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SOFYA

Faz uma semana que eu e Noah transamos. E, desde aquele dia, nós não tocamos mais no assunto.

Sei que qualquer um de nós pode simplesmente chegar e falar para fazermos, mas ainda assim é estranho pensar sobre isso.

Nossa relação continua igual antes, na verdade. Nós trocamos alfinetadas, vamos juntos pro colégio, almoçamos ao lado de Lamar, Shivani e Sabia. Ele vê os meus treinos no intervalo de seus treinos e eu vejo os treinos dele no intervalo dos meus.

Qualquer um pode dizer que temos uma boa relação de irmãos, mas a real é que as pessoas não pensam mais dessa forma desde que Nour espalhou boatos sobre eu estar "seduzindo" (isso mesmo, seduzindo) o ex-namorado de Sina. A questão é que ninguém diz em voz alta, mas todos já imaginam que nós dois tiramos proveito de não sermos irmãos sanguíneos e pelo fato de morarmos sob o mesmo teto.

Mas hoje, em especial, houve a separação de grupos do trabalho voluntário de idosos e crianças de Hartford.

Hartford é uma escola, de fato, preocupada com a educação e o futuro de seus alunos. Eles não querem que a gente se dedique apenas ao estudo, eles querem lotar nosso currículo escolar até não aguentarmos mais.

As líderes de torcida treinam todas as sextas e quartas. Mas, uma semana antes dos jogos, Sue (a treinadora) me alertou que treinamos por uma semana inteira sem parar. Por sorte, é em dia diferente do trabalho voluntário e da semana de provas, e logo consigo arranjar um tempo entre um trabalho e outro para poder conversar com Noah.

Agora somos amigos. Melhores amigos. Não sei como isso aconteceu, mas de um momento pro outro passamos a achar que o outro é a pessoa que mais confiamos no mundo.

E, especificamente agora, Sabina, Shivani e Lamar estão conosco. Nas palavras de Noah, um tal de Jordan ou José vai chegar de uma viagem do Canadá, e ele parece ser o quarto mosqueteiro que faltava no grupo deles.

Eu e Shivani somos uma dupla. Ela diz que fica feliz de sermos amigas, porque antes de eu chegar a vida dela não era tão agitada. Agora, a mãe dela reclama sobre o fato de ela não parar mais em casa.

Somos um bom grupo de amigos, e não sei como consegui conviver na Rússia por tanto tempo sem conhecê-los. É como se ele acabassem de se tornar uma parte essencial da minha vida.

─ Não, não, não, não, não ─ Lamar grita para Noah quando seu personagem perde no jogo de vídeo game que ambos estão jogando.

Levantando num salto, Noah comemora remexendo o quadril e quase esfregando a bunda na cara de Lamar, que o empurra com uma expressão de raiva. Nós explodimos em risada.

─ Você tem que entender que Noah é imbatível nesse jogo ─ Sabina comenta, rindo da cara fechada do amigo. Seus dedos estão em meu cabelo, e ela está fazendo uma trança há vinte minutos.

─ Ninguém nunca ganhou dele? ─ pergunto, olhando para os dois com um sorriso.

─ Ninguém ─ Noah ergue o controle remoto. ─ eu sou imbatível.

─ Você tem um ego enorme, isso sim ─ Shivani diz rindo, mexendo no celular.

Posso notar Lamar olhar pra ela por um momento. Sua expressão suaviza um pouco antes de erguer o olhar novamente pra Noah.

─ Um dia alguém vai ganhar de você. E eu vou rir da sua cara.

─ Pode até ser ─ Noah concorda com um sorrisinho debochado. ─ mas essa pessoa não será você.

Lamar, revira os olhos, se jogando ao meu lado no sofá de braços cruzados e a cara fechada novamente.

─ Mas essa pessoa pode ser eu ─ uma voz reverbera na nossa direção, o que faz todos olharem na direção da porta. Um garoto loiro e tão forte quanto Noah abre os braços, como se fosse o Tony Stark, e dá uma giradinha. ─ sentiram saudades?

MORE THAN BROTHERS, nofya fanfiction  [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora