Our Beginning

Copacabana

08, 09, 10 e 11 de Dezembro de 2018

Entro no carro e jogo minha pequena mala no banco de trás, deixando o lado do passageiro livre. Não faço ideia para onde vou, mas tenho certeza que vou me surpreender. Ele sempre me surpreende. Ao alcançar a rua em direção ao seu apartamento, a música que se inicia no rádio me faz sorrir involuntariamente. Eu pego o celular e abro o Instagram. Já sei o rebuliço que isso irá causar, mas tenho a leve impressão que Nicolas e eu não teremos tempo de ver a loucura que ficarão as redes sociais. Gravo um storie assim que a música chega ao refrão, e apesar da câmera estar voltada para a rua, canto junto, sei que minha voz ao fundo o deixará ainda mais louco. Abro rapidamente sua janela de mensagens e aviso que estou chegando, bloqueando o celular sem esperar sua resposta ao meu áudio ou ao meu storie. Estaciono rapidamente o carro na entrada de seu prédio, e já o vejo vir em minha direção vestindo uma calça completamente rasgada nos joelhos e uma camiseta preta, meu sorriso preferido estampando seu rosto. Ele traz uma pequena bolsa com seus pertences e eu reviro os olhos, como homens podem precisar de tão pouco? Respiro seu cheiro que envolve todo o carro assim que ele abre a porta e senta ao meu lado. Sem demora, ele coloca sua mão em meu pescoço e envolve minha boca em um beijo, juntando nossas línguas. Quando minha mão alcança sua nuca e afunda em seus cabelos, ele sorri entre o beijo e então se afasta para sussurrar em minha orelha.

- Eu quero te namorar, - Ele roça seu nariz em minha bochecha. - Amor. - O som abafado de sua voz causa uma umidade em minha calcinha, e eu mordo os lábios enquanto aperto as pernas, tentando conter o desejo de agarrá-lo bem ali.

- Para onde vamos? - Pergunto ainda tentando me recuperar.

- Troca comigo. Eu dirijo. - Ele abre a porta do carro novamente e desce, e eu pulo para o banco do passageiro assim que ele sai. Nicolas assume o volante e se recusa a dizer para onde iremos. Durante todo o caminho, minha mão repousa em sua nuca, e por vezes arranho levemente a parte de suas costas que consigo alcançar sob a camiseta. Sua mão livre, por sua vez, acaricia meus braços nus, e vez ou outra passeia por minha coxa, chegando próximo a minha virilha, e eu agradeço por estar de calça jeans e não de vestido, pois tenho certeza que minha calcinha não chegaria intacta. Dirigimos por aproximadamente meia hora até nosso destino e eu já conseguia imaginar o tipo de surpresa que Nicolas havia me preparado para mais aquele mês de comemoração. Quando adentramos o estacionamento do Emiliano, não pude evitar de olhar para ele e balançar a cabeça em descrença apesar de um grande sorriso tomar meus lábios e uma grande expectativa acordar as borboletas em meu estômago.

- Você é louco, Nicolas. - Digo ainda sem acreditar.

- Por você? Sim. - Ele sorri e me dá um rápido selinho assim que para o carro e o manobrista vem em nossa direção. - Você sabe que não posso deixar nosso dia 08 passar despercebido. - Eu balanço novamente a cabeça descendo do carro e logo Nicolas está ao meu lado, abrindo a porta de trás e pegando nossas coisas. Com sua mão livre, ele cruza nossos dedos e me puxa para dentro do hotel. Na mesa de check-in, ele sussurra algumas palavras para a atendente e eu reviro os olhos, em qual momento eu serei agraciada com as informações todas dessa noite? Desisto de ouvir o que ele está dizendo e me afasto para observar o local, pelo menos assim Nicolas provavelmente resolverá as coisas mais rápido, já que não precisará praticamente fazer mimica com a mulher. Paro para ler algumas informações dispostas em um pequeno mural quando sinto um de seus braços me envolver a cintura por trás. Nicolas afasta meus cabelos para o lado e beija a parte livre de meu pescoço, fazendo questão de encostar sua língua durante o beijo. Sinto minhas pernas tremerem e fecho os olhos, tentando manter a sanidade.

- Amor, estamos no meio do Hall do hotel, pelo amor de Deus. - Eu digo, mas ele continua roçando seu nariz no meu rosto e eu não tenho forças para me afastar, nem ao menos abro meus olhos. É como se fossemos invisíveis ou como se somente nós existíssemos nesse momento.