PLANO AMSTERDÃ (PARTE II)

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- Fica aqui, meu bem. Eu volto daqui a pouco, pode sentar-se. - ela falou e eu me sentei em uma cadeira logo na entrada da tenda.

Quando olhei para Alicia, vi ela conversando com uma mulher perto dos computadores e equipamentos, ela se parecia muito com Alicia. Depois de olhar alguns segundos eu percebi que eu a conhecia de algum lugar, talvez tivesse a visto na rua, em uma foto, foi aí que a fixa caiu, era Tatiana, ex do Berlin. Provavelmente ela estaria os ajudando já que ela sabia todo o plano. Pietro veio até mim e eu tentei disfarçar olhando para minhas botas para que ele não percebesse que eu olhava para elas.

- Pode se levantar?

- Para quê? - eu pergunto levantando a cabeça o encarando.

- Para você ser revistada.

O meu desespero aumentou ainda mais, eu estava com uma arma na cintura e se eles encontrassem estava tudo perdido, o plano iria por água abaixo.

- Você não pode me revistar. - falei tentando não aparecer em pânico.

- Por quê? - ele perguntou desconfiado e eu pensei em alguma desculpa o mais rápido que pude.

- Você é homem. Eu só posso ser revistada por uma mulher.

Por sorte a Alicia voltou e Pietro olhou para ela, tempo suficiente para que eu esconder a arma embaixo da cadeira.

- Desculpe, meu querido, mas da garota cuido eu. - ela falou e Pietro saiu e ela continuou. - Eu vou ter que te revistar, não que eu esteja desconfiando de você, mas são as regras, tá bom?

Eu apenas balancei a cabeça concordando e me levantei. Ela me revistou e eu estava limpa, sem escutas ou nada do tipo, só a arma que estava embaixo da cadeira.

- É, você está limpa. - ela falou depois de me revistar. - Não sei porquê, mas você me lembra alguém... Como se eu já tivesse te visto.

- Creio que não. É meio difícil esquecer alguém com um cabelo igual o meu. - eu falei com um leve sorriso.

- É verdade. - ela falou sorrindo também.

- Eu posso te fazer uma pergunta?

- Pode sim.

- Aquela mulher com quem estava conversando, é da sua família?

- Ela é minha irmã. Eu não deveria ter te contado isso, então fica só entre a gente, pode ser? - ela falou pisando o olho e eu concordei com a cabeça.

Era até irônico ela confiar tanto em mim, quando eu era a integrante do grupo que mais queria que ela se ferrasse.

- Vocês se parecem muito.

- Sim, somos bem parecidas. Agora sou eu quem preciso te fazer algumas perguntas, pode ser?

- Sim.

- Sente-se. - eu me sentei e ela sentou em uma cadeira na frente da mesinha que estava entre as duas cadeiras. - Você realmente é a Amsterdã?

- Não. Eu não sou.

- Qual o seu nome de verdade?

- Morgana, mas prefiro que me chamem de Morgan.

- Muito bem. Você pode me contar o que você sabe, Morgan?

- Eu... Eu não sei se posso.

- Vai ficar tudo bem, nada vai acontecer com você, eu te prometo. Você vai poder ir embora e encontrar sua família, mas você tem que passar as informações para mim.

Amsterdã- La casa de papel Onde histórias criam vida. Descubra agora