Diferente

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[AUTORA]: Capítulo escrito ao som de "Hard Place", da cantora H.E.R. O link da música está na mídia acima.

Capítulo 6 » Diferente


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A garota que podia saltar no tempo passava na televisão da sala de Taehyung, os diálogos em japonês eram acompanhados pela legenda coreana que Jeongguk, após quarenta minutos tentando e falhando miseravelmente em acompanhar, simplesmente ignorava e tentava focar toda sua concentração em inspirar oxigênio para os pulmões e expirar calmamente.

Jeongguk não era muito bom em biologia, mas ele tinha a lembrança vívida de aprender no ensino Médio que a respiração era um processo mecânico tão rotineiro que acabava sendo imperceptível — isto é, você respira consciente ou não de tal ação. Sendo assim, o que o garoto não conseguia entender era a súbita dificuldade do seu corpo em continuar o maldito processo automático no meio do filme e, coincidentemente, no mesmo momento que Taehyung se aproximou mais no sofá.

Após uma partida madura de jokenpo para decidir qual filme eles assistiria naquela noite — A garota que podia saltar no tempo versus Meia noite em Paris — Taehyung tinha preparado dois baldes de pipoca, Jeongguk colocou o filme e eles apagaram as luzes. Os ruídos dos carros na rua eram secundários diante do volume alto da televisão, que fornecia a única fonte de luz no ambiente e uma brisa agradável entrava pela janela quando o Kim se arrastou pelo assento do sofá, o quadril esbarrando na perna dobrada de Jeongguk e os pés apoiados na mesinha de centro.

Maeum ia estrangular o neto vivo se chegasse em casa e desse de cara com aquela cena.

Os ombros encostaram com a aproximação e o mais novo lançou um olhar de esguelha para o melhor amigo, desconfiado. Taehyung continuava focado no filme, dividindo a atenção entre o balde de pipoca apoiado nas pernas e as legendas da televisão. Jeongguk voltou a atenção para o filme que tinha escolhido, mas foi o prazo de acompanhar um mísero diálogo entre os personagens para o Kim se movimentar novamente, dessa vez inclinando a cabeça até que apoiasse na curvatura do pescoço de Jeongguk.

Tudo bem, pensou o mais novo. Está tudo bem.

Ele podia lidar com Taehyung usando seu ombro de travesseiro. Podia lidar com o cabelo fazendo cócegas no seu pescoço, com o cheiro de xampu invadindo seu olfato e certamente podia lidar com a respiração quente afagando sua pele, deixando arrepios esporádicos nos seus braços e até no maldito couro cabeludo.

Está tudo bem, repetiu o mantra pela milésima vez, lembrando a si mesmo de inspirar e expirar. Taehyung já deitou no meu ombro mais vezes do que posso me lembrar, e também já fiz isso com ele. É normal. É algo nosso.

Também já dividimos a cama inúmeras vezes, assim como moletons e camisetas. É normal, nós somos melhores amigos e nada mudou.

Não é o que parece, a vozinha colérica no fundo da sua mente replicou, a mesma vozinha venosa, responsável por tomar várias noites de sono e colocar paranoias na sua cabecinha fértil. Não foi o que ele disse duas semanas atrás, huh? Ele disse que tudo mudaria, não disse?

Ele NÃO é o heróiOnde histórias criam vida. Descubra agora