Cristal Kyber

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*Antes de iniciar a leitura, quero pedir que me perdoem pela demora. Muitas vezes eu crio as situações na hora e depois daquela cena, minha criatividade estava zero. Precisei de um tempo. Espero que agora eu consiga me organizar melhor e dar uma história boa com um casal bem construído. Amo esse fandom. Obrigada! 


Andamos até um local do precipício que Kylo havia falado. Eu tentava não pensar no momento que havíamos tido há poucos minutos atrás e depois disso, o silêncio permaneceu. Entramos em um corredor que era coberto de paredes de gelo pelos dois lados, a transparência deixava o lugar lindo, como se houvessem grandes cristais pendurados. Uma luz interna vinha ao fundo da caverna, brilhos como pequenas luzes se aglomeravam nas paredes. Chegamos em uma área ampla que continha cristais cravados nas paredes, eles eram pequenos e compridos, apenas refletiam uma pequena luz. 

"São transparentes." 

"Sim, a cor vai mudar de acordo com sua conexão com a Força."

Fui até o centro onde tinham pedaços de sabres com tamanhos e cores diferentes, era como usar ferramentas de naves. Todas se encaixavam, eu poderia customizar da minha maneira. Olhei para trás e Kylo se mantinha no corredor, parado e observando. 

"Você não vai entrar?"

"Eu acho que não posso."

"Por que?"

"Me disseram que quem tinha o coração tomado pelo lado sombrio era proibido de entrar, por isso os Jedi sempre ficaram seguros aqui, é um lugar sagrado." 

"Você não quer tentar?"

Eu sabia que seu coração não era tomado pelo lado sombrio, eu era a prova disso. Nós somos ligados pela força, eu tenho momentos em que o lado sombrio me domina e mesmo assim, estou aqui agora. Kylo dá um passo e depois o segundo, sua mão vai na frente para testar a passagem. Ele está dentro, nada aconteceu. Ele espera alguns segundos, talvez algum tipo de terremoto ou um ataque surpresa, mas o silêncio continua. Kylo dá passos longos até mim e suspira. 

"Acho que tive sorte." 

Não queria assumir sua parte bondosa, assim como eu não queria assumir minha parte das trevas. Iniciei a montagem das partes do sabre, as peças que escolhi eram mais antigas e tinham a cor cinza acobreada. Encaixei partes mais arredondadas ao sabre, deixando apenas o meio para que eu segurasse com firmeza. As peças eram semelhantes aos entulhos que eu encontrava no lixão que trabalhava, tudo ali me lembrava o passado, Jakku. Kylo apenas observava, ele via como eu era habilidosa na montagem e viu os encaixes perfeitos que aloquei em cada centímetro do sabre. Na ponta adicionei uma mecânica rotatória para a lâmina, esperava que desse certo. 

"Você montou seu sabre com os mesmos detalhes de seu antigo bastão." 

"Ele não é antigo, eu ainda me sinto confortável usando. O sabre é apenas mais prático." 

"Certo. Hora do cristal então. Preparada?" 

"Vamos." 

Retirei um dos cristais da parede e o examinei atentamente. 

"Sinta a Força, fale com o cristal, ele vai escolher sua cor." 

Me sento de pernas cruzadas e fecho os olhos, sinto a Força e ela me mostra cada canto frio daquela ilha, mas também o lugar quente. A escuridão do animal que matamos, que se foi. A claridade dos cristais. O coração pulsante, as batidas do coração dele. As minhas, em sincronia. Parecia apenas um. Ouvi um som, emitido pelo cristal e quando abro os olhos, lá está sua cor. Um amarelo vibrante. 

"Não sei porque imaginei que sua cor seria azul. Você não é como os outros Jedi."

"Amarelo? Eu nunca vi essa cor antes. Apenas nos livros sagrados."

"Encaixe a pedra."

