Alunos empolgados, mentes brilhantes e sorrisos radiantes. Assim começou o dia na Meyer. Os alunos e funcionários caminhavam pelos corredores, todos os estudantes completamente esforçados com as aulas, os professores excepcionalmente dedicados em lecionar, os funcionários incrivelmente competentes. Todos refletiam ao máximo a excência da Meyer, o Sacrifício, a Sabedoria e o Serviço. Enquanto estavam ali, nada mais importava. Contudo, alguns fuxicos sobre a morte de Marília, uma das garotas mais populares, percorriam soltos pelos quatro cantos daquela universidade.
A manhã se passou como muitas outras, exceto para aqueles cinco jovens, que antes eram sete. Ao final do turno, combinaram de se reunir para ir em busca de respostas. Luara e Gabriella sairam apressadas da última aula, Monalisa já estava esperando em frente a cafeteria oeste. Josielly caminhava em direção ao lugar, mas foi parada no meio do caminho.
— Josielly Guimarães?! — uma voz mansa chamou a garota, que se virou.
— Ah, oi, Sra. Meyer... — ela disse, surpresa.
— Rosália, querida. Olhe, como você está? — Rosália se aproximou, o longo cabelo ruivo estava preso em um coque, seus olhos fitaram Josielly com preocupação. — Imagino que esteja sendo difícil para você e seus amigos os ocorridos recentes.
— Estamos indo... É difícil lidar, mas temos que seguir.
— Se precisarem de apoio psicológico sabem que estamos disposto a ajudar, não é? Temos psicólogos aqui.
— Sim... É... Obrigada, nós vamos procurar sim.
— Aqui na Meyer somos uma família. — Rosália tocou no ombro da garota e deu um sorriso. Josielly, constrangida, agradeceu.
Aquilo foi reconfortante, mas precisava ir atrás de respostas o mais rápido possível. Desceu dois lances de escadas e seguiu para a cafeteria, onde se encontrou com as meninas.
— Eu estava pensando em ir falar primeiro com a mãe de Marília. — Monalisa sugeriu.
— Nossa, seria uma boa! — Gabriella concordou. — Ela disse que queria nos contar algo, lembram?
— Sim e ela falou pra gente ir hoje, no final da aula. Deve ser algo importante. — Luara acrescentou. — Alguma de vocês confirmou com ela sobre a gente ir hoje?
— Mas meninas, e a sala 317? Nós não vamos? — perguntou Josielly.
— Sim, mas acho importante a gente ir atrás de respostas com a mãe de Marília também. É que você já tinha ido ao hospital com Lucas, mas ontem ela nos contou coisas que podem nos ajudar.
— Que coisas?
— Eu não sei direito... Mas acho importante. Vamos ter o resto do ano para ir naquela maldita sala, melhor aproveitar agora que a Virgínia nos convidou.
— Vamos no meu carro. — Josielly as chamou e elas seguiram para o estacionamento oeste.
— Como o Lucas tá? — Luara perguntou, sentando no banco de trás junto de Gabriella, ela conferia alguns pinceis dentro de um estojo.
— Ele tá bem melhor. Vai puder sair amanhã. Ai, ainda não me acostumei com esse carro grande.
Josielly era a mais baixa do grupo e dirigia uma Hilux SW4, tinha que colocar almofadas no banco para conseguir ficar numa altura adequada.
— Droga! — soltou Luara. —Eu esqueci um dos meus pinceis na sala de aula.
— Vish, agora já era, nega. — Gabriella deu uma risada. — Provavelmente vão levar.
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SALA 317
Mystery / ThrillerUma década após o suicídio de quatro estudantes, um grupo de jovens da Universidade Meyer encontram e entram na desconhecida sala 317, onde fazem um jogo. E o que parecia ser inofensivo, se torna um conflito entre o que é e não é real. O passado vem...