Capítulo 8 - Vânia

509 44 7
                                    

Hoje por causa do natal vou postar dois capítulos para vocês <3

Comentem!!!! Quero saber o que estão achando.

Preciso que interajam para que eu continue postando histórias aqui.

_____________________________________________________________

Passei mais uma pomada sobre o roxo no meu rosto na esperança que o machucado desaparecesse feito mágica, mas não aconteceu.

- Sabe que não é assim que funciona, né, filha? - Minha mãe parou na entrada do banheiro e ficou me encarando.

- Preciso que esse hematoma suma.

- Sabe que ele é só a ponta do iceberg, não sabe?

- A questão não é essa. – Parei de encarar o espelho e olhei para ela. – O meu cliente viu o machucado e me encheu de perguntas.

- Era de se esperar.

- Você não está me ajudando, mãe. – Passei um papel no rosto quando senti a pomada começar a escorrer pela minha bochecha devido ao acúmulo.

- Fico contente que só menos um homem de preocupe com você.

- Ele não estava preocupado comigo, mãe. – Olhei de esgueiro. - Ele só queria saber o motivo do meu machucado.

- E você disse a ele?

- Claro que não! Isso não é o tipo de coisa que se conta para um cliente.

- Você precisa de ajuda, minha filha.

- Ele não é o tipo de cara que pode me ajudar, mãe. Se é que existe algum que possa.

Meu filho começou a chorar e eu saí do banheiro para ver o que era. Certamente não era fome, porque eu tinha acabado de colocá-lo para mamar.

***

Felizmente o Mylon não apareceu naquela noite. Uma parte de mim torcia para que ele tivesse dado de cara com um policial bom o suficiente para fazer com que ele nunca mais desse as caras. Infelizmente, acreditava que não havia nenhum santo bom o suficiente para esse tipo de milagre. Se vasos ruins não quebravam, vasos piores deveriam ter sobrevida. Ele não era um gato, mas deveria ter mais vidas do que um.

Acordei de madrugada para amamentar o meu filho e trocar a fralda dele. Pobre Dominik, não fazia ideia do quão perigoso era o pai que ele tinha. Não me arrependia de tê-lo, a melhor parte da minha vida era aquele bebezinho, porém ele deveria ter qualquer pai que não fosse o Mylon, nem nascido nas condições que nasceu.

Estava murmurando uma canção de ninar com ele aninhando ao meu peito. Durante aquele tempo, pude ter a ilusão que tudo ficaria bem. O rostinho e o calor do meu filho me acalmavam e acalentavam, dando a sensação de que não havia perigo no mundo. Era bom desfrutar daquela ilusão por um momento, me dava motivo para ter esperanças.

Coloquei meu filho no berço e acariciei o rostinho dele, ainda sussurrando a canção de ninar. Havia tanta paz nele. Não podia permitir que o Mylon levasse qualquer temor àqueles olhinhos lindos.

Deixei o Dominik no o berço e fui para o meu quarto, tentei dormir um pouco, por mais que a minha cabeça estivesse bem cheia. Ao menos, tudo indicava que o caso do Franklin se resolveria rápido. E pensar que eu cheguei a duvidar da inocência dele, mas não era de se esperar que uma mulher estaria mentindo sobre um assunto tão delicado como um estupro. Eu mais do que ninguém sabia o quanto era horrível estar com um homem não o desejando.

***

Na manhã seguinte, fui para a delegacia bem cedo, como esperávamos Camila havia contado aos policiais da gravidez. Estavam prestes a intimar o Franklin para um novo depoimento quando eu cheguei com o espermograma, o exame de laboratório que indicava que o Franklin era incapaz de engravidar qualquer mulher. Essa afirmação colocou e cheque tudo o que Camila havia alegado até o momento.

- O que o cliente deseja fazer, advogada? – Destinou o policial ao examinar as provas.

- Queremos que a acusadora seja indiciada por calúnia.

- Sim.

Saí da sala da delegada e segui para a entrada da delegacia de proteção à mulher. Na recepção, encontrei Camila, sentada ao lado do advogado e quando passei por ela, levantou-se e parou na minha frente.

- Onde está o Franklin? Ele não vem depor? Aquele maldito tem que assumir o filho que fez em mim.

- Ambas sabemos que esse filho não é dele, se é que existe algum filho.

Ela arregalou os olhos e engoliu em seco. Recuou um passo para trás, surpresa com o meu questionamento. Certamente não esperava que isso fosse acontecer.

- O que está dizendo?

- Franklin não pode ter filhos, é vasectomizado.

- Eu não sabia. – O seu recuou entregou a sua mentira. – Eu... Eu... Vou retirar as acusações.

- Acho que é a primeira coisa que precisa fazer. – Encarei os olhos castanhos dela e tentei me manter ponderada. Por mais raiva que sentisse daquela mulher, precisava manter a minha postura diante de toda a situação. – O que você fez só prejudica mulheres que realmente foram violentadas.

- Você entenderia se ele tivesse brincado com você e depois te descartado como se fosse lixo.

- Nada justifica a acusação grave que você fez. Se realmente tivesse passado por isso, se realmente tivesse sido estuprada, iria entender.

Passei por ela e não teve a audácia de tentar me parar de novo, a sua casa tinha caído. Certamente iria se arrepender da acusação grave que havia feito, mas ia ser tarde demais.

Assim que coloquei o pé para fora da delegacia, meu celular começou a tocar.

- Olga? – Atendi, equilibrando o aparelho com o ombro enquanto procurava a chave do carro dentro da minha bolsa.

- Tudo bem, Vânia?

- Sim. – Desliguei o alarme e sentei no banco o motorista.

- A atlas engenharia já assinou o nosso cheque. Parabéns pela vitória.

- Se quer vai ser julgado. Às vezes é fácil quando cliente é realmente inocente.

- Os melhores casos são os que não precisam ir em julgamento. Bom trabalho, Vânia. Nos vemos amanhã.

- Obrigada, Olga!

Baixei o celular, mas antes que eu desse partida no carro, ele tocou novamente.

- Franklin?

- Vânia, tudo bem?

- Sim. Acabei de sair da delegacia, tudo está correndo como nós imaginávamos.

- Isso é bom.

- Imaginei que como o caso vai acabar você pode aceitar almoçar comigo.

- Isso não é ético.

- É só um almoço, Vânia. Um agradecimento.

- Não...

- Por favor. – Ele me interrompeu e eu odiei o quanto a voz dele soava extremamente sexy mesmo do outro lado da linha. – Vai ser apenas um almoço.

- Certo. – Assenti.

- Me encontre em meia hora no endereço que vou enviar.

- Tudo bem.

Ele desligou a chamada e poucos instantes depois chegou uma mensagem com o endereço indicando o local. Era um restaurante perto da empresa dele, não sabia como era porque nunca havia ido ao local. Embora não confessasse isso em voz alta, eu tinha medo de sair com qualquer homem, ainda que no âmbito profissional. Mylon não costumava agir de forma sensata, não importa o que eu dissesse.

Possessivo & Arrogante ( Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora