Me Voy

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Acordei no dia seguinte assustada havia me esquecido onde estava, me sentei na cama e fiquei recostada naquele monte de almofadas, meu corpo doía um pouco talvez pelo tempo que fiquei deitada. Minha cabeça um pouco confusa atrasou meu raciocínio, me esforçava para lembrar dos acontecimentos, quando a porta do quarto se abriu e vi minha mãe, me senti bastante aliviada.

-Oi minha filha, como você está se sentindo?

-Estou um pouco tonta ainda. São que horas?

-Não se preocupe com isso, descansa mais um pouco

A minha memória me trazia acontecimentos soltos lembrei do show, da viagem com Manuel, da casa dele, lembrei do convite que fiz a Maria e por fim da ligação dela que foi a razão do meu mal estar. Minha mãe parecia saber de tudo o que aconteceu e não estava disposta a me dar qualquer informação sobre a partida dela, na verdade ela se sentia aliviada.

-Mãe eu quero ir pra casa

-Nós iremos assim que estiver melhor

-Eu não vou ficar melhor, a senhora sabe.. por favor vamos embora

-Any minha filha, daqui a pouco aqui será sua casa. Fica tranquila ok?

-Mãe.. - supliquei segurando sua mão, mas ela não me olhou e voltou sua atenção ao celular

-Filha, liga para o seu produtor, ele está preocupado com você

Peguei o celular da mão dela e pedi que me deixasse a sóis ela negou dizendo que não sairia do meu lado, eu respirei fundo para não discutir e pedi novamente, ela insistiu dizendo que não me deixaria cometer atitudes impulsivas. Depois de um diálogo cansativo consegui que ela saísse do quarto por alguns minutos, minutos esses que foram suficientes para eu saber detalhes da viagem com o Guille, no inicio ele não quis me responder mas foi vencido pela minha insistência. Seu vôo sairia às 11:30 meu coração gelou e senti que teria outra crise nervosa, tratei de respirar mais devagar e não me apavorar.

Não quis me contar mais nada sobre Maria, ele parecia bem receoso, talvez porque prezava meu bem estar. Disse que a imprensa soube do meu mal estar e que era melhor eu não voltar para a capital naquele momento. Minha mãe voltou ao quarto com cara de poucos amigos e sentou ao meu lado na cama como um cão de guarda, achei melhor encerrar a ligação até porque a informação que eu queria já estava mais que confirmada, ela estava me deixando outra vez.

-Seu noivo disse que a noite vem te ver. Ele teve que comparecer a uma reunião de emergência

-Mãe para! Me deixa sozinha

-Any se controle, agora você tem um casamento para organizar

-Eu só quero que você saia do quarto e me deixe sozinha - minha voz já não tinha forças, o choro não me deixou continuar

-Ainda bem que ela fez a escolha certa e foi embora de uma vez.. esteja bem quando Manuel voltar Any - Ela levantou indignada com minha postura e saiu do quarto.

Deitei naquela cama gigante e me encolhi como um filhote sem abrigo, abracei meus braços e chorei com o rosto enfiado na almofada para abafar o som. Chorei todos os momentos que passamos desde que nos reencontramos, chorei por cada dia cinza que viria sem a voz dela no meu ouvido, chorei até que meus pulmões não aguentassem mais, as lágrimas que escorriam eram da alma, que agora esta triste e só. Quando as lágrimas sessaram adormeci e encontrei em um sonho o sorriso dela me devolvendo a esperança.

Hoy Que Te Vas (Portiñon) Onde histórias criam vida. Descubra agora