O caminho da felicidade

Quase tudo certo

  Enquanto David, junto de Mel, iam chamar alguém para ajudar, e Gabriel não se continha no choro. 

- O que você tá esperando pra fazer algo? Um convite?... Para de chorar e coloca a cabeça dele no seu colo, pelo menos ele não vai ficar com a cabeça no chão frio.

Enquanto a mais velha falava Biel apenas obedecia, ou era isso ou levava uma pancada na cabeça por apenas chorar em situações como essa. Logo a ajuda chegou e o dia, que não poderia ficar pior, acabou ficando. 

[...]

O ruivo ainda não acordará, o que deixou todos apreensivos. Não que, por eles não serem amigos, ninguém se importaria com o garoto, mesmo que seja um babaquinha. 
O moreno andava de um lado para o outro deixando todos mais nervosos.

- Não consegue ficar quieto?

- Oh, me desculpe, estou te incomodando? Prefere que eu vá embora e deixe você sozinho com o carinha que você gosta? 

- Parem com isso, seus bostas! 

Os dois se calam quando a loira falou a última parte impacientemente. Apenas não aguentavam mais esperar por algo que não era nem para estarem vivenciando, por que aquele dia não podia ter sido comum? 

[...]

Algumas horas passaram desde então, Leo acordou logo após seus pais chegarem no hospital, isso minutos antes de todos irem embora. Bom, quase todos... Enquanto todos caminhavam para fora, pois os pais do ruivo já estavam no quarto, foisse ouvido uma mulher os chamando. 

- Crianças, esperem! 

Era a mãe do garoto, viraram-se todos e caminharam até a mesma meio apreensivos por, provavelmente, levar uma bronca.

- Ele está bem? 

Foi a primeira coisa a ser dita e espantosamente não foi nem David, muito menos Gabriel, quem o disse. Era Mel quem falava e isso impressionou mais que o normal. 

- Está sim. Obrigada por trazerem ele.

- Era o mínimo. Nós que causamos tudo e...

- Obviamente vocês não conseguiriam impedir nada, são crianças e não foram os causadores. Enfim, estou aqui porque ele quer ver alguns de vocês... 

- Quem seriam esses alguns?

- David e Gabriel. 

Os dois garotos se olharam, dispediram-se dos demais, que se foram, e entraram no quarto. 
O lugar era vazio, em tons brancos e cinzas claro. Ao meio do quarto estava a figura ruiva sentada desageitosamente na cama, com vergonha... ou mesmo nervosismo, não sei dizer. O que se sabe é que ele não estava tranquilo. 

- Mãe... Pai, podem nós deixar a sós? Por favor!

Os dois mais velhos saíram do quarto e fecharam a porta. E, logo, os dois adolescentes chegaram perto da cama. 

- Como está? 

- Bem, eu acho. Só um pouco quebrado, mas bem.

- Como pode estar bem estando quebrado? 

- É exatamente isso que eu preciso falar. Aqueles caras, lá do Shopping, me fizeram ter raiva,...

- Claro, você levou uma surra.

- Sabe, quando se está desmaiado se ouve as coisas. Mal, mas ouve. E deu pra ouvir muito você chorar, sinto muito.

Gabriel passou de sua cor natural para um vermelho tomate, muito corado e envergonhado. 

- Eu que te peço, por apanhar 'pra me defender. 

- Bom, eu fiquei com raiva por isso e é... Bom, é... Ah, foda-se. 

Isso fez os dois amigos rirem do jeito irritadoso do mais novo. 

- E por que nos chamou? 

- Ah, verdade... É que, vocês sabem, eu já fiz várias coisas "gays" esse ano, mas eu sei que não sou isso. 

- Que coisas gays?

- Ficar com David foi uma delas, enfim. Eu sei que você, David, ainda gosta de mim e eu acho muito legal isso tudo de ter alguma pessoa gostando de mim, mas...

- PERA, COMO VOCÊ SABE?

- DEIXA EU TERMINAR, TIO. Que saco!

E isso tirou mais risadas dos ali presentes, principalmente de Biel. 

- Voltando!... Mas eu não gosto de você desse jeito. E Gabriel, eu queria poder te ter na minha vida de novo, como um dos meus melhores amigos. Na verdade, vocês dois. Eu errei bastante com vocês. Éramos amigos e eu vacilei. E então?

- Claro, amigão! Mas amigos se chupam.

David descaradamente, como sempre, fala. Deixando um Leo meio risonho e constrangido.

- Cala a boca, David.

Fala o mais novo dos três presentes, meio irritado e talvez ciúmes da interação dos dois outros. 

- Gabriel?

- Tá! Amigos de novo, mas se fizer merda eu... Eu... Eu falo 'pros outros te quebrarem na porrada. 

- Fechado. 

O final do dia se resumiu com os três adolescentes conversando aleatoriamente, rindo e fazendo comentários pervertidos, como todo o adolescente normal faria. Foi um dia e tanto, mas no final tudo deu, quase, certo.