Jogo da Forca

53 1 4
                                    

Ofegante, agitado e nervoso. Eram as palavras que descreviam o estado de Melq. Suas mãos suavam e seu coração acelerado parecia quase sair do peito. Ele caminhava a passos rápidos ao grupo que estava reunido.

— Gente, o que deu no Melq? — perguntou Luara, vendo o garoto magro se aproximando com um andar nervoso e assustado. Todos olharam para o mesmo.

— Vocês não fazem ideia do que acabou de acontecer! — ele falou, sua respiração cortava um pouco as palavras. — Eu acabei de encontrar aquela sala que vocês estavam comentando e pasmem, tem alguma coisa lá dentro.

Gabriella arregalou os olhos, espantada. Sua reação não foi muito diferente dos demais, porém Lucas e Josielly pareciam não se importar muito com aquilo.

— Para, galera. Isso é besteira. — disse Josielly.

— É sério, eu ouvi três batidas muito fortes na porta.

— Bem tinha alguém transando atrás da porta, — comentou Lucas, sarcasticamente, fazendo Stephanie soltar uma risada histérica.

— Se duvidam, venham ver. — Melq retrucou com um olhar sério. Gabriela, Luara, Marília e Monalisa levantaram-se para acompanhá-lo. Josielly e Lucas olharam um para o outro, hesitantes.

— Luquinhas, precisamos ir na biblioteca. — Stephanie o catucou.

— Eu sei, mas vamos lá ver se isso é verdade mesmo. Vai ser engraçado ver a cara de vocês.

Josiely deu uma risadinha e perguntou a Melq por onde era o caminho. Stephanie bufou, afirmando que aquilo era uma bobagem e afastando-se de Lucas.

— Não vem? — ele perguntou.

— Tenho mais o que fazer. — ela deu de ombros, seguindo para a biblioteca.

Ligeiramente eles se enfiavam por entre os corredores da Meyer, um labirinto gigantesco. O campus era ao leste, o mais afastados dos demais. A maioria dos laboratórios e studios para aulas de fotografia ficavam nele. No meio do caminho, Melq deixou seu caderno aqui e Monalisa o apanhou.

— Melq, seu caderno. — ela falou, enquanto via uma folha cheia de jogos da forca que Melq jogava com uns colegas de sala. — A aula estava muito interessante, né?

Ele riu, soltando a desculpa de que já sabia o assunto. Ao chegarem no corredor sete, próximo ao banheiro masculino, Melq se surpreendeu ao ver que o corredor com a sala 317 no fundo não estava mais ali. Apenas uma parede.

— Estava bem aqui! — falou, indignado. — Como sumiu?! Eu juro a vocês que havia um corredor bem aqui.

— Puts, Melq. Não acredito que vim aqui pra nada. — reclamou Monalisa.

Luara e Gabriella concordaram com ela, questionando o garoto.

— Tás querendo chamar atenção, né? — Lucas reclamou.

— Eu juro por Deus, gente. Estava bem aqui. — Melq disse apontando para a parede atrás dele, que começara a fazer um barulho estranho. Ao olhar de todos, ela se desfazia e um corredor escuro surgia de dentro dela. O grupo, assutado, nem se mexia enquanto via misteriosamente aquilo acontecer. Josielly segurou forte no braço de Lucas, assustada.

— Minha gente, vamos embora. — ela pediu.

Gabriella e Luara foram para mais perto da entrada do corredor. O silêncio apreensivo deles era quebrado pelo repetitivo barulho de Marília mascando chiclete, enquanto seus olhos quase nem piscavam.

— É lá no final que fica a sala, Melq? — perguntou Monalisa.

— Sim...

Melq ligou a lanterna do celular e foi andando na frente, na metade do corredor ele focou a luz na plaquinha da porta escrito "SALA 317". Marília elevou as mãos ao rosto, surpresa. Lucas se aproximou mais para conseguir ver, sua irmã ainda segurando-o pelo braço.

SALA 317Onde histórias criam vida. Descubra agora