best friend 〔seungyul 🔖╯

🎠 05 ↷ natação

🌉

Hangyul andava desconfortavelmente ao lado de seu melhor amigo. Sim, essa frase é estranha, mas se encaixa perfeitamente nas circunstâncias em que estavam.

Depois do incidente no orfanato, quase não se falavam e quando acontecia, eram frases curtas e vazias.

Era estranho, principalmente para Seungyoun. Se culpava por aquilo, por mais que admitisse que o menor estava sendo dramático. Ao mesmo tempo não entendia porquê estava o outro estava bravo. Entretanto, depois daquele dia, tudo foi mais fácil entender.

Hangyul o acompanhava até a sua aula de natação, no centro social. Era frio, portanto a única coisa que movia Cho naquele dia era a sua crescente paixão por nadar, o que era motivo de piadas internas. Ele teve a lembrança de seu amigo chamando-o de "piranha amazônica" por um mês, o que fez um sorrisinho bobo aparecer no seu rosto. Logo depois, se focou no assunto principal e finalmente tomou uma decisão sobre os pensamentos que lhe ocorriam.

Quando chegaram lá, ainda sem conversar, o maior pegou o seu calção de banho e foi se trocar, enquanto o outro o esperava.

Hangyul estava... devastado. Não havia palavra melhor para descrevê-lo.

Na verdade, ele mesmo admitia que suas ações eram um tanto exageradas diante aos acontecimentos bobos. Porém, durante aquele dia na casa de Seungyoun, quase não aprendeu nada, pois ficava pensando em três coisas.

Uma delas era em como o outro conseguia viver naquele lugar. Sinceramente, aqueles garotos não prestavam, e o menor sabia que naquele dia eles pegaram leve. Se lembrara de quando o seu amigo apareceu na escola com os joelhos ralados e uma face de quebrar o coração e a única coisa que falou foi "orfanato".

Outra coisa que não saia da cabeça do garoto era a pergunta de Seungyoun. Ele passara quase todos os dias refletindo sobre isso, e chegou a uma conclusão.

Uma conclusão assustadora e que ele queria evitar. Não porquê ele não a aceitava, e sim porquê envolvia mais do que os seus próprios sentimentos. Ele tinha mais medo da outra parte se machucar do que si mesmo.

Era complicado. Aquela pergunta que dava arrepios, que requeria muita reflexão, soava um pouco invasiva no contexto em que estavam, e por isso eles acabaram por se afastar. Hangyul não era infantil por ter se assustado, mas sim por ter se fechado, como se eles nunca tivessem sido amigos.

Cho voltou do banheiro, apenas de calção e toalha. Seus cabelos pretos estavam molhados e ele tremia de frio, igual um cachorrinho na chuva.

─ Tchau, Seungyoun, já vou indo.

Como sempre, Hangyul se virou, preparado para ir em direção a porta de saída. Todavia, antes de completar a ação, ouviu a voz de seu amigo:

─ Gyul? Você pode ficar aqui?

Hangyul riu debochadamente, tentando ser um pouco seco, virou-se e o encarou ─ E porque?

─ Eu só quero ficar com você, chato. Por favorzinho! A gente pode fazer algo depois, eu to entediado.

O outro se assustou, pois aquele, além de ser um pedido incomum, continha o carinho já conhecido da parte do mais velho. Era provavelmente a sentença mais longa que ele havia falado. Ele logo entendeu tudo.