Eu queria ter ido embora.
"Juliana espera". Mateo está me balançando como se eu precisasse acordar. "Você precisa conversar e entrar em um consenso". Ele faz uma pausa esperando algum sinal que viesse de mim. "Viver se escondendo e reprimindo esse sentimento só vai te fazer mal".
Eu quase fui embora.
E mesmo que Mateo tivesse me impedido, o medo dominava meus sentimentos, mas eu considerei seu conselho, digo, contar a Valentina o que eu estava sentindo, por mais estupido que isso possa parecer, só que as minhas tentativas não foram muito bem-sucedidas durante aquela noite.
A começar porque eu estava morrendo de ciúmes, o álcool em meu sangue pareceu ferver cada neurônio e explodir uma raiva dentro de mim que nem eu mesma conhecia. Em segundo, porque o jeito que Valentina me provocava, me atraia, desconcentrava todo meu pensamento.
Eu simplesmente não consegui raciocinar diante dela.
(1ª tentativa)
"Eu sinto seu medo Juliana". A voz dela é quase um sussurro. "Não é como se você não gostasse que eu te tocasse".
"Eu quero você Valentina", minha voz é firme, mas por dentro eu estou derretendo, "mas do jeito que está é complicado demais".
Os lábios dela estavam tão próximos que meu corpo quis mostrar por si só o quanto precisava do seu toque, mas eu fui fraca, porque era complicado demais. Tão complicado quanto esconder o meu ciúme, a minha raiva e a minha ânsia por ela. Aparentemente tudo estava exposto para quem quisesse ver.
"Juliana, qual é", Betty me encurrala apesar das minhas tentativas de desviá-la. "Todo mundo já sabe que vocês estão se pegando de novo".
(2ª tentativa)
"Porque eu sinto sua falta, você não enxerga o quanto eu te quero?"
Se eu fosse literalmente responder à pergunta, eu diria que não, mas naquele momento eu fiquei tão entorpecida que eu apenas corri até ela, trouxe-a para meus braços e deixei qualquer sentimento de lado, eu fui movida apenas pelo desejo. Desejo que me cegou completamente, que me fez entrar em um mundo culminante e vivo, que corroía meu corpo de dentro para fora em uma ânsia que eu não queria que parasse.
Que eu nunca quis que parasse.
E mesmo agora, quando eu estava tão entregue entre suas caricias, eu não sabia muito bem o que estava acontecendo. Valentina me guiava de uma maneira tão doce, tão sensual, que eu fui seguindo, entrando naquele clima quente e deixando meu corpo tomar atitude independentemente das consequências. Como eu sentia falta daquilo, meu corpo sabia por si só como se mover com ela.
"Valentina, o que..." Eu resmungo quando ela me puxa de novo para o topo das escadas do loft.
Ela corta minha queixa com um beijo, uma pressão insistente nos lábios que parece me arrastar. Eu não assimilei muita coisa depois, eu ouço a porta bater e de repente Valentina está prendendo minhas mãos na parede, acima da cabeça, meu corpo sente o material gelado e o corpo quente em dois extremos. Eu solto um bufo de ar enquanto ela se move, inclinando a cabeça para uma posição mais eficiente para atacar minha boca. Dessa vez, ela beija lentamente, deslizando a língua entre os lábios, persuadindo um punhado de sons saírem de mim a cada movimento. Meus quadris se movem contra ela em resposta, meu jeans atrita contra o seu vestido fazendo Valentina empurrar de volta com pressa. Ela abandona meus pulsos e arrasta as pontas dos dedos ao longo dos meus braços e suspira com aprovação quando meu corpo se arrepia.
Eu sabia que existia uma troca entre nossos corpos, uma energia que eu não conseguia controlar e nem mesmo sabia a força, que a cada segundo parecia crescer com cada contato, como um combustível ilimitado.
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Quisiera Ser - Juliantina
Roman d'amourJuliana Valdés está em Los Angeles em busca da sua ascensão para ser uma grande estilista no mundo da moda. Depois da graduação e, ter ganhado tanto destaque, ela só pensa na carreira. Por conta disso teve que deixar muita coisa para trás, inclusive...