Capítulo 9 • "Delírio"

155 10 0
                                    

Lucas

Estava na cantina, quando percebi que Bela não estava.

Ela anda com um comportamento estranho desde ontem, pensei muito em deixa-lá de lado, mas eu sinto que tem algo de errado, quando finalmente me decido e vou procura-lá, comecei pelas salas de aula, quadras, e por último o quarto, tento abrir mais a porta esta trancada por dentro, vi um líquido vermelho meio escuro saindo de baixo da porta, comecei a gritar.

- Bela!!! - me desesperei - você ta ai? o que ta acontecendo? Você ta Bem?

Sinto ela suspirar...

- vai Embora eu to bem!!! - a mesma diz com uma voz meia distante e fria, como se estivesse chorando

- por favor, abra a porta, eu sei que não ta nada bem, eu te entendo.

- NÃO - grita em um tom de choro - VOCÊ NUNCA ENTENDE, NINGUÉM NUNCA ENTENDE, ATÉ SER TARDE DEMAIS, ninguém aguentaria tudo isso, por que eu tenho que aguentar? POR FAVOR SAI DAQUI

Grito e Chora desesperadamente em cada palavra que sai de minha boca.

- NÃO - retribui o grito - eu não vou sair do seu lado em questão alguma, sempre estarei do seu lado, você acha que não sei, o porque de sempre usar roupas compridas? O porque de ser tão fria e distante? O porque, de nunca voltar a amar e confiar em alguém de novo? - ela permanece em silêncio e isso me preocupou, mais ouvi seu choro - Eu confesso eu não sei como é se sentir tão triste e sozinho, a única coisa que sei é que EU TE AMO, NÓS TE AMAMOS, E quero te ajudar, só basta você deixar, me deixa ajudar? Abra a porta Bela

Bela

Não sei o que houve, mas as palavras dele me trouxeram confiança, meu braços, pulsos e até minha roupa estavam encharcados de sangue, meus olhos estão inchados e cheio de lagrimas que caem a cada segundo, meu cabelo bagunçado, o chão encharcado, o quarto bagunçado, e a lamina estava em minha mão, tinha me mutilado em varias partes do corpo, barriga, pulsos, braços, pernas, arranquei cabelos.

Estava completamente acabada, me levantei com um pouco de dificuldade, destranquei a porta, e me Afasto um pouco da mesma.

Lucas

Quando Ela resolveu confiar em e destranca a porta, abro bem devagar para não assusta-lá, ela esta de costas pra mim, percebo que esta traumatizada, e em transe, não sabe direito como agir e falar, até se virar chorando desesperadamente e dizer...

- me desculpa... eu... Eu não fui forte o bastante, deveria... Ter protegido ela e não fiz isso - soluçava de tanto chorar - eu não aguento mais essa.... Essa culpa... Quero minha familia de voltar, queria paz, tranquilidade, desculpa, desculpa, desculpa, eu tentei, não consegui... - seu choro era desesperador até pra mim, e não aguentei - Não, não, ai minha cabeça dói, por que é difícil ser normal? Eu... Eu...

Começou a entrar em outro transe, B disse que o último que teve foi quando tinha 15 anos. Até começar a ver alucinações.

- ei calma deixa eu....

Percebo que a lâmina na sua mão esta a machucando e fazendo pingar sangue no chão, Tentei tirar a lâmina mas ela é mais rápido que eu.

- SAI DE PERTO DE MIM - grita -VOCÊ NÃO É MEU PAI, PARA DE MENTIR, EU SEI DE TUDO, NÃO, NÃO, NÃO - tendo alucinações

Em sua cabeça, vinha a imagem de seu "pai", isso a deixa atordoada.

- ei sou eu... Lucas, lembra?

Antes de terminar de falar ela sai correndo para os corredores, vou atrás.

Se caso o diretor a ver, é capaz de ser internada em uma clínica de reabilitação, e eu não quero isso, ninguém quer.

Bel

Estava eu, Lawrran, Larissa, João, e Sophia, e o resto da escola na cantina, quando ouvimos gritos vindo do quarto, e cada vez ficava mais altos, quando o diretor entra na cantina, logo apos entra Bela e atrás Lucas, Bela estava transtornada, fazia alguns anos que não havia assim, ela estava em um estado deplorável, todos estavam, preocupados e assustados, inclusive Lucas e o Murilo o diretor, que não sabia o que fazer, então me aproximei um pouco dela, enquanto ela gritava.

- não, não, NÃO SAI - diz ela

Vendo ela da quele estado ne vem lembranças que me fazem chorar.

- Bela? Sou eu, Bel, sua melhor amiga, lembrá?

Ela abaixa a lamina que ainda sangra.

- Bel? - se lembra

- isso, isso

- cadê minha mãe Bel? Quero ver ela

- sua mãe morreu e você sabe

- ISSO É MENTIRA E VOCÊ SABE DISSO - volta na fase de negação - MINHA mãe TA VIVA, E MINHA IRMÃ TAMBÉM - Permaneci em silêncio - única coisa que te pedi era pra me contar a verdade... Você não fez isso, por que ninguém consegue olhar nos meus olhos e me falarem a verdade? Eu só queria isso, é tão difícil assim?!

- você precisa descobrir sozinha - ela me olha ainda chorando - me da a lamina vamos conversar, eu quero te ajudar

Ia chegando perto dela, a cada passo parecia que ela se afastava, tento puxa lá, mas ela me corta com a lâmina.

- Ai - gemo de dor

- ta tudo bem? - Lawrran vem até mim

- sim, só foi um corte

Ela estava vontando ao seu estado natural, percebendo o que fez e os olhares que a cercavam.

- Eu....Eu... Desculpa, eu não queria, eu... - Chorando

- ta tudo bem, aconteceu, agora solta a lamina, você ta sangrando muito.

Ficando meia sonsa e tonta, acaba soltando.

- Eu....

Ela cai no chão, delirando, enquanto só lembrava de pessoas indo até si, e logo se apaga pelo impacto.

A Menina Dos Pulsos Cortados V1 (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora