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Está escuro quando abro os olhos. O ar condicionado foi desligado, mas o quarto fechado continua fresquinho. Me espreguiço, sentindo meu corpo dolorido e o meio das minhas pernas com uma ardência familiar para quem brincou de amazona em uns vinte e dois centímetros, eu acho. 

Ainda estou sonolenta e demora um pouco para minha visão se adaptar a semi escuridão do quarto. Também estou morrendo de preguiça e tenho vontade de ficar deitada aqui até amanhecer, sem bem que não tenho noção de que horas possa ser, além de saber que ja é noite pela escuridão através das cortinas. Afasto o lençol fino de cima de mim e caminho a passos lentos para o banheiro, afim de tomar um banho para espantar esse ranço do meu corpo. Estou de babydol e realmente não sei se eu me vesti em algum momento ou se Adam fez isso.

Adam...Meu Deus, que homem!

É uma merda tentar evitar pensar sobre isso e chegar a uma conclusão, principalmente quando o que mais quero é fingir que não existiu uma química louca entre nós dois. Também tenho que ligar para Júlio e saber qual merda ele falou para Adam a ponto de ferir a masculinidade do cara, fazendo-o vir até mim e me devorar completamente daquela maneira insana. Tudo bem que desde que o vi na porta da minha casa, senti um comichão no meio das pernas. Mas também o culpo, pois Adam tem um olhar quente, um jeito de falar e se dirigir a mim muito provocativo. A todo momento parece estar me secando. Se bem que, acho que de mim para ele é a mesma coisa.

Ele é bonito, charmoso, muito cheiroso, beija muito bem, faz um oral delicioso e ainda tem um instrumento enorme entre as pernas. Facilmente eu poderia empalhar o pau do Adam e usá-lo como mastro da bandeira do estado. Sorrio enfiando a cabeça embaixo dos jatos de água, me sentindo a pessoa mais idiota do mundo por ter esses pensamentos sórdidos. Acho que eu estou muito  nervosa, ocupando meus pensamentos com idiotices para não ter que buscar uma forma de saber agir na frente de todos.

Pelo menos ele não estava na minha cama quando acordei! Penso aliviada.

Depois de um banho demorado, escovo os dentes, penteio os cabelos e visto um vestido leve, desço para a cozinha. Não há ninguém na sala quando desço as escadas, mas o cheiro de bife grelhado faz meu estômago roncar. Da soleira da porta já vejo a cena que se desenrola no meu cômodo favorito da casa: Adam está no fogão mexendo nas panelas, sem camisa, apenas com um short táctel azul, desses bem estilo surfista, com um guardanapo de pano pousado no seu ombro. Gabriel tagarela sem parar ajudando Ashley a montar os talheres, pratos e copos no balcão. Ela me vê e sorri.

—  Boa noite, Cinderela! — diz levantando as sobrancelhas de forma sugestiva, com um sorriso sacana nos lábios.

—  Oi! — respondo ranzinza, adentrando a cozinha. Sinto os olhos de Adam em mim, mas não ouso fazer o mesmo.

—  Dormiu bem? — Ashley continua quando abro a geladeira pegando uma garrafinha de água com gás. — Sente-se melhor?

— Sim para as duas perguntas. —  ignoro seu olhar sugestivo, me sentando na bancada. Quero gemer pelo esforço de sentar no banco alto, pois realmente estou dolorida.  Mantenho a postura e abro a garrafinha, levo até a boca, degustando do sabor gaseificado da água.

— O jantar está pronto! — Adam anuncia. Gabriel é o primeiro a ir até o fogão montar seu prato, sendo seguido por Ashley. Olho rapidamente para Adam que me encara furtivamente, mas desvio o olhar. Ele se aproxima da bancada, pega o prato azul de porcelana e estende na linha dos meus olhos. — Precisa comer, Maithê!

— É, precisa recuperar as forças, maninha. — Ashley fala com falsa preocupação, sentando-se ao lado de Gabriel na bancada, deixando o assento ao meu lado vazio. Cerro os olhos na sua direção. — Para recuperar as horas de sono dormidas.

Nascida para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora