Beco sem saída

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Por que não aceitamos que acabou? Eu continuo perguntando se te estremece me imaginar rindo de qualquer outra piadinha maliciosa que não seja tua. Você ainda bate na minha porta quando se sente vazio, pior, quando sente que suas escolhas não te levaram para lugar nenhum. E eu abro.
O relógio cruza os ponteiros das duas da madrugada e é com você que eu continuo rindo de alguma bobagem e eu sinto aquele conforto no peito, sabe? Como se fosse exatamente isso que eu estivesse precisando depois de um longo dia, até quando eu me dou conta que você não pode ser a melhor parte do meu dia. Não mais.
Prometi para a minha amiga que te expulsaria de tudo que me pertence, mas jurei sabendo que vou falhar, meus dedos estão o tempo todo cruzados quando o assunto é você e eu sei que isso é autossabotagem, mas eu não ligo. E isso é o pior. Eu sempre sei que vai doer mais toda vez que eu te aceito de novo, que eu finjo que não sei qual caminho percorremos de cor, quando ignoro que nossa estação destino é sempre o fim.
Mas sabe o que é? Tem dias que estou tão cansada de tudo que só queria alguém como você, que não se importa com o quanto eu sou aleatória e até acha bonitinho. Tem dias que parece que ninguém me entende e que só você me achava tão simples. Nesses dias, eu odeio tanto o jeito que acabamos: como se uma bituca de cigarro valesse mais do que nosso amor que era tão gigantesco.
Ter que seguir em frente é uma droga, porque sei que amarrei os meus dois pés no nosso amor fracassado. Eu quero, entendeu? Só não consigo. E você não ajuda, me fode como se depois fossemos conseguir acordar normais no dia seguinte. Nós não vamos, eu sei disso, você sabe disso, preferimos fingir que não houve um fim, mas não se sustenta porque dói. E foi com você que aprendi que amor não dói.
Ou não deveria. E nós já fugimos do amor bom faz tempo.

Tudo que restou do nosso infinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora