❝ You knew then that this was not any kind of hospital that cured, but a hospital that held, that kept their patients away from the rest of the world, a kind of ark that floated along full of life, but not participating in life.... These people no longer made progress.
― Anne Spollen, The Shape of Water ❞
« Acordo, levantando os meus braços ao nível máximo que consigo. Terça-feira. Um dia de semana como outros, tirando que hoje estava a chover. Adoro a chuva. Provoca-me uma imensa nostalgia ver os pingos de água a cair das nuvens escurecidas com o excesso de líquido aquoso. Faz-me lembrar de quando eu era feliz.
Com isto tudo nem reparo. Evan não está aqui. Pela primeira vez desde que cá vim parar, faz precisamente hoje 6 meses, que Evan não se encontra aqui quando acordo.
Escuto vozes no corredor, a dirigir-se para este quarto. A porta abre-se com brusquidão, e um homem de bigode entra na divisão, com uma enfermeira atrás dele, fechando o acesso dos meus aposentos.
'Minha menina, és tu a Rosalyn?' o senhor decide falar, deixando transparecer uma voz suave.
'Sim, sou eu.' responde com um tom baixo, fazendo-se notar a minha timidez.
'Pequena, vim só avisar-te que hoje te será feita um leucotomia. A tua primeira.'
'Está bem.' resposta simples para uma afirmação simples.
Uma leucotomia. O que será isso? -Bem, logo se verá, não é?- pergunto a mim própria.
O médico abandona o quarto, mas a enfermeira fica para trás.
'Desculpe?' peço, tentando ter a sua atenção. 'Pode-me dizer onde está o meu colega de quarto? O Evan?' indago com preocupação.
'O seu amigo está numa consulta. Em breve ele voltará.' eu aceno com a cabeça.
***
Evan volta ao meio dia, passadas 2 horas desde que eu tinha estado em contacto com a funcionária deste local.
'Evan, onde estiveste?!' pergunto assim que ponho os meus olhos nele.
Ele cambaleia um pouco, mas nada de grave. Que raio lhe fizeram?
'Eu experiencie a pior coisa que alguma vez te poderão fazer.' ele diz com uma lágrima prestes a sair na pontinha do olho.
'Que te fizeram?' pergunto colocando os meus braços sobre os seus ombros, puxando-o para mim para um longo abraço.
'Eles puseram-me eletrodós ao longo do meu crânio.' ele pará uns momentos, soltando uns soluços. ' E depois ligaram-nos e soltaram impulsos elétricos para o meu cerébro, para tentarem, sem conseguirem, acabar com a minha doença.'
'Mas o que te fizeram foi horrível! Eles não podem fazer isso!' cada vez se ouvem mais os seus soluços, e os meus ombros estão a começar a ficar frios devido as lágrimas que caiem em cascata dos seus glóbulos oculares.
'Posso me deitar? Dói-me a cabeça.' eu assinto, e ele estende o seu corpo na cama de solteiro partilhada por ambos.
Ele estica o seu braço tentando tocar-me.
'Podes te deitar comigo? Por favor.' ele quase que suplica e eu deito-me a seu lado, acariciando-lhe as bochechas.
'Evan, o que é uma licotomia?' ele ri-se um pouco com a minha questão.
'Não será que queres dizer leucotomia?'
'Sim, isso.' respondo gracejando com a minha própria afirmação. 'Mas vá, o que é?'
'Eu não te vou dizer o que é Rosalyn, apenas te digo que te vai doer.' oh.
'É assim tão mau?' pergunto preocupada.
'Sim, é. Desculpa.' Ele diz apertando o meu corpo com leveza.
'Eu vou tentar aguentar. Posso te fazer uma pergunta?'
'Já fizeste, mas vá, diz lá.' piadas secas, o seu forte.
'Qual é a tua doença?' pergunto, com certeza ele não vai responder, como acontece sempre.
'Bipolaridade.'
Bem me parecia que ele era bipolar. Ele tanto é querido e simpático como é arrogante e violento. Ele muda de humor num espaço de segundos, e finalmente sei o motivo.
'Nunca pensei que bipolaridade desse entrada para um manicómio.' admito.
'Pois, mas dá, quando já é um caso extremo.'
' Oh.'
***
É agora. Vão-me fazer uma lobotomia, que descobri ser outra palavra que se pode usar para definir leucotomia, e ao contrário desta é bastante fácil de pronunciar.
Espero bem que isto corra bem, e que nada de mal ocorra durante o procedimento. Apenas desejo que nada aconteça. »
Foi horrível. Lembro-me tão bem do momento. Da dor que senti. Do que vi. De tudo.
Aquela foi das piores coisas que presenciei no hospital. Mas foi a mais habitual de todas. Todas as semanas eu sofria uma, e em nenhuma deles a cura da minha doença teve progressos.
E sofrer para nada é como nevar no verão, não faz sentido.
*
Heey! Então, como vai a vossa vida? Espero que tenham gostado deste novo capítulo. E obrigada pelos comentários e pelos votos «3 a sério, adoro-vos!
Bem, acho que vou começar hoje o '30 day writing challenge' aqui no Wattpad, mas vai ser em inglês. Yeah, I know I'm not english haha
So, tenho de ir.
Ly all, Stone*
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The Otherside ➳ Styles
Fiksi Penggemar❝ A tua loucura é a minha realidade.❞ * [Copyright © 2014 harryandlukermybaes- All Rights Reserved]