Incidentes são meros pretextos para começos

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Capítulo 1  » Incidentes são meros pretextos para começos


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Se você perguntar para os fofoqueiros de plantão da Kyungpook National University qual o diferencial da universidade, os alunos vão alinhar a postura, verificar se tem algum bisbilhoteiro de olho na conversa e quando perceber que está tudo ok, responderão:

— Jeon Jeongguk do segundo semestre de Design de Games é o Homem-Aranha.

Três meses atrás, se essa mesma pergunta fosse feita para qualquer aluno, eles certamente falariam sobre aquilo que lhes interessavam: os times favoráveis de basquete e beisebol, a equipe talentosa de taekwondo, as festas incríveis, o clube de teatro, as pesquisas desenvolvidas nas áreas da ciência e tecnologia. Havia tantos diferenciais na universidade que as respostas eram múltiplas, mas após o incidente envolvendo Jeon Jeongguk, tudo que os alunos queriam se gabar era sobre o Homem-Aranha supostamente frequentar aquela faculdade.

Três meses atrás, Jeon Jeongguk era um garoto normal; dezenove anos, um pouco tímido e calado, calouro no curso de Design de Games, membro da equipe de taekwondo, dono de notas preocupantes em exatas, mas muito querido pelos professores de Roteiros e Personagens, Inovação Tecnológica e Empreendedorismo. As coisas deveriam ter continuado assim, porque esse era Jeongguk: filho primogênito de um casal que após quinze anos casados ainda se amavam, viciado em overwatch e indeciso sobre o próprio futuro.

As coisas teriam continuado assim, normais para um garoto normal, se não fosse um incidente e um mal entendido envolvendo outro garoto — este não tão normal — chamado Kim Taehyung.

Kim Taehyung conversava pelos cotovelos, espirrava alto demais e tinha a voz tão grossa que qualquer elevação do timbre parecia estar gritando. Estava no quarto semestre de Música com especialidade em saxofone, distribuía sorrisos a torto e a direito sem nenhum motivo além de ser simpático e, apesar de não ser fã de esportes, gostava de natação — embora não fosse membro oficial da equipe, e tinha um carinho especial pelo clube de teatro. Morava com a avó porque os pais faleceram há seis anos atrás, e ajudava a cuidar dos irmãos gêmeos mais novos: Eunjin e Junggyu. E além de ser tudo isso (estudante ativo na faculdade, uma pessoa engraçada e legal de se ter por perto, um irmão mais velho carinhoso e um neto esforçado...), Taehyung também era melhor amigo, bro, parceiro do crime de Jeongguk.

E esse é um dos fatores que contribuíram para a sessão de incidentes e mal entendidos que viriam a seguir.

Se você se esforçasse um pouquinho mais para saber as teorias por trás da suposta identidade do Homem-Aranha, perceberia que os palpites iam muito além do incidente com o uniforme: aparentemente, para os alunos da Kyungpook National University, a personalidade de Jeongguk combinava com o jeito de um super-herói.

Ele NÃO é o heróiOnde histórias criam vida. Descubra agora