Brigas e Verdades

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Pedro

Eu estava desorientado pelo beijo que tinha recebido, era o meu primeiro beijo, e tinha sido incrível, sei que fugir foi algo errado, porém tive receio que ele percebesse a porcaria que fez e me pedisse desculpas ou que brigasse comigo.

Fui caminhando a pensar ainda nele e no que aconteceria dali para a frente, quando encontrei o senhor Francisco da mercearia que nos ajudava nos dias em que ficávamos mais apertados.

Francisco- Então meu filho, que é feito de ti, pensei que tivesse te acontecido alguma coisa, nunca mais te vi.

Pedro- É verdade, mas eu estou bem, estou a passar uns dias em casa de uma amiga.

Eu tentava mentalmente não pensar e dizer a mim mesmo que não me importava, mas não resisti em perguntar a ele.

Pedro- Senhor tem visto o meu pai?

Francisco- Já não o vejo a uns dias ele esteve doente com gripe, mas depois deixei de o ver. Mas porque tu não o tens visto?

O senhor Francisco tinha um bom coração, porém gostava de falar dos outros, e eu não queria que ele soubesse e espalhasse o que aconteceu.

Pedro- Nos últimos dias não consegui lá ir por causa da escola, porém eu passo lá amanhã, bem tenho que ir que já está a ficar tarde.

Despedi me dele e segui rumo a casa a pensar sobre o meu pai, por mais que ele me tratasse mal, eu gostava dele eu preocupava me com ele.

Quando cheguei a casa a minha cabeça ainda estava meio perdida, que nem quis jantar.

A Manuela bem tentou puxar assunto comigo, porém só queria deitar me e colocar as ideias em ordem sobre o Miguel e sobre o meu pai e o que iria fazer.

Quando acordei de manhã estava mais tranquilo decidi que ia conversar com o Miguel sobre o beijo e que iria visitar o meu pai.

Enquanto íamos para a escola eu contei á Manuela tudo o que se havia passado e ela parecia outra pessoa.

Manuela- Como assim vais visitar o teu pai, estás quase á um mês a viver comigo e ele nunca te procurou.

Pedro- Eu sei, mas fui eu que pedi a ele para não o fazer.

Manuela- Isso não importa depois do que se passou ele devia ter corrido a cidade inteira a tua procura, ou então procurar te na escola, mas não ele não quis saber de ti.

Pedro- Não importa ele é meu pai, além disso falas como se só o meu pai fosse ruim, onde estão os teus falas tanto deles, mas nunca vi só te vejo a falar com o teu pai ao telemóvel se ele fosse tão bom pai, devia de querer estar onde tu estás, ou pelo menos a tua mãe ou ela livrou se de ti como fez a minha.

Sei que falei sem pensar, ela nada falou apenas ficou extremamente vermelha de raiva, os olhos cheios de água e só sinto a sua mão atingindo o meu rosto.

Ela saiu andando e eu fiquei parado feito estatua, não consegui reagir nem falar nada, quando a ficha caiu me já o toque de entrada tinha sido dado e eu apenas fechei me na casa de banho a chorar, sem perceber bem, se tinha sido pelo tapa que levei, se pelo que lhe disse ou pelo que  ela me disse.

Sinto a porta da casa de banho ser aberta e logo tratei de enxugar as lágrimas, até ver que era o Miguel.

Miguel- O que se passa, porque estás a chorar, alguém te fez mal.

Eu não falei nada, quando ele se aproximou, apenas tratei de o abraçar e relaxar quando senti os seus braços em volta do meu corpo, não quis pensar nas consequências deste ato apenas precisava disso.

Miguel- Calma, tudo vai ficar bem, tem calma.

Miguel

Eu não conseguia parar de pensar no nosso beijo, e hoje acordei ansioso para o ver, precisava de falar com ele, tentar perceber a sua reação, mas quando cheguei na escola como era hábito não vi nem ele nem a sua amiga a chegarem juntos, até ver ela a entrar sozinha toda irritada.

Tentei parar ela para perguntar pelo Pedro.

Miguel- Bom dia Manuela, o Pedro onde ele está.

Manuela- Deve de estar no inferno, deixa me em paz.

Logo percebi que algo tinha acontecido, esperei junto a nossa sala no final do corredor para falar com ele, mas quando tocou o sinal ele não apareceu, apenas instantes depois onde se fechou na casa de banho.

