- Morgana? - eu pergunto com uma expressão que condizia com a surpresa e o pânico que eu sentia.
- É, esse é o seu nome, não é?
- James, eu nunca te falei o meu nome.
- Claro que falou.
- Não, eu não falei. - disse enquanto andava devagar para trás.
- Espera, você está com medo de mim? - ele falou andando junto comigo, quanto mais eu ia para trás, mais ele se aproximava de mim.
- Não chega perto de mim! Como você sabe meu nome?
- Foi você quem me falou. - ele falou de uma forma tão convincente que eu realmente pensei por alguns segundos que eu estava me equivocando, mas eu lembrei de um detalhe que comprovava minha teoria.
- Você não é um refém, não é? Por isso eu nunca te vi. Eu não estava ficando louca, você realmente nunca esteve aqui.
- Amsterdã, por favor, me escuta.
- Você é da polícia.
- Não. Eu te juro que eu não sou.
- Foi a Alicia que mandou você aqui?
- Quem é Alicia? Você está paranóica.
O espaço entre eu e a parede já tinha acabado, era impossível eu ir mais para trás. E mesmo assim ele continuava a se aproximar de mim.
- PARA! - falei esticando o braço para que ele não se aproximasse mais. - Não chega perto de mim, ou eu vou gritar.
- Você não precisa fazer isso. Se senta, vamos conversar. - ele falou de um jeito calmo.
- Por que eu deveria confiar em você?
- Você é a assaltante aqui se lembra? Suponho que você esteja armada. - eu nem me lembrava que estava armada, agora que ele havia me lembrado, eu me senti mais segura, mas ainda não confiava nele.
- Eu vou continuar aqui. Você fala o que tem que falar daí sem chegar mais perto, dá para ouvir muito bem.
- Eu não sou da polícia.
- Então me fala: como você sabe meu nome?
- Tudo bem, sim, eu estou aqui a mando da Alicia e sou da polícia.
- Eu sabia. E eu ainda acreditei em você e achei que você realmente estava apaixonado. Como eu fui burra. Como você conseguiu entrar?
- Eu entrei aqui junto com a caixa de mantimentos que vocês pediram quando você caiu da escada. O plano era te seduzir, seduzir a garota mais maravilhosa do mundo, mas eu estraguei tudo e me apaixonei por ela.
- Ah, pelo amor de Deus! Essa é uma frase do filme "10 coisas que eu odeio em você", você bem se deu o trabalho de criar uma frase. O que você ganharia com isso?
- Eu ganharia um emprego como detetive na polícia, sempre foi meu sonho. - James mudou a expressão e o tom de voz de alguém calmo e sensível para alguém ruim com um ar de superioridade.
Aparentemente a máscara havia caído. Aquele era o verdadeiro James, uma pessoa peversa.
- E conseguiria isso brincando com os sentimentos de alguém?
- Você é patética, Amsterdã. O amor não existe fora da ficção.
- Você está errado, o amor existe sim, mas nem todos podem sentí-lo.
- Que tocante! O amor pode até existir, mas não o amor recíproco. Ninguém fica com quem realmente ama. Você por exemplo, está com quem você ama? Hum? - ele havia tocado em um ponto realmente sensível, e minha expressão de raiva mudou para tristeza rapidamente. -Você não consegue se livrar de um amor não correspondido e está condenada a passar o pouco que resta da sua vida sofrendo por ver a pessoa que você ama com outra.
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Amsterdã- La casa de papel
Fanfiction"A vida é uma experiência única, por isso vivam cada momento como se fosse o último, porque realmente pode ser." Meu nome é Amsterdã, e sejam bem-vindos ao meu caos! (Essa fanfic se passa depois da parte 3 de la casa de papel)