Capítulo 7

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Uma semana se passou

Isso mesmo, mais uma semana se passou, eu derrotei aquele ômega e sai do local o mais rápido possível, quando já sentia que estava segura eu parei, cuidei das minhas feridas e descansei um pouco antes de voltar para casa onde encontrei Felipe e Bia tensos e preocupados a minha espera, foi fofo, hoje é sexta feira e também o ultimo dia antes das férias da escola do meu filhote, quem diria que já estamos nas férias de meio de ano, agora estou aqui terminando o café da manhã, não fiz muita coisa, apenas cortei algumas frutas, fiz panquecas e um suco, fora isso tem o bolo que eu sempre faço na noite anterior para não precisar acordar muito cedo, termino e vou para o quarto do meu filho, bato levemente na porta e entro em seguida o vendo dormindo tranquilamente, sorrio e me sento ao seu lado fazendo carinho em seu rosto, dou um beijo em sua bochecha e sussurro em seu ouvido:

- Bom dia filho, está na hora de acordar, não pode se atrasar para o seu último dia de aula

- Só mais 5 minutinho mamãe...

- Nem pensar meu amorzinho, se não se arrumar agora as panquecas vão ficar frias

- Panquecas?

Ele se levanta em um pulo ao ouvir das panquecas e corre para o banheiro para tomar banho, sorrio a saio do quarto fechando a porta então vou para o quarto da Bia e bato na porta

- Entre

Sorrio e entro vendo Bia sentada na cama enquanto amarra o tênis, vou até ela e bagunço os seus cabelos

- Para Kat! Você sabe que eu odeio isso!

- Vem logo tomar café da manhã, já está pronto

- Ok, estou indo

Volto para a cozinha me sentando e esperando por eles, coloco minha mão na minha nuca e puxo um fio de cabelo para fora da touca, fico enrolando a pequena mexa em meu dedo enquanto olho para baixo, meu corpo ainda não esta curado mas graças a cura acelerada se eu não me esforçar vou ficar bem, ainda sim estou com vários hematomas por todo o corpo, não sei como não quebrei a coluna naquela arvore, suspiro e subitamente sinto um puxão no cabelo, olho para traz assustada e vejo Bia com minha touca na mão e meus cabelos loiros caem sobre meus ombros e costas, eles eram longos até de mais chegando até metade das minhas coxas, ele é bem liso e ficou todo bagunçado por causa da Bia, reviro os olhos bufando e estendo a mão para a minha amiga, meu pequeno filho traíra estava ao lado dela sorrindo para mim.

- Devolve! Por sua causa meu cabelo está todo bagunçado!

- Vingança!

- Mamãe, por que não deixa assim? É tão bonito! Parece um rio dourado!

- Filhote, deixa eu te contar um segredo, depois que eu sai da minha alcatéia eu comecei a usar essa touca por dois motivos, o primeiro é que a mamãe não gosta de seu cabelo, não tenho uma boa autoestima e a mamãe prometeu que iria sempre se manter discreta, ao menos até encontrar o seu companheiro, meu cabelo não é chamativo?

- Um pouco, mas ainda é muito bonito!

- Obrigado meu anjo, agora vamos comer

Bia me devolve minha touca e eu arrumo finjo que arrumei meu cabelo com os dedos em seguida fazendo um coque falso sem prendedor e colocando a touca de novo, comemos entre conversas e gargalhadas e logo depois de pouco tempo eu saio de moto junto ao Felipe indo para a sua escola, paro na frente do local e o meu filho tira o capacete me entregando, sorrio e tirando o meu capacete e dou um beijo na testa dele que sorri e corre para dentro da escola já ouvindo o sinal que indica o começo da primeira aula, volto para casa depois disso e começo a fazer os afazeres domésticos, enquanto isso Bia ficou na cozinha mexendo com uns papéis, parecia bem concentrada, eu não demoro muito para terminar e vou para o meu quarto, pego um livro e volto para a cozinha ficando ao lado da minha amiga enquanto leio, gostávamos de ficar assim, podíamos estar fazendo coisas diferentes mas estar no mesmo ambiente fazia com que nos sentíssemos próximas, aos poucos comecei a me sentir estranha e inquieta, o tempo pareceu se arrastar, quando o horário de buscar meu filho chegou fiquei realmente aliviada, não ter nada para fazer me deixa com uma sensação ruim e a Bia me proibiu de treinar até estar totalmente curada, depois de chegar em casa com o Felipe comecei a me sentir ainda mais inquieta e desconfortável, deixo meu filho lendo um livro infantil no sofá e vou até a Bia.