Não sei importância ao professor que me chamava para entrar nem aos meus colegas e fui para a mesma casa de banho encontrando o a chorar, alguém o tinha magoado teria sido a Manuela pela sua reação se fosse ela iria se ver comigo ninguém pode ferir o meu príncipe.

Era estranho pensar nisso mas é verdade ele era o meu príncipe e por mim seria para sempre, não me importaria aquilo que me chamassem ou o que pudessem dizer sobre mim eu queria ficar com ele.

Quando ele me abraçou apertado só quis aperta-lo forte e proteger ele.

Ao contrário do que eu pensei que pudesse acontecer após ele se acalmar, ele apenas se afastou pediu desculpas lavou a cara e saiu meio envergonhado.

Eu fui atrás dele.

Miguel- Não vais me contar o que te aconteceu?

Pedro- Não importa, e desculpa molhei a tua camisola toda.

Miguel- Não importa ela pelo menos agora tem o teu cheiro.

Vi que ele ficou vermelho.

Miguel- Nós precisamos conversar.

Pedro- Eu sei, mas não agora, tenho que ir embora não me sinto bem e vou ver o meu pai.

Miguel- Eu vou contigo e assim falamos.

Pedro- Não me apetece falar.

Miguel- Então eu ficou calado, sem dizer nada.

Pedro

Percebi que ele não ia desistir de vir comigo, então aceitei e ele fez realmente o que pedi estava bem calado viajando no seu mundo enquanto eu viajava pelo meu, até chegarmos a porta da minha casa.

Pedro- Bem obrigado pela companhia, já cá estou e obrigado por teres respeitado o meu pedido.

Miguel- Eu sei que sou meio doido, mas acredita em mim eu gosto de ti.

Ele pega a minha mão e o nervosismo volta a mim, rapidamente a soltei.

Pedro- Vamos com calma.

Miguel- Por mim tudo bem, eu sei esperar por ti.

Apenas sorri e despedi me dele, vendo ele fazer o caminho inverso.

Entrei em casa, perguntando se ele estaria lá ou a trabalhar, eu agora tinha que voltar para casa, depois da briga com a Manuela, não fazia sentido continuar dormindo lá.

Jorge- Que fazes aqui?

Pedro- Bom dia, não devias de estar a trabalhar?

Jorge- Perdi o trabalho.

Pedro- E agora pai?

Jorge- E agora o quê? Até parece que te preocupas.

Vi que ele estava um pouco alterado, porém não caído de bêbado.

Pedro- Claro que me preocupo, o senhora Francisco disse que estavas doente por isso é que vim.

Jorge- Como vez estou bem, podes voltar para o buraco onde tu saíste.

Não sei porque resolvi agir, tocar em certos assuntos que já sabia que iam levar ao meu sofrimento, porém precisava da confirmação.

Pedro- Tu nunca gostaste de mim pois não pai?

Jorge- Que conversa de viado é essa?

Qual gostar qual que.

Pedro- O único viado é o teu amigo que tentou machucar me e tu não fizeste nada.

Jorge- O único que se machucou foi ele, e tens sorte que ele não apresentou queixa.

Pedro- Sorte têm vocês que eu não o fiz, que tipo de pai és tu que deixa o filho quase ser estrupado.

Jorge- É melhor ires embora e não me foderes os cornos caralho.

Pedro- A verdade dói não dói.

Jorge- Mas qual verdade caralho queres saber a verdade, é a verdade é que tu és um inútil não prestas para nada, não serves para nada és igual a puta da tua mãe.

Miguel

Eu caminhava de volta a escola e passei pelo local onde havia encontrado o Pedro tantos dias antes a noite, assustado, desorientado e com medo de ir para casa, não sei porque, mas senti que precisava de voltar e ir ver ele, esperar por ele e assim o fiz em passo mais acelerado, parecia escutar uma voz na minha cabeça a dizer para eu correr mais rápido.

Pedro

Eu sentia a conversa a desandar, talvez devesse mesmo ir embora.

Mas ele colocou que a frente do porta, antes que chegasse até ela.

Jorge- Onde pensas que vais agora vais escutar as verdades que tanto falas não gosto de ti, não, sinto nojo de ti só existes porque a tua mãe queria muito um filho.

Pedro- Queria tanto que me abandonou.
Ele começou a rir e achei deveras assustador.

Jorge- A tua mãe quis te levar, mas eu é que não deixei se ia se embora tinha que ficar alguma puta a cuidar da casa no lugar dela, ela levou me a minha filha não podia ganhar tudo.

Pedro