9. A Capodecina

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Eu sequer sabia onde encontrar o Carbone, nós não tínhamos contato e eu não estava muito afim de pedir ao meu pai. Os Carbone também tinha negócios lícitos bastantes lucrativos e é claro, para manter a imagem, afinal... parece que Nova York só se resumia a isso.
Tentei minha sorte e fui para o Andrômeda, o local não estava aberto para clientes por se tratar da plena luz do dia mas eu podia ver os funcionários descarregando bebidas dos caminhões e transitando tranquilamente pela rua de trás, aproveite a distração, entrei e fui diretamente ao bar onde alguns outros subordinados cuidavam das bebidas, me sentei num dos bancos esperando pacientemente algum deles me dar atenção.

— Não estamos em horário de funcionamento! — Um avisou sem interromper sua função mas logo quando eu estava prestes a rebater ele se retirou para a parte de trás, bufei irritada mas resolvi relevar, foi ai então que uma mulher morena aproximou-se e sentou no banco do meu lado.

— Você não deveria estar aqui! — Comentou, me virei para olha-la, era uma mulher muito bonita. Seus cabelos ondulados eram negros, sua pele era fina e bem cuidada, ela usava preto e vermelho, usava uma jaqueta por cima da blusa de flanela xadrez, sua calça jeans era justíssima, porém, a coisa que mais me chamava atenção no seu look era sem sombra de dúvidas a adaga tática presa ao seu coldre de perna.

— E você quem é? — Questionei enquanto ela analisava-me como eu acabara de fazer com ela

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— E você quem é? — Questionei enquanto ela analisava-me como eu acabara de fazer com ela.
— Megan! — Disse estendendo a mão para me cumprimentar, olhei por alguns segundos e então cedi a tentar ser simpática.
— Nós nos conhecemos? — Questionei confusa.
— Não pessoalmente mas eu já vi seu rosto em algumas capas de jornais e é claro, você esteve aqui ontem. — Me lembrou do péssimo encontro.

Inspirei e suspirei.

— Bem, eu me chamo Valerie! — Resolvi ser educada.
— Disso eu sabia! — Respondeu com um sorriso — Você trabalha aqui? — Questionei.
— Eu sou o que podemos denominar como Capodecina.

Meus anos na promotoria me agregaram algumas informações sobre como a mafia funcionava, principalmente sobre a hierarquia, Capodecina era aquele que comandava dez pessoas, era o que chamamos de intermediário entre o Capo e seus soldados.

— Mas eu comando muito mais do que dez pessoas — Disse com um tom brincalhão. — Ignorei o fato dela praticamente ter admitido que era uma criminosa e resolvi focar no que eu realmente havia vindo fazer aqui.
— Você pode me dizer se Arturo esta aqui?
— O que você quer com meu homem? — Uma loira com ar petulante interrompeu Megan, encarei a mulher que me devolveu um olhar de desprezo e desafio, ela estava com um vestido num tom rosa justíssimo ao corpo, seus olhos eram azuis e sua pele tão branca quanto a neve mas ela tinha uma ar extremamente desagradável, sua postura era petulante e autoritária.

Soltei uma risada nasalada abrindo um sorriso falso, eu literalmente não estava com paciência hoje, principalmente para vadias territoriais.

— E desde quando eu devo satisfações pra uma desconhecida? — Questionei olhando a mulher com desprezo.
— Quem é você? — Ela perguntou e eu ri novamente.
— Qual a parte de: eu não te dever satisfações você ainda não entendeu? — Questionei — É tão difícil assim fazer seus cinco neurônios funcionarem?

Megan gargalhou fazendo com que a loira me olhasse de uma maneira ameaçadora, ela tentava me intimidar e falhava miseravelmente.

— Ela não vale a sua atenção Valerie — Megan disse após se recompor das risadas, a mulher continuou nos encarando com ódio e agora suas sobrancelhas estavam arqueadas e os punhos cerrados. 
— E respondendo a sua pergunta antes de ser interrompida, Arturo não esta aqui mas ficarei feliz em avisa-lo que você passou. — Me informou.
— Obrigada! — Falei me levantando e andando ate a saída mas isso não me impediu de escutar o esporro que Megan deu naquela mulherzinha.

— Quem ela pensa que é para me tratar assim Megan?
— Primeiro, jamais ouse falar comigo como se fossemos intimas, segundo que ela é a noiva de Arturo e por ultimo, ela é uma das advogadas mais temidas de Nova York Britney, se eu fosse você... não a irritaria.

(...)

Verifiquei meu celular mais uma vez irritada, fucking vinte minutos esperando Nathan descer para que pudéssemos ir ao hospital, desliguei o carro e me pus a subir ate a cobertura.
Ao entrar no apartamento caminhei ate seu quarto, ele estava sentado no chão com as costas encostadas na cama.

— Não adianta espernear, nós vamos! — Falei o puxando pela mão para que levantasse.
— Você sabe como eu odeio hospitais! — Disse se recusando, mas eu insisti.
— Nathan... olha eu sei que a possibilidade de perde-la dói muito e eu estou torcendo como ninguém para que ela se recupere, mas ela precisa de você lá independente do que aconteça! — Argumentei, ele me olhou parecendo ter compreendido e resolveu levantar-se

Depois de alguns minutos de um silêncio extremamente perturbador nós chegamos ao hospital, me abalou muito ver alguém tão cheia de vida e animada presa a uma cama numa condição tão vulnerável, não podíamos entrar no quarto mas podíamos observa-la através da janela de vidro.
Joan estava "entubada", seu tom de pele estava pálido e seus lábios extremamente secos. Era difícil para Nathan vê-la naquela posição, afinal, ela era a pessoa mais forte que ele conhecia.
Desde nossa chegada ao hospital ele segurava a minha mão mas seu anseio parecia ter piorado, resolvi abraça-lo na esperança de reconforta-lo.
Ao abrir os olhos tive uma surpresa, encarando além dos ombros de Nathan, a imagem do herdeiro de Malvino se fazia presente, ele estava parado no corredor encarando nós dois abraçados e sua expressão estava longe de transmitir comiseração.

Perfect Trap  (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora