Eu odeio abraços?

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Você ainda vai gostar de mim quando eu não for tão agradável assim? Eu me pergunto, pois tem sido difícil manter o papel. Fingir estar bem é exaustivo. Odeio ter que disfarçar que quero virar a primeira esquina para lugar nenhum, um lugar onde não lembro o nome de ninguém, mas, principalmente, esqueci o meu.
Eu sei que é injusto, mas no fundo eu desejo que você me ame, nem que seja um pouquinho, mesmo tendo certeza que você me acusaria de não saber amar de volta. E eu não sei. Mas, em minha defesa, na maioria do tempo, desejo que você fique longe de todo esse caos, porque você é uma harmonia tão tocante.
Também desejo que você saiba, sem que eu nunca precise dizer, que se eu conseguisse encontrar um sentido nessa confusão em que existo, eu pararia na sua rua. Eu até já sonhei com isso, eu te procuro e faço aquele beicinho ridículo, que você diz que é bonitinho e você só me abraça.
Nunca é só um abraço. É tanta tensão que ser envolvida pelos seus braços parece mais miragem, uma coisa distante e que não combina comigo porque eu te disse que odeio abraços. Você sabe que eu nem sei se odeio mesmo ou só estou acostumada a repetir isso. É isso, eu quero chorar, mas esqueci como é que produz lágrimas, nem acho que deveria pensar nisso como um processo, deveria ser natural. Mas para mim não é.
Nunca é. Nunca foi. E quando é muito difícil ser agradável, eu só sei bater a porta, desculpa.

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⏰ Última atualização: Apr 30, 2020 ⏰

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