Lo Intentaré

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E mais uma vez só consegui dormir na casa da minha irmã, depois de ter me distraído bastante com minhas sobrinhas, a ligação da Any acabou comigo, se eu achava que tinha encontrado o caminho do esquecimento tive a prova viva de que não passei nem perto da porta de superação, vejo isso como algo muito ruim definitivamente não queria gostar dela tanto assim, não sei mais como tentar me enganar. Fiz uma coisa muito errada ontem com a Michela , cancelei nosso primeiro jantar por culpa de uns dois minutos de Any susurrando no meu ouvido com aquela voz mansa, eu ensaiei esse reencontro centenas de vezes e  em todos eu me saio muito bem muito firme e de cabeça erguida, mas ontem eu saí fugindo e dei as costas para alguém que pode me salvar.

Minha irmã vai fazer uma reunião aqui hoje, talvez seja a hora de apresentar Michela a família, e uma boa maneira de me desculpar também. Minha mãe veio me buscar aqui no quarto para que eu a ajudasse com a organização na verdade ela não precisava de ajuda só não queria me deixar atoa, meus pensamentos contaminam meu ser mais rápido quando fico ociosa, nem meus desenhos estão me livrando, eu olho para o caderno pego o lápis e só sei reproduzir o rosto dela sorrindo para mim.

A única pessoa que sabe sobre a Michela é Blanca que por acaso estava comigo quando a conheci em Milão, desde então temos conversado todos os dias ela diz estar apaixonada e disposta a me conquistar, Any ia casar com o Manuel e eu poderia me reconstruir talvez me apaixonar novamente mas tudo mudou com essa ligação. Eu preciso ser firme, essa não é a primeira vez que ela vem atrás de mim e bagunça toda minha vida depois vai embora e me deixa destroçada .

Michela aceitou vir mais tarde vou até sua casa busca-la e aproveitar para me desculpar. Estamos no caminho de volta para casa da Claudia, por sorte Michela me desculpou e aconteceu algo que não sei julgar de foi bom ou ruim, ela me roubou um beijo o nosso primeiro para dizer a verdade, não comentei nada sobre ele. Durante o trajeto ela ficou olhando pela janela, não tocou no assunto e eu não sabia bem o que deveria fazer, toquei em sua mão no intuito de demonstrar que tudo estava bem. O toque de seus lábios nos meus não me remeteu a nenhuma emoção, não senti absolutamente nada e me frustei com isso.

Contornei esse clima estranho antes de entrarmos, virei seu rosto para mim sutilmente e a beijei com delicadeza, ainda não sentia nada mas fiquei satisfeita de ver seus olhos brilhando para mim, estendi a mão para ela e e entramos juntas, suas mãos suavam pelo nervosismo de conhecer minha família. 

A casa como sempre estava toda aberta, a mesa era no jardim e não havia ninguém do lado de dentro, dava para ouvir as gargalhadas e o barulho dos talheres tocando os pratos, abri a gigantesca porta de vidro que dividia a sala de estar da área externa e vimos aquela grandiosa mesa repleta de pratos saborosos, sentados a ela estavam todos sorridentes e brincalhões mas assim que perceberam nossa presença fecharam o sorriso e mostraram caras surpresas e nervosas, se entreolharam tentando encontrar alívio para a cena mas tudo ficou ainda mais constrangedor quando Cláudia surgiu por aquela mesma porta trazendo uma travessa de doces acompanhada por Any que carregava uma das minhas sobrinhas no colo.

Hoy Que Te Vas (Portiñon) Onde histórias criam vida. Descubra agora