Capítulo 10 - Vânia

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Dobradinha de capítulos de novo.  E aí já deixou seu comentário?

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Saí do restaurante praticamente fugindo. Senti as lágrimas pesarem nos meus olhos quando entrei no meu carro. A fúria me consumia como nunca. Por que deixa isso acontecer? A voz do Franklin ecoou na minha mente e eu fiquei com ainda mais raiva, dele, do Mylon, de mim...

Soquei o painel do carro, com uma fúria que não cabia em mim. Franklin não fazia ideia de quanto era grave a situação como um todo. Mylon não era apenas um abusador que me estuprava e batia em mim, ele era um criminoso, que mandava e desmandava na polícia e na cidade toda. Já havia denunciado ele uma vez, ido até o juiz, a polícia e quem mais eu acreditava que pudesse me ajudar, mas todos falharam... Mylon ignorava todas as medidas judicias conta ele, porque os policiais simplesmente não tinham coragem ou poder de fogo para prendê-lo. Toda vez que eu tentava minha punição era ainda maior. Não tinha medo por mim, que me matasse, nenhum inferno poderia ser pior do que aquele, mas eu termina pela minha mãe e o meu filho. Por mais que o Dominik tivesse o sangue do Mylon, ele apenas usava o bebê para me manipular. Estava farta, não aguentava mais tudo isso. Se ainda me mantinha lutando era por causa do meu filho.

Olhei-me diante do espelho no quebra-sol e retoquei o batom. Precisava me manter firme, não podia entregar os pontos, mesmo não enxergando nenhuma luz no fim do túnel que o Mylon era na minha vida.

Nem me preocupei em almoçar, segui direto para o escritório, sem me preocupar em comer alguma coisa. Não sentia fome, só queria encontrar algum lugar do mundo onde o Mylon nunca ia saber onde eu estava.

***

– Como ele está, mamãe? – Peguei meu filho no colo assim que cheguei do trabalho.

- Um pouco enjoadinho, acho que é por causa dos dentinhos nascendo.

- Oh, meu amor, está doendo?

Ele olhou para mim com aqueles olhos escuros como duas jabuticabas e aquele rostinho fez com que eu ganhasse meu dia. Segurando meu filho nos braços, pode me esquecer do inferno que o pai dele transformava a minha vida.

- Você deve estar com fome, não é?

- Acabei de dar arroz e legumes para ele para ele – avisou minha mãe da cozinha.

- Vou tomar banho então.

Fui para o quarto e coloquei o Dominik no berço dele antes de ir até o meu e entrar para a suíte. Porém, antes que eu tirasse a minha roupa, ouvi meu celular tocando. Voltei para o quarto e peguei o aparelho que estava na bolsa e estremeci ao ver o número. Pensei por alguns segundos se atendia ou não e nas possíveis consequências disso. Respirei fundo e acabei atendendo.

- Oi, Mylon.

- Onde você está?

- Em casa. Acabei de chegar do trabalho, estava indo tomar um banho.

- Me espera, estou indo para aí.

- Mylon, eu estou cansada. Hoje não, por favor.

- Eu quero ver você já estou indo. Se prefere não me deixar irritado é melhor que me espere para o banho.

- . – Respirei fundo. – Vou esperar você, mas bate na porta. Não aguento mais concertar essa fechadura.

- Me espera na porta.

Contei até dez mentalmente. Queria mandar ele para puta que pariu, no entanto, sabia o quanto ele ficava agressivo comigo.

- Vou esperar.

Possessivo & Arrogante ( Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora