O telhado

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Oh meu Deus que clima é este? — Exclamei.

Estava tudo nublado, não conseguia ver nada, o céu estava cinzento, olhei para os lados para verificar se havia alguém, mas não. As ruas pareciam estar vazias.
Comecei a procura do buraco que acreditávamos que havia no telhado, fui vasculhando aquela área devagar e dando passos de camalhão, a medida que me aproximava do local de onde vinha o barulho, parecia que o clima ficava ainda mais denso.

Continuei. Fui me aproximando, e me aproximando cada vez mais. Quando de repente vi alguém, não conseguia ver com nitidez o quem era então aproximei-me mais um pouco.

Era uma rapariga, espera aí? Era eu. Vestia-me de forma diferente, usava uma farda e tinha um exército a minha frente, parecia ser forte e brava. Toda gente cumprimentava-me e aplaudia pelo trabalho que tiverá feito e pelas imensas estrelas que carregava comigo — Fiquei radiante  e hipnotizada ao ver aquela cena, finalmente tinha realizado o meu sonho. Estava no exército, era uma civil respeita por todos.

Então fui me aproximando dela, ou seja, de mim, cada e cada vez mais, estiquei o
braço direito para à tocar e ela correspondeu esticando o seu como se fôssemos nos saldar com as mãos. Quando finalmente pensei ia tocar, um rapaz puxa-me pelo braço e grita — Não!

Logo a seguir começamos à correr sem olhar para trás até ao fim do telhado, ele saltou e pediu-me para saltar também, larguei a arma que tinha comigo e saltei.
Não sei porquê, mas obedeci, algo dizia-me que não era altura de questionar. Continuamos a correr até chegarmos a um autocarro velho que havia no final da rua.
Chegando lá consegui reparar melhor no seu rosto e nas suas vestes. Era um rapaz  branco e alto. Tinha os olhos castanhos e o cabelo preto.Usava tudo preto, camisa, calça, casaco até as botas eram pretas.

— Então Vênus? O quê que foi aquilo? Operação morte trágica? — disse o rapaz enquanto olhava directamente para os meus olhos, ainda por cima com um tom de arrogância. Mas ele chamou-me pelo meu nome e da forma com que me tratou parecia que já me conhecia.

— Como assim? — Correspondi a arrogância.

— Como assim? Mas tu te esqueceste do que eles são? Estavam prestes a rou... —  interrompi mesmo antes dele terminar a frase

— A roubar o quê?

— Estavam prestes a roubar aquilo que o ser humano tem de mais valioso, estúpida! — gritou.

— O quê? A minha alma? — Exclamei

— Não! Os teus sonhos.

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