Madness • jjk + pjm

Drink me.

  🐇   

Estar de férias era maravilhoso, de fato, mas as férias de Park Jimin já duravam mais tempo do que ele planejava.. Havia finalizado os estudos e estava sim procurando um trabalho, mas também, não queria qualquer trabalho.

Seus pais estavam cansados de vê-lo em casa choramingando pelos cantos sobre as inúmeras entrevistas que havia participado e que não havia passado. Reclamava que não queria se tornar o tipo de pessoa que trabalha todos os dias e bem, ele tinha razão em não desejar um trabalho que o esgotaria, mas Jimin também era um pouco mimado.

E era por isso que agora estava ali na casa de sua avó, tinha sido despachado para a casa de campo onde os pais de sua mãe viviam, um lugar no interior, cercado de natureza e paz. Talvez fosse o que Jimin precisava. Talvez fosse ele quem tiraria a paz do lugar.

Estava aproveitando aqueles dias para ler, afinal naquele fim de mundo, como ele mesmo se referia ao local, não tinham muitas coisas para se fazer.

Já tinha tentado pescar, já tinha cozinhado vários tipos de doces, já tinha arrumado o quarto mais de uma vez, já tinha visitado todas as pequenas lojinhas que tinham na proximidade.

Agora estava jogado no sofá, lendo o décimo primeiro volume da série Desventuras em Série de Lemony Snicket. A Gruta Gorgônea contava mais uma parte da história dos Baudelaire.

O livro era interessante e já se encontrava na parte que os Baudelaire voltavam a Praia de Sal¹ e encontravam o Sr. Poe, quando algo lhe chamou a atenção pela visão periférica. Afastou o livro e deixou que os olhos caíssem sobre uma pequena figura peludinha que estava dentro da casa.

Um coelho malhado estava ali parado, mexendo o pequeno narizinho. O bichinho era quase que completamente branco, mas possuía algumas pequenas manchas pretas que só o deixavam mais adorável. Jimin sorriu e decidiu tentar brincar com o pequeno, mas assim que percebeu uma movimentação no local, o roedor pulou na direção contrária a qual o loiro vinha.

— Ei, coelhinho, espera! — Jimin se apressou atrás do coelho que só passou a saltar mais rápido pela casa, buscando talvez um local para fuga.

O Park pode vê-lo entrando em um pequeno quartinho que conhecia como o quartinho da bagunça e preocupado que ele acabasse se perdendo ou se prendendo em alguma coisa ali, apressou o passo.

Estava um tanto empoeirado e assim que acendeu a luz presente no teto do local pequeno, pode ver a figura do coelho em um dos espelhos ali. Uma sensação esquisita se apossou de si, afinal, podia ver o reflexo do coelho dentro do espelho, mas não conseguia o ver presente.

Se aproximou com cuidado, talvez fosse uma ilusão de ótica, ou ele estivesse escondido e apenas o reflexo aparecesse ali, mas quando se aproximou o bastante percebeu que aquilo não parecia um reflexo, era come se ele estivesse realmente dentro do espelho.

Confuso e curioso, Jimin levou os dedos a superfície e ao contrário do que esperava, não a encontrou dura e lisa como um espelho deveria ser, mas como uma gosma prateada, que ficava pegajosa nos dedos e poderia ser atravessada sem dificuldade.

Assustado, afastou-se em alguns passos para trás, os dedos não estavam sujos, apesar da textura, não era transferível. O Park olhou para aquilo mais algumas vezes e pensou se estaria sonhando. O coelho ainda estava ali, ora passando as patinhas redondas pelo focinho, ora olhando para ele, como se aguardasse por alguma coisa.

Jimin se aproximou mais uma vez, enquanto sussurrava para si mesmo. — Eu só posso estar ficando louco. — Tocou novamente a superfície de textura esquisita e com toda a coragem que reuniu passou o corpo por ali, atravessando a gosma gelatinosa. Adentrou uma sala muito parecida com a de sua avó, mas tudo ali era de certa forma diferente.