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【 "Por mim eu sentia os lábios dela todo dia." 】

Jack Gilinsky

Não consigo olhar para ela e não pensar em como tudo mudou graças á pessoa ruiva que se encontra á minha frente.
Kylie conversa com a minha mãe sobre alguns assuntos que eu não presto muita atenção e então percebo um rapaz caminhar até nos e sorrir em direção á psicóloga.

"Alguém não apareceu para tomar o pequeno almoço." O rapaz fala olhando para a Kylie e ela dá um sorriso abraçando-o logo de seguida.

Observo tudo em silêncio e tento perceber se conheço o rapaz de algum lugar mas obviamente deve ser um amigo qualquer dela.
Quando ele olha para mim apenas encaro o céu e finjo que não me sinto incomodado.
Na verdade não devia de me sentir mal, ela é só minha psicóloga e se eu pensei o contrário, estou redondamente enganado.

"Este é o Caleb." Kylie fala e a minha mãe sorri dando dois beijinhos na bochecha do rapaz.

Quando este caminha até mim eu ignoro e continuo o caminho até ao parque, ignorando a voz da minha mãe a chamar por mim.
Tento não pensar em coisas que certamente me irei arrepender depois então apenas coloco as mãos nos bolsos e continuo o caminho até ao parque.
Avisto o parque e percebo que o mesmo encontra-se cheio de pessoas e que se eu caminhar mais, elas não me vão conseguir encontrar depois.

"Jack, espera." A minha mãe fala colocando a mão sobre o meu ombro. "Disfarça os ciúmes, senão ela percebe." Ela dá um leve sorriso e logo a Kylie chega perto de nós.

Ela olha para mim com um olhar triste e logo depois dá um pequeno sorriso. Percebo que ela se sente mal, talvez pelo que aconteceu e por perceber que não me senti bem perto do seu amigo.
Encolho os ombros e caminhamos os três até ao parque.

"Oh meu deus, algodão doce." A voz da Kylie soa completamente eufórica e então ela corre para perto da banquinha do algodão doce.

A minha mãe dá uma enorme gargalhar e sem eu perceber um sorriso forma-se nos meus lábios.
Sento-me num banco de madeira totalmente vazio e espero por ela juntamente com a minha mãe.

"Sabes que não precisas de ter ciúmes Jack." A minha mãe senta-se ao meu lado e a sua mão é pousada na minha perna. "Ela é tua psicóloga filho, ela tem amigos."

Assinto sem tirar os olhos dela e percebo um rapaz falar com ela com um sorriso nojento e noto que ela não o conhece.
Quando ela tenta caminhar até nós, ele agarra o seu braço e então eu sinto o sangue ferver nas minhas veias.

Acalma-te Jack, está tudo bem.

Levanto-me e ando apressadamente até eles com a minha mãe berrar o meu nome atrás de mim.
Kylie olha para mim e eu percebo que ela me quer dizer para ter calma mas calma eu já perdi no momento que ele lhe tocou.

"É bom que a largues, agora." Eu falo atrás dele e então o mesmo me olha.

Os seus olhos estão demasiado escuros e eu percebo que ele está completamente fora de si.
Ele dá uma gargalhada alta e aperta mais o braço da Kylie, que tenta se soltar mas nada.

"Ok." Eu falo e fecho o meu punho acertando-lhe mesmo no nariz e logo ele a solta. "É bom que te mantenhas longe dela." Eu digo é agarro a mão da Kylie caminhando até à minha mãe.

Percebo que ela tem o braço completamente roxo mas mesmo assim tem um sorriso no rosto pelo enorme algodão doce azul na sua mão.

"Eu ia comprar um para vocês, mas não deu." Ela baixa o olhar. "São servidos?" Ela estica o algodão doce e eu apenas dou um sorriso beijando-lhe a bochecha.

Não percebo como ela age naturalmente a tudo, ela tem uma paz interior tão grande que chega até a ser assustador como ela reage em todas as situações.
Caminhamos pelo parque enquanto observamos as pessoas conversarem entre si, as crianças a correrem umas atrás das outras e pessoas a passearem os seus cães.
Parece que tudo está feliz, que não existem problemas, que tudo é perfeito, o que não é verdade.

Uma rapariga de cabelo preto olha para mim com um sorriso de rasgar as suas bochechas e eu tento perceber se a conheço mas acho mesmo que não.

A minha mãe dá uma enorme gargalhada por perceber a rapariga caminhar até nós e eu só olho a Kylie que me pisca o olho e logo se aproxima de mim.
Os seus lábios roçam nos meus e em questão de segundos ela me beija.

Porra, isto é demasiado bom.

Ela dá um sorriso quando se afasta de mim e percebo que a outra rapariga foi-se embora e a minha mãe está sentada num banco com a mão na barriga e os olhos marejados de tanto rir.

"Vocês deviam de ver a cara dela." A minha progenitora fala e percebo a Kylie rir alto.

Eu não sei porque é que a Kylie fez aquilo mas por mim ela pode fazer toda a vez que lhe apetecer.
Talvez ela não quisesse que a rapariga se aproxima-se de mim ou talvez só fez aquilo por fazer, ok estou confuso.

...

O passeio chega ao fim e logo que chegamos a casa a minha mãe caminha até ao seu quarto pega as suas coisas e sai depois de me dar um beijo na testa e de dizer à Kylie para cuidar de mim.

"Temos almoço marcado para a uma hora no restaurante da praça ok?" Ela diz e eu apenas assinto.

Olho para o relógio e percebo que ainda temos mais ou menos meia hora então sento-me no sofá e ela deita-se colocando a cabeça em cima das minhas pernas.

"Tu pediste-me o telemóvel, posso saber o que fizeste com ele ou com o que tem nele?" Eu pergunto fazendo carinho no seu cabelo e percebo ela fechar os olhos.

"Eu ainda não te posso dizer, só não me odeies depois." Ela fala baixinho.

"Nada me fará te odiar, Kylie."

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Obrigada RobertaBowell pela capa, está linda ❤️

Promise Me | J.G | FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora