Você pegava na minha mão, me girava e me olhava sorrindo, igualzinho cena de filme. Decorava minhas manias e sabia descrever o jeito que meus olhos quase se fechavam quando eu estava com raiva. Seu beijo era doce e delicado, enquanto com polegar acariciava minhas bochechas. Assistiu minha série favorita e debateu comigo sobre meus personagens favoritos. Quando assistiu 500 dias com ela ficou ao lado do Tom, enquanto eu sempre entendi a Summer.
Era lindo, Martin. O problema é que eu nunca me senti protagonista desse filme, nesse enredo de romance tranquilo que nós criamos, eu me sentia vendo de fora. Talvez tudo fosse diferente se eu não fosse assim: uma garota que nunca soube se resolver, que já está acostumada com confusão e por isso se assusta com a calmaria.
Não posso me sentir um extraterrestre por gostar de romances em todas as coisas, mas não saber vive-los. Eu não sei ser a garota que vai dividir o milk-shake contigo. Não vou me sentir uma cretina por não saber andar no futuro de nuvens que você idealizou para nós. E apesar de estar longe de ser a megera que você pinta, doeu quando você disse que não sei gostar de ninguém. Eu só não sou essa garota.
Não sou sua garota. Talvez eu tenha medo e não seja tão corajosa quanto sempre desejei ser, mas uma coisa eu tenho certeza, não foi por falta de coragem que não te amei, eu nunca menti. Eu gostei de você. Não posso dizer que sinto muito por ter partido. mas sinto muito que você não tenha entendido que eu nunca pretendi ficar.
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Tudo que restou do nosso infinito
Storie breviDa magia dos primeiros beijos à amargura dos finais: o que resta do infinito que vivemos? Um livro de crônicas que tenta registrar em palavras o que sobra das coisas que duram para sempre em nossos corações.