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O amor cura as pessoas. 】

Kylie

Já se passou uma semana, eu não sei nem o que pensar mais.

Ontem, tive com a Kate e ela admitiu que o Jack não falou nada durante esta semana, não comeu quase nada, não saía do quarto nem queria ver ninguém. Confessou também que a ultima vez que o viu assim foi quando ele começou a frequentar aquelas festas, quando começou a consumir todo o tipo de drogas.

"Tu não vais saber como ele está?" Cameron pergunta enquanto brinca com um peluche que o Shawn havia me dado faz uns 2 dias. Nada de mais, ele só não gosta de me ver triste então apenas teve um gesto para me deixar bem. "Ky, somos amigos dele e somos teus amigos, o que mais queremos é que fiquem bem."

Tudo bem, entendo mas não vou falar com alguém que não quer falar comigo, que me ignora, que finge não me conhecer e que está completamente chateado comigo.

O meu telemóvel apita e eu vejo o nome da clínica onde eu trabalho e claramente só se pode tratar de alguma coisa relativamente com a Adrielle. Abro a mensagem e pisco umas dez vezes para ter a certeza que li direito, ok, mas já?

"Viste o diabo?" Matt pergunta, olho para ele e o mesmo arregala os olhos.

"A filha do demónio está prestes a dar á luz um novo capeta." Falo e corro para a porta do quarto saindo disparada e só me acalmo quando entre no meu carro e vejo todos correrem em direção aos seus carros.

Ok, pensei em como seria quando a Adrielle tivesse a pequena criança, como seria em relação á guarda dela, não tivemos tempo para falar acerca disso. Provavelmente vai para tribunal e só depois do juiz analisar todo o processo da Adrielle e o facto de ela não estar num estado apropriado para cuidar da criança.

"Como é que o Jack vai reagir?" Assusto-me com a voz da Anabelle, pensei que ela fosse com o seu recente namorado.

"Olha, não sei." Arranco com o carro. "Provavelmente vai pular de alegria, sei lá." Encolho os ombros.

O caminho até ao hospital não demora muito tempo, o Dr. Jean decidiu trazer a Adrielle para o hospital do centro da cidade pois eles já trataram de vários pacientes da sua clínica.

Depois de estacionar o carro, eu e a Anabelle somos as primeiras a entrar e percebo que o Jack já aqui está mas sinceramente não me admiro nada, eu acho que ele já gosta daquela criança sem ao menos se importar se é dele ou não.

"Não sabia que vinhas." Ele diz com um tom rude assim que me aproximo para cumprimentar Kate. Nem estava à espera que ele falasse comigo por isso o seu tom nem me surpreende.

"Olha Jack, não estou mesmo para aturar as tuas crises de mau humor e muito menos de estupidez, então mete-te no teu lugar, se estou aqui é porque fui comunicada para cá vir." Falo já sem paciência.

Ninguém estava a contar que eu falasse assim com ele, nem mesmo eu. Acho que não estou mesmo para as crises dele. Só quis ajudá-lo mas parece que ele não vê isso e eu não vou andar atrás dele como se ele fosse a coisa mais importante da minha vida.

Neste momento, preciso pensar apenas na minha profissão pois só isso importa neste momento.

"Não sei porque é que ainda tento." Ele diz com o seu tom rude, para variar e se levanta passando por mim e encarando-me enquanto caminha para o lado exterior do hospital.

Não digo nada, apenas o observo sair e sentar-se num dos degraus, olhando para qualquer coisa que não está ao meu alcance neste momento.

"Oh Doutora Kylie, apareceu mesmo." Doutor Jean fala com um pequeno sorriso. "Jack está com problemas?" Ele pergunta olhando para o moreno lá fora.

"Não, está nervoso afinal de contas o filho que a Adrielle vai ter vai ser dele." Falo mas sai mais confuso do que aquilo que eu pensei que ia sair.

O Jack aceitou ser pai da criança pelo simples facto de não querer que a criança cresça sem pai. Acho que a morte do pai dele faz ele querer que a criança tenha um pai presente, que ele possa estar com a criança e educa-la como sua filha.

"Bem, a Adrielle voltou a ter um grande ataque de raiva, conseguimos que ela se acalma-se mas tivemos que recorrer a injeção e sabe que quando isso é necessário, as coisas não estão muito bem." Ele confessa.

Percebo o Jack olhar para mim pela porta de vidro do hospital, encaro-o e o mesmo desvia o olhar e coloca as mãos nos bolsos das calças encarando algo que acho ser o céu.

"Acha que ela pode melhorar com as consultas de psicologia e psiquiatria?" Pergunto preocupada. Acho que alguns casos são dados como impossíveis mas depois as coisas mudam, devemos analisar bem todo o estado do paciente.

"O caso dela é bastante complexo, ela já se tentou matar inúmeras vezes, já tentou meter fim á gravidez, fez imensos exames e todos eles apontam para problemas muito graves." Doutor diz demasiado preocupado.

"O Jack também era um caso perdido." Eu falo sem perceber que o mesmo passa por nós e vai direto para a cadeira onde estava anteriormente sentado. "No entanto já está em casa e raramente precisa dos remédios."

Uma coisa que me tem surpreendido é que o Jack não tem precisado tanto dos medicamentos e isso é um grande avanço para alguém que teve tanto tempo na clínica.

"Não foram só os remédios que curaram o Jack." Diz com um leve sorriso eu faz umas ruguinhas estranhas se formarem. "Foi o amor." Ele completa.

Não respondo, nada do que possa dizer vai mudar a opinião dele. Toda a gente vê amor da parte dele mas o que eu vejo é um total desinteresse e uma total relação de paciente e doutora. Sim, ele já disse que gostava de mim, se não disse deu a entender mas no fim não chegamos a conclusão nenhuma então cada um vai seguir a sua vida.

"Temos novidades." Um rapaz de bata branca, com uma prancheta na mão diz quando chega perto de nós.

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Promise Me | J.G | FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora