Capítulo 11

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O fim de semana estava disposto a passar rapidamente e exceto pela manhã de sábado, onde encontrei Regina Mills em um estado duvidoso, parecia-se com todos os outros. Deu o que fazer para explicar a Branca o porquê da minha demora em comprar nossos cafés e claro, por que havia voltado sem eles. Contei a verdade, mentir para ela era perda de tempo e apesar de tudo, tinha a Srta. B como a minha maior confidente.

Nunca fazíamos planos para o fim de semana, vivíamos constantemente em uma monotonia que começava a incomodar Henry, pois ele estava na idade de explorar coisas novas e querer brincar com tudo. Com um pouco de insistência, tanto do garoto quanto de Branca, aceitei o convite de irmos ao cinema essa noite, um pouco preocupada com o horário, já que no dia seguinte teria que trabalhar.

Ajudei a mulher mais velha com os serviços da casa, colocando para lavar uma pilha de roupas. À medida que ia separando todas elas, encontrei a minha jaqueta vermelha, a mesma que cobriu o corpo da morena no dia passado. Apanhei-a como se fosse uma obra-prima e a aproximei lentamente do meu rosto, fungando no tecido através do couro o ar aromatizado por um perfume doce, suave. Sabia que aquele cheiro não pertencia a mim e quando funguei novamente, senti o centro latejar ao lembrar-me do corpo de Regina roçando ao meu naquela boate.

— Mãe, o que tá fazendo?

Cheguei a sair do lugar ao ouvir a voz do menino, recobrando a consciência joguei a peça com as demais roupas e só assim, voltei a encará-lo.

— Nada, kid. – me aproximei. – O que faz aqui em baixo? Não deveria estar ajudando a Srta. B com a louça?

— Já terminei mãe e vim ver se você precisava de ajuda. – respondeu sorrindo, subindo as escadas devagar. – Você sabe, eu sou muito forte!

Segurei o riso para não constrange-lo, Henry tinha apenas quatro anos, mas já falava e pensava como um garoto muito mais velho. Essa é a parte que mais me cativa nele. – Hum Sr.Forte, que tal você ir tomar um banho para não nos atrasarmos?

Antes mesmo de eu falar uma segunda vez, ele saiu correndo pelo corredor e tratou de subir as escadas que dava aos quartos o mais rápido que conseguiu. Sorri com a ansiedade evidente que ele mostrara, já se fazia algum tempo que não saíamos para nos divertir juntos, nós três, nossa pequena família.

O filme que Henry havia escolhido não era um dos melhores, mas visando a sua idade, não poderia exigir muito da faixa etária permitida. Branca parecia se perder no filme, assim como ele. Enquanto eu deixava a mente aflorar para outras dimensões. Neguei primeiramente aqueles pensamentos, sabendo que de uma maneira racional, pensar em Regina me mataria aos poucos. Mas assim mesmo me deixei levar, enchendo a cabeça de coisas e o corpo de faíscas.

Quando os créditos já estavam começando a aparecer, senti uma mãozinha agarrar a minha no meio da escuridão, puxou-me para perto e sussurrou:

— Obrigada por me trazer aqui hoje, mãe.

Beijei-lhe as bochechas. – Prometo que faremos isso com mais frequência amor. – levantei quando as luzes se acenderam, caminhando atrás de Henry para sairmos dali.

Branca e Henry caminharam saltitantes por todo caminho, observei-os de longe, vendo a alegria do menino em contemplação com a atenção recebida da mulher baixinha. Formavam uma dupla e tanto, até pareciam parentes. Dispersa por manter os olhos nos dois, não me dei conta de que alguém vinha em minha direção e só descobri isso quando me esbarrei em uma estrutura forte, robusta.

— Cuidado por onde anda! – disse de forma hostil.

Quando me virei para pedir desculpas o conheci de imediato, aquele rosto não era fácil de se esquecer. – Sr. Gold, desculpe-me...

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