabado e ganhava bem pouco.

O suficiente para pagar as contas e sua escola mas era poucas as vezes que sobrava algum dinheiro para as compras e para comprar alguma roupa nova.

Pelo menos tinham casa própria...

Sua mãe trabalhava demais...

Afinal era ela sozinha para sustentá-los.

Não era nada fácil.

E Bakugo sabia disso.

Acabou seu café da manhã e levantou da mesa e colocou a mochila cor de fogo nas costas e quando ia sair pela porta da frente ouviu um grito.

-Não está esquecendo de nada,não?-sua mãe gritou.

Bufou e voltou para dar um beijo-um tanto sem jeito e vergonhoso-em sua mãe.

-Bom dia.-ela disse e sorriu.

Ela saiu de casa e montou em sua bicicleta e saiu pedalando em direção à escola.

-Oi.-Disse Bakugo para Kirishima.

-Oi...-ele respondeu um tanto desanimado.

-O que foi?-o loiro perguntou.

-Acho que deveríamos parar com isso...-Kirishima disse.

-Você tá doido Kirishima?-Momo respondeu aparecendo do nada do lado dos dois.-Ou também caiu na dele?

-Não é isso,é que...eu acho isso errado...ele não fez nada pra gente.-Kirishima respondeu rapidamente.-Ele não tem culpa de ser assim.-completou

-Kirishima...deixa de ser medroso!-Bakugo disse.-Está com medo do diretor?Ou será do professor Aizawa?

-...-Kirishima ficou calado.

-Deixa ele pra lá...-Momo disse.-Eu já sei o que fazer hoje!-ela exclamou feliz.

-O quê?

-Hihihi...

E lá estava Bakugo de novo sentado atrás de Midoriya que estava copiando o que tinha escrito no quadro.

Esperou o professor sair para buscar o livro de História.

Sorriu e esticou a mão agarrando um pequeno aparelho que tinha no ouvido do esverdeado.

Seu aparelho de audição.

Tirou do ouvido do mesmo.

O menor percebeu o ato e se virou para trás para ver o que estava acontecendo.

-O que é isso aqui?-perguntou olhando o pequeno aparelho cinza que tinha estranhamente o formato exato do buraco do ouvido de Midoriya.

O menor o olhou com os grandes olhos verdes arregalados.

-M-me D-debolbe!-exclamou e esticou a mão tentando pegar o aparelho.

As meninas e alguns garotos olharam para trás.

-Bakugo! O que você está fazendo?!-Gritou Mina.-Devolve!

-Você cala a boca cara de Alien.-Bakugo rosnou.

-Seu! Dá o aparelho do Izuku agora mesmo!-Mei rosnou.

-Ah... Isso aqui?-ele balançou o aparelho no ar.-Acho que não.

Momo apenas olhava divertida.

-M-me dá!-pediu Midoriya.

O garoto estava tão desesperado que Bakugo parou de balançar o aparelho no ar e o olhar com os olhos vermelhos.

Seus olhos fitaram os do menor e por algum motivo paralisou.

Os olhos de Midoriya eram tão lindos...

Por algum motivo o coração de Bakugo deu um solavanco

-Por favor...-implorou e seus olhos pareciam implorar ainda mais.

Bakugo não aguentou tal ato do menor.

-Argh...Toma...-esticou o aparelho e quando o menor iria pegar Momo bateu na mão do loiro, o que fez com que o aparelho voasse pela janela e se estilhaçasse no chão. Já que eles estavam no terceiro andar.

Midoriya olhou para baixo.

Os olhos verdes arregalados.

Momo deu uma risadinha.

-Opa...minha mão escorregou...-ela disse fingida.

E lá se fora o primeiro aparelho auditivo de Midoriya.


Jogado da janela do terceiro andar.

A Silent  VoiceOnde histórias criam vida. Descubra agora