O sabre se abriu para a pedra e foi encaixado, no momento que é ativado, a rotatividade da ponta acontece, como uma engrenagem e a luz vibrante aparece. O barulho da lâmina é alto e sinto seu calor em meio a um lugar tão frio. 

"Seu sabre tem sua essência, você queria se sentir em casa com ele, confortável, foi isso que o cristal te deu. O amarelo, areia, sol, calor, Jakku." 

Voltamos até a nave, fico feliz que encontro o droide em segurança. Faço alguns manuseios com o sabre, me familiarizando. Parece tão seguro em minha mão, algo somente meu. Kylo se aproxima da cabine e liga a nave, a cadeira de piloto me traz uma saudade de pilotar, de me aventurar com meus amigos. Como será que eles estavam? Finn ainda tentava me resgatar, como uma donzela em perigo? Será que Poe tentava impedir que ele fizesse uma besteira? Precisava falar eu mesma com eles, sentia que estava perto da redenção de Kylo. Precisava apenas de tempo. 




Ao chegarmos até a base da Primeira Ordem, senti algo diferente. Tentei algumas comunicações com Hux, mas nada. Rey estava acomodada no sofá da nave, não sabia se ela havia percebido o silêncio da base. Resolvi ser discreto e aguardar, até que a luz vermelha piscou, indicando alguém na linha. 

"Supremo Líder?"

"Estou aqui, por que a demora da resposta?" 

"A Rebelião atacou, Senhor! Eles vieram atrás da garota com explosivos!" 

"O QUÊ?" 

Rey se aproximou rapidamente, colocando a mão no encosto de minha poltrona. 

"Eles pediram a garota, mas ela não estava aqui. Hux ordenou que capturassem todos, mas acabou levando um tiro. Ele está na ala da enfermaria agora. A capitã Phasma não seguiu as ordens, ela atirou em todos eles e induziu todos a atirarem também em nossa própria defesa." 

"Alguém mais se machucou?" 

" Alguns deles foram mortos, Senhor. Mas não sabemos ao certo quantos, eles causaram muitos danos á nossa base com o ataque explosivo, pois nossos escudos estavam com a energia sendo carregada." 

"Nós estamos á caminho, vou chegar o mais breve possível. "

"Ei, espere! E meus amigos? O que aconteceu com eles?"

"Creio que é melhor a senhorita ver quando chegar." 

E desligou. Rey se sentou na cadeira ao lado e colocou as mãos na cabeça, desolada. 

"Meu Deus, eles atacaram. Nós não estávamos lá! Eu poderia ter impedido e você também! Eles atacaram justo quando... espere, você fez de propósito?"

"O quê?" Eu não esperava essa pergunta. 

"Me tirou de lá, justo no dia do ataque! Você sabia, não é?"

"Eu tenho alguém infiltrado, ele me contou sobre o ataque. Eu apenas usei a oportunidade dizendo o dia e horário que o carregamento da energia dos escudos seriam feitos. Eles usaram a informação, mas eu já havia retirado você caso eles fizessem isso."

Vi a fúria em seus olhos, os dedos sendo amassados entre si, ela queria me agredir. 

"Você tem sorte de estar sentado nessa maldita cadeira! Você não confiou em mim nenhum minuto depois do meu juramento! E EU confiei em você!"

"Eu não quebrei a promessa, assim como você não quebrou a sua. Eu não te traí, apenas evitei que estivesse lá caso acontecesse." 

"ELES PODEM ESTAR MORTOS! Você entende isso? Que tipo de líder supremo é você se seu exército não te obedece? Droga! Se eles estiverem mortos, nosso acordo será quebrado, entendeu?"

Eu não respondo, posso ter perdido a confiança dela naquele momento, mas se eu conseguir manter pelo menos alguns prisioneiros, sei que ela ficará mais tempo comigo.

Longe das estrelas - Uma história ReyloOnde histórias criam vida. Descubra agora