- Vou dar uma volta na floresta, estou me sentindo inquieta de mais, precisar tentar esvaziar a cabeça

- Ok, mas tome cuidado

- Olhe o Felipe para mim, ele está na sala

Saio de casa pela porta dos fundos e vou andando pela floresta, o sol se pondo lentamente e sua fraca luz atravessando as folhas das arvores, o ar puro da floresta e a sua beleza me hipnotizam, quando percebo já estou perto de um lago e com os pés doendo de tanto andar, tiro a sapatilha que estava usando e coloco os meus pés na água fria relaxando um pouco, fico assim por uns minutos e depois saio colocando as sapatilhas, vou andando de volta para casa quando tenho a sensação estranha de estar sendo observada, paro de andar e foco em meus sentidos, meu perseguidor estava um pouco atrás de mim escondido pelas arvores, grande, provavelmente em forma de lobo, esta sozinho então devo deduzir que é um lobo de patrulha ou um ômega, pelo cheiro, ômega não é, começo a correr até a minha casa e subitamente me transformo saindo correndo o mais rápido que podia, vendo que foi descoberto o lobo sai de seu esconderijo e me persegue e podia ver mais lobos chegando e entrando na perseguição, porem eu conheço a floresta melhor que eles, consigo manter eles um pouco afastados e chego em casa me transformo na porta da casa e entro pego um vestido para emergência que fica ao lado da porta e o coloco me afastando um pouco da porta, meu coração bate forte, meu filho e minha amiga estão aqui, preciso proteger eles a todo custo, logo a porta é aberta com brutalidade, um cheiro realmente marcante invade meus sentidos e no meio daqueles homens vestidos de forma tão simples estava um homem alto, cabelos negros como a escuridão e olhos azuis enigmáticos, meu coração para uma batida enquanto o olho, sinto no fundo da minha alma algo diferente.

- Minha!

Sua voz era grossa e rouca e saiu quase como se fosse um rosnado e com o fio de voz que me restava acabo respondendo de forma instintiva

- Meu...

Ele me olha com uma expressão que eu realmente não conseguia identificar o que era, foi nessa hora que sinto braços em minha cintura e ao olhar para baixo via Felipe se jogando em mim e me abraçando com lagrimas nos olhos.

- Mamãe, quem são eles? Estou com medo!

Nesse momento eu praticamente esqueço como respirar e rapidamente escondo o meu filho o colocando atrás de mim, estava nervosa, ofegante e com medo, olho novamente para o meu companheiro e meu mundo praticamente cai por terra quando eu vejo a dor em seus olhos, aquela dor é por minha causa, para nos é normal encontrar o seu companheiro então muitos se guardam, principalmente as mulheres e mesmo se não se guardarem, é quase um tabu ter filhos de alguém que não é seu companheiro, é o mesmo que os trair da pior forma possível, era isso que ele estava sentindo, traição, o medo me dominou, aconteceu esse tipo de coisa em nosso mundo algumas vezes e na maioria o lobo matou o filhote e a companheira ou apenas o filhote e fez coisas ruins a companheira, eu apenas não podia deixar ele fazer mal ao meu filho, recuo um passo com medo e vejo Bia entrar apresada na sala.

- O que está acontecendo aqui? Quem são eles?

Respirando fundo o meu companheiro dá um passo à frente enquanto me olha fixamente e eu recuo mais um passo apavorada o que faz com que ele pare de andar.

- Eu sou Noah Nindberg supremo alfa e o companheiro dela

- Su-supremo?...

Ele da um meio sorriso debochado com a minha reação, preciso me acalmar, começo a respirar fundo e o olho firme, meu filho de agarra mais a mim e o meu companheiro rosna, desvio o olhar para a Bia sentindo uma dor horrível em meu coração.

- Pegue o Felipe e fique no quarto

- Mas...

- Agora!

A corto com firmeza quando ela tenta contestar e ela vem ate mim pegando o meu filho e o levando para longe, pude sentir o meu companheiro relaxar depois que ele saiu, ele olha em volta e depois olha para mim com raiva.

- Você teve um filho! Como ousa?!

Olho para ele levantando uma das minhas sobrancelhas.

- Como eu ouso?

Dou um risada sarcástica e dou um passo a frente, posso ver um pouco de confusão em sua expressão pela minha mudança de atitude.

- Supremo, cuidado como fala comigo por que eu não sou um dos seus, não lhe devo minha lealdade! 

A Herdeira do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora