02 • Prólogo Álcool

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Spend the rest of your days
Rocking out just for the dead.

Desert Song — My Chemical Romance


     — Eu já disse que é impossível. — gritou o homem que andava de um lado para outro em um escritório cheio de itens luxuosos, prêmios lotando as prateleiras e paredes. — Eu não quero saber Jeff, ou você resolve logo esse problema ou está demitido, sem conversa.



     Do lado de fora do enorme escritório um homem sentava em um tipo de recepção prestando atenção em todos os gritos sendo desferidos na outra sala, para quem não estava inteirado do assunto poderia parecer louco os gritos sem respostas, mas não para Ray, estava mais do que acostumado com os chiliques de seu chefe.



     — Eu não quero mais papo, eu te dou dois dias para fazer o que eu mandei, ou é rua, eu não me importo com os seus problemas, o prejuízo é bem maior do que qualquer outro assuntinho. — desligou o celular o jogou em sua mesa do outro lado do escritório sem nem se preocupar com algum dano. — RAYMOND. — gritou alto e não demorou nem dez minutos para o seu assistente entrar em sua sala.

     — Diga senhor Iero. — disse já ficando a postos com sua caneta e caderno de anotações.

     — Fique de olho no Jeff, eu preciso da leva de 15 anos para essa sexta ou ele é demitido. — disse se jogando na enorme cadeira de couro que ficava do outro lado de sua sala.

     — Mas senhor, não podemos demití-lo a sua mulher acabou de ter o segundo filho e ele está trabalhando dois turnos para poder pagar suas despesas, onde vamos achar alguém para cobrí-lo? — Ray sentiu seu peito apertar, sentia pena de quem trabalhava abaixo de seu chefe, e se considerava mais do que incluso nessa lista.

     — Eu não me importo, podemos contratar duas pessoas que façam o trabalho direito, ele não consegue nem dirigir uma caminhão direito. — bateu a mão na mesa.

     — Ele está vindo da Califórnia, são quarenta e três horas de viagem no mínimo, e ele não pode correr.

    — Eu disse dois dias, ou ele está demitido, se vira.

    — Certo senhor Iero, vou providenciar. — estava saindo da sala do outro, mas ouviu-o coçar a garganta como se o chamasse. — Mais alguma coisa senhor?

     — Sim, compre aquele salmão para o meu almoço de hoje, cansei de comer as carnes que enviam todos os dias. — o assistente assentiu com a cabeça enquanto anotava.

     — Anotado senhor Iero. — se retirou da sala e fechou a porta com cuidado.



     Iero and Sons Whiskey era atualmente a maior marca de uísque escocês em todo o mundo, apesar de não ser feito na escócia e sim na área rural de New Jersey, a marca de mais de cinquenta anos era passada de geração a geração começando pelo tataravô de Frank Iero, atual dono da marca, que desde seus 14 já sabia como a indústria trabalhava e com 16 já estava envolvido levemente com os negócios da família, Frank tinha um ótimo paladar, era incrível como o garoto desde cedo conseguia dizer se um uísque era bem envelhecido no carvalho ou se era apenas uma tentativa de destilado que não merecia seu tempo de degustação.

     Agora nos seus 26 anos de idade Frank era um dos homens mais sucedidos de todo Estados Unidos, abrindo filiais sem parar pelo país apenas aumento seu reino mais e mais, era conhecido por seu temperamento nada fácil, porém também era aclamado por esse, pessoas da área o consideravam respeitoso e profissional, um homem que não quer e nem pretende deixar o seu negócio da família cair no esquecimento e nem na falência, nem que isso custasse a vida de outros.

Art Drunk • frerardOnde histórias criam vida. Descubra agora