Capítulo 2 - Um dia de aulas normal

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Bom, parece que cheguei à escola... Parece que continua a mesma merda de sempre, arg...

- Adeus Filho, e desculpa mais uma vez.

- Sim, adeus pai.

Ao sair do carro vejo o grupo de rapazes que me faz a vida num inferno. O meu pai vai se embora, então vou andando até à entrada da escola e começo a acelerar o passo, quem sabe ele não entenda que passei por aqui.

Ouço alguém a gritar algo:

- OH GAYZÃO QUE ESTÁS AQUI A FAZER? NÃO DEVIAS TAR A COMER CUS?

Continuo a andar e fingir que n ouvi nada, ouço o alarme da escola mas não vou já para a aula para não ter o risco de encarar ninguém desnecessário, refugio-me na sala de arrumos, parece ser o único sítio que tenho descanso nesta escola...

Estava quieto sentado a olhar para as vassouras até que ouço alguém a mexer na porta. Merda, será a auxiliar?

A porta abre e logo noto que não é uma auxiliar, e sim o Hugo com os seus amigos Pedro e Martim. Será que não posso viver em paz?

- Então oh gayzão, estavas a bater uma punheta?

- Não, e deixa-me em paz - Tento passar por eles mas sem sucesso, o Hugo empurra-me com uma força extrema e acabo por ir contra a parede.

- Onde é que pensas que vais? - Enquanto Hugo diz isso, ele apanha um canivete e aproxima-se de mim.

Não aguento e começo a chorar desesperadamente!

- Ohh, o Bebé está a chorar? Vamos ver se choras mais quando te esfaquear.

Uma auxiliar que vai a buscar uma vassoura depara-se connosco e pergunta:

- Os meninos não deviam estar nas aulas?

Hugo responde - Sim, estava so a perguntar se o meu colega estava bem, ele anda triste.

- Ok, façam isso no intervalo e não na sala de arrumos, vá aulas. Do que esperam? VÃO

Levanto-me e ao passar por Hugo sinto uma pontada no meu braço, andei o suficiente até não me conseguirem ver e fui à casa de banho.

Pois, o meu braço estava com um corte. Lavei a ferida e estanquei o sangue, não consigo meter nada agora como direi que me magoei?

Fui a correr para a aula para não ter mais acidentes, ao virar no corredor fui contra um rapaz, acho que nunca o tinha visto na escola. Nós batemos com a cabeça um no outro e caímos.

- Desculpa, estava a correr porque estou atrasado para a aula.

- Não faz mal, como te chamas?

Nem foi preciso pensar muito, da forma que ele falava e se mexia, entendi logo que ele era gay.

- Chamo-me Tomás.

- Prazer, eu sou o Lucas. Acho que podes me conseguir ajudar, sabes me dizer onde fica a sala 18?

Não acredito, é da minha turma!

- Sei, vou ter aulas lá agora mesmo. Vêm comigo que levo-te lá.

- Muito obrigado!!!

Chegamos à sala, como sempre entro e tenho toda a gente a olhar para mim virada para trás, já me habituei nem ligo mais aos outros a falar em como chego sempre atrasado.

- Professor, podemos entrar?

- Podem sim, Menino vêm cá. - Apontando para Lucas.

- Sim Professor

O Professor mandou o Lucas se apresentar, o Lucas é não sei... Diferente, tem uns olhos castanhos e meigos, a boca dele é pequena e deixa-me a pensar como seria beija-lo. Calma o que estou eu a pensar? Calma Tomás, foca-te!

- Tomás?

- Ah, sim professor?

- Diz-me, o que o teu colega estava a falar agora?

- Desculpe Professor não estava atento.

- Tomás, isto é inadmissível! O teu colega é novo e merece respeito. Por favor tem mais atenção e não penses só em ti.

- Sim, desculpe.

Eu não entendi o motivo de ter recebido aquele sermão, é apenas uma apresentação...

...

Neste momento estou a ir para o portão da escola a correr para que Hugo e seus amigos não me apanhem, até que ouço alguém a gritar por mim:

- TOMÁS! ESPERA!!

Olho para trás e vejo que é o Lucas, ele é realmente bon... O que estou eu a pensar outra vez?!

- Tomás, posso ter o teu número?

- Porque precisas dele?

- Bom... Sou novo e quero fazer amigos e pareces a única pessoa boa nesta escola... - Enquanto ele explica-me os seus motivos para dar-lhe o meu número eu observo a boca dele, os olhos, o cabelo, os sinais da cara, as suas calças, os seus ténis. Eu não sei o que se passa comigo.

Lucas da-me o telemóvel dele, e manda-me pôr o meu número. Eu acabo por meter já que ele quer tanto, porque não?

- Obrigado! Vemo-nos amanhã Tomás!

- Sim, até.

Vou me embora, e faço um sorriso, finalmente fiz um amigo! Um amigo de verdade! Ele cheira mesmo bem... As vezes penso se sou gay... Mas espero que não, o meu pai não iria aguentar.

Entro no carro, já que a minha mãe me veio buscar. E vamos ao shopping.

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