Capítulo 4

55 2 0
                                    

EMMA NOLAN SWAN


Minha cabeça parecia que ia explodir, com direito a miolos e sangue por toda parte. As roupas encharcadas e claro o cabelo desgrenhado me fez pensar em não passar pela catraca e voltar de vez para casa. Quando comecei a me afastar, não me dei conta de que alguém estava atrás de mim e em um susto, acabei esbarrando em um homem de meia-idade, com cabelos castanhos na altura dos ombros, olhos penetrantes e indecifráveis.

— Desculpe-me, não o vi. – mesmo com a imensa falha na voz, fiz o pedido, já que suponho que ele esperava algo pela minha inconveniência.

— É, eu pude perceber. – limpou suas vestes, sem ao menos disfarçar e voltou a me encarar. – O que você faz aqui? Ainda mais da maneira que está?

Engoli seco, me autoanalisando por poucos segundos. "Será que estou tão mal assim?" – pensei.

— Trabalho aqui. – respondi na oitava menor, colocando o meu cabelo ao alto e prendendo-o com um coque.

— Hum. – passou os olhos pelo meu corpo mais uma vez. – E trabalha assim?

— Não.. Nã-o. – para quem me conhecia, sabia que quando eu começava a gaguejar era porque estava muito envergonhada. – Eu acabei que por me perder no tempo e dado a pressa, mal percebi que começara a chover.

— Hum.

Essa era sua única resposta, "hum"?

— Como se chama? – resolvi perguntar, já que esquecemos de nos apresentar.

— Robert Gold. Você? – respondeu com desdém, como se repetisse a pergunta apenas por educação.

— Swan, Emma Swan. – respondi sem graça, um pouco indignada pela desfeita evidente em sua curta fala.

— Diga-me, Srta. Swan... – apoiou-se um pouco mais naquela bengala, cuja qual não havia percebido até o momento. – Regina Mills sabe do seu atraso?

Paralisei no mesmo segundo, constrangida e ao mesmo tempo receosa em responde-lo. Abracei as minhas próprias mãos na altura do meu quadril e encarei o chão. Quando criei a divina coragem para enfim dar uma resposta conveniente, ele havia sumido.

"Droga Swan, agora você precisa entrar, sabe lá deus o que ele vai falar pra sua chefe."- balbuciava para mim mesmo à medida que a catraca se aproximava, sentindo os joelhos bambearem em apenas pensar que teria que me explicar para Mills.

Assim que adentrei o local tive sorte, pois a única que se atentou no barulho da porta foi Belle, enquanto os outros mantinham-se vidrados na tela à sua frente, seja em bobagens ou em planilhas diversas.

— O que foi que aconteceu com você, menina?

Coloquei minha bolsa na mesa e joguei-me na cadeira ao lado, sentindo as têmporas latejarem.

— Emma por que está assim? – perguntou baixinho, encostando-se na quina da mesa.

— Eu tô tão ferrada. – murmurei, abaixando a cabeça e colocando-a sobre a madeira fria.

— Bom... Isso é evidente, Regina odeia atrasos. – se ela estava tentando me ajudar, essas palavras não funcionaram nenhum pouco. – Mas... fica calma. As vezes, só as vezes... não passa de um bom sermão.

— As vezes? – levantei um pouco para encara-la.

— Ah... relaxa.

— Belle, eu tô toda encharcada, o meu cabelo está horrível e ainda por cima, estou com quase uma hora de atraso. – falei em um fôlego só. – Como que eu vou relaxar?

THE LAST CHANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora