Solidão

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Kylo foi até o corpo de Finn e o levantou com a força, foi em direção á Millenium e entrou lá. Fui atrás e ele depositou o corpo de Finn com delicadeza no sofá. Ele olhou ao redor, como se muitas memórias viessem á tona. Ele tirou suas luvas e as colocou em cima da mesa. Foi até o painel e passou a mão na poltrona de piloto, onde o pai já havia se sentado tantas vezes. 

"Essa nave te traz lembranças boas?" 

"Nem todas tão agradáveis como você imagina." 

"Por que você os odeia tanto? Sua família?" 

"Você diz isso porquê não teve uma. Eu não os odeio, mas eles não eram como você pensa." 

Até que Kylo viu os dados de Han Solo pendurados, ele encostou com delicadeza, passando os dedos como algo delicado e a força nos mostrou.

Ben Solo - 10 anos

Ben estava sentado na mesma nave de seu pai, os cabelos pretos eram do mesmo jeito, lisos e caindo pelo rosto. Ele brincava com dois bonecos de madeira, enquanto o som de vozes brigando ao fundo se tornavam mais altas. Ben tentava ignorar, ele jurava que era apenas mais um momento de seus pais de desentenderem, mas ele sabia que era mais do que aquilo. Ele não aguentava mais ter que ir brincar com chewie ou com os droids, já que sempre acabava machucando as crianças. Ele gostava de lutar, correr, mas ás vezes sentia mesmo a força dentro dele e não sabia como controlar. Ele imaginava sobre o que era a discussão, sua mãe estava cansada de liderar as coisas sozinha e seu pai vivia viajando, ele odiava ficar em casa. Apesar disso, Ben amava passar um tempo com seu pai. Eles sempre brincavam de atirar, Ben era quase tão bom de mira quanto ele. Ben se divertia quando Chewie resolvia jogar na nave de seu pai, um jogo de estratégia com tabuleiros e personagens de holograma. Ele também gostava da mãe, mas ela quase sempre estava ocupada e não podia brincar com ele. Eles viviam se mudando de lugar, fugindo do Império, se escondendo. Mas nesse momento, Ben estava ouvindo os pais discutirem sobre ele:

"Você sempre está ausente, Han! Agora nós temos um filho e ele já fez dez anos! Ele está solitário, precisa de amigos, da família."

"Por quê você está me culpando? Você está com ele todos os dias, mas sempre trabalhando, querendo resolver os problemas do mundo, princesa!"

"Eu já te disse que tenho uma responsabilidade e não posso largar assim. Você só fica arranjando encrenca pela galáxia, como se já não bastasse os problemas que já temos!"

"Você nunca deixa eu levá-lo comigo."

"Mas é claro que não! Você quer levar nosso filho para esse mundo de contrabandistas que você vive, mas ele precisa de um lar e não um pai criminoso."

"Então leve ele para o Luke, lá ele treina crianças, Ben já sente a força e precisa de amigos que compartilhem o mesmo que ele. Pode ser como férias de verão." 

Ben lembra-se de ter se animado com a ideia, ele gostava do tio e como ele dava truques para usar a Força, mas ele não sabia que aquele lugar viraria seu suposto lar e que em como todos os lugares anteriores, ele não se sentiria em um lar de verdade. 



Saí da lembrança de Kylo e ele não olhou para mim, apenas continuou de costas. Não imaginei que com uma família tão boa, Ben se sentisse tão solitário. Han, Leia e Luke tinham sido como uma família para mim, eu os amava como uma filha de sangue. Mas agora sabia que não tinham sido assim com Ben, talvez tenham se esforçado para isso, mas não conseguiram ser a família que ele precisava. 

"Você foi tão solitário como eu." 

Kylo tirou um controle do bolso e apertou, toda a imagem da nave dele apareceu, com aquelas pessoas vestidas de preto da cabeça aos pés, esperando uma ordem. 

"Quero um piloto e um atirador na Millenium agora, quero que levem o prisioneiro em segurança até algum planeta mais próximo, a resistência irá busca-lo." 

"Como sabe que ele ficará em segurança?"

"Porquê as histórias se espalham rápido, seu amigo vai ficar bem." 

Dois troopers entraram e um se sentou no piloto, enquanto outro se dirigia para o atirador. 

"Vão até o planeta Koovu, lá nós temos algumas pessoas de confiança."

Esperava não me arrepender por dar essa informação. 

"Já sabem onde ir, não ataquem, não importa o que aconteça."

"Sim, Senhor."

Dei uma última olhada em Finn, passei a mão em seu rosto e me despedi

"Nos vemos em breve, meu amigo." 

Vi que o rosto dele começou a desinchar e alguns pontos roxos desapareceram.

"Vamos, eles precisam ir." 

Kylo saiu da nave e fui atrás, logo ele caminhou pela nave, todos olhavam para nós, me senti vazia sem meu sabre ou bastão, apenas o blaster de Han. Kylo abriu a porta de um quarto, ele era pequeno e escuro, todos os móveis tinham tons de preto, cinza e vermelho nada parecia confortável. 

"Meu quarto fica ao lado, tem uma porta que conecta se precisar de algo. Ela abre apenas com isso." 

Ele entregou á ela um cartão, possuía o símbolo da Primeira Ordem.

"Esse cartão abre qualquer porta?" 

"Não confio tanto assim em você. Ele abre a minha porta e a sua. Era apenas um quarto, mas ele era muito grande e desnecessário, então pedi que fizessem dois." 

"Ele é tão escuro, como consegue dormir aqui?"

"Não passo muito do meu tempo no quarto, só quando preciso. Você vai se adaptar. Descanse por hoje, amanhã iremos começar seu treinamento." 

Kylo saiu do quarto e a porta se fechou automaticamente. 

Longe das estrelas - Uma história ReyloOnde histórias criam vida. Descubra agora