Capítulo 2

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Levo o pequeno para a ambulância e os paramédicos começam os primeiros socorros, eles saem e eu rapidamente entro no meu carro indo atrás da ambulância, as sirenes estavam ligadas e estávamos em alta velocidade, não demora muito tempo para chegarmos no hospital e eu entro junto até a recepção para fazer o registro do garoto, coloco o meu numero como contato de emergência e digo que devem me avisar assim que ele acordasse, volto ao carro e olho o meu uniforme manchado de sangue, suspiro e volto para a delegacia onde me troco, vou até minha mesa junto das mesas de outros policiais, começo a fazer o meu relatório enquanto procuro informações sobre os familiares dos Felipe, a criança de hoje, logo Beatriz chega ao meu lado e coloca alguns papéis em cima da minha mesa, não tinha muita coisa.

- Pesquisei sobre a família do sobrevivente, ele tem apenas os pais e o irmão mais velho, seus pais são filhos únicos e os avós morreram já a muito tempo, encontramos apenas uma madrinha registrada pela família para esse tipo de caso, estamos tentando entrar em contato e ela não atente, o numero esta aqui r o chefe falou que você não sai daqui até o relatório estar em cima da mesa dele.

- Obrigado, já comecei o relatório e pode deixar que eu vou tentar contactar a madrinha do garoto

Beatriz dá um sorrido meigo e se afasta voltando para a recepção, volto a me concentrar na elaboração do meu relatório, estava um pouco incomodada, os acontecimentos de hoje havia mexido com minha cabeça me lembrando de coisas desagradáveis. Depois de algumas horas eu termino o relatório e entrego para o meu chefe, vou para o vestiário cansada vendo que já estava em minha hora de ir para casa quando recebo uma ligação do hospital, o pequeno não podia passar a noite sozinho no hospital por ser menor de idade, me troco rapidamente e vou até o hospital com a minha moto, nem mesmo espero Beatriz para dizer onde eu ia, ao chegar no hospital me falam o quarto do Felipe e eu me dirijo para lá, vejo ele dormindo pacificamente na cama e me sento na poltrona ao lado da cama, estava exausta mas ainda tinha muito a fazer, fico o observando e pego o meu celular, havia lido tantas vezes o numero da madrinha dele que já havia decorado, começo a discar e nada, após a quinta tentativa atentem o telefone.

- Alô, quem é?

- Com licença, aqui é a polícia Myler do departamento de polícia, estou procurando pela senhorita Gonçalves.

- Lamento informar, mas a senhorita Gonçalves faleceu a pelo menos 5 anos atrás, sou o irmão mais novo dela

- Lamento a sua perda, mas acredito que essa não é a única má notícia, a família Ferreira sofreu um ataque, apenas o mais novo sobreviveu, sobre a tutela da criança...

Ele me corta falando meio irritado:

- Não quero, apenas minha irmã era a madrinha, mal consigo sobreviver sozinho sem minha irmã, não vou cuidar do filho de ninguém, não quero mais uma peste na minha vida, já basta as dívidas que minha irmã me deixou!

- Mas senhor, se você não ficar com a tutela dele, o menino vai ser mandado para o orfanato.

- Não me importo, não vou ficar com mais um problema que minha irmã deixou sobre as minhas costas, pode ficar com a criança para você já que se preocupa tanto! Fique com ele, o coloque no orfanato, faça o que quiser!

Ele desligou em minha cara e eu suspiro com pesar guardando o telefone, queria sim a guarda dele, o adotar mas não queria que fosse assim, me senti subitamente feliz por todas as minhas ligações serem gravadas, poderia me ajudar caso houvesse algum problema no futuro, depois de não menos que meia hora meu celular começa a tocar e eu o atendo rapidamente sem nem ver quem era, estava preocupada que acordasse o pequeno.

-Alô

- Kat! Onde você está? Saiu sem dizer nada, cheguei em casa e você não estava.

- Estou no hospital...

A Herdeira do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora