Capítulo 9 - Franklin

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Parei de mexer no celular no instante em que a vi passar pela porta. Ela podia ter uma língua ferina, mas era uma das mulheres mais bonitas que me recordava de ter conhecido. Ela tinha uma pele morena que reluzia de tão bem cuidada, o cabelo, estava escovado e perfeitamente alinhado. A roupa que usava, por mais formal que fosse, também valorizava muito as curvas do seu corpo. A saia se moldava perfeitamente ao seu quadril e me dava vontade de contornar com as mãos. A situação não era a mais favorável de todas, mas fiquei imaginando como era e qual a cor da calcinha que Vânia estaria usando por debaixo daquela saia preta.

Ela chegou mais perto e eu me levantei da mesa para puxar a cadeira para ela.

- Oi! – Beijei-a na bochecha e estranhei a forma como reagiu ao meu toque, recuando. Isso era incomum, era raro uma mulher não se derreter diante da minha presença. Odiava quando isso acontecia. – Senta! – Apontei para cadeira.

- Obrigada! – Ela ajeitou a bolsa, colocando-a num canto, e se sentou.

- Estou contente que tenha vindo.

- Não era necessário. – Colocou uma mexa do cabelo atrás da orelha.

- Era sim. – Abri um sorriso malicioso para ela. – Você é uma mulher muito linda, Vânia.

- Sou sua advogada, Franklin. Esse comentário é no mínimo indecoroso.

- O caso acabou. Seu escritório já foi pago. Acho que podemos considerar que você não é mais a minha advogada.

- Então qual o motivo desse almoço.

- Agradecer você e quem sabe conhecê-la melhor.

- Acho que não é o momento adequado para isso. – Ela voltou a escutar.

- Você é casada? Não usa aliança.

Ela arregalou os olhos, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, um garçom se aproximou de nós e nos entregou o cardápio. Fizemos nossos pedidos e ela se afastou, deixando Vânia e eu sozinhos novamente.

- Não me respondeu – insisti.

- O quê? – Tentou disfarçar.

- Se é casada.

- Não sou, mas...

- Tem um namorado.

- Não... É complicado. – Desviou o olhar e vi de relance o machucado em seu rosto.

- Foi ele quem machucou você?

Eu não era um cara burro, e juntar os pontos que estavam na minha cara foi bem simples.

- Na... Não. – A hesitação dela né entregou a sua mentira.

- Por que deixa que ele faça isso? – Cerrei os punhos.

Mesmo depois da Camila tendo feito aquilo comigo e toda a raiva que me consumiu, eu não conseguia imaginar como um homem era capaz de tamanha covardia. Descobrir o motivo de Vânia estar sempre machucada me deixou sem jeito e profundamente irritado.

- Já disse, Franklin, é complicado.

- Você é uma mulher linda, brilhante e geniosa. – Estendi minha mão para tocar a dela sobre a mesa, mas antes que eu encostasse, ela recuou. – Por que deixa isso acontecer?

- Acho que é melhor eu ir. – Ela pegou a bolsa e se levantou.

- Vânia!

- Tenha um bom almoço, Franklin.

Pensei em ir atrás dela, mas com todo mundo norestaurante olhando para nós, acabei simplesmente deixando-a ir.

Possessivo & Arrogante ( Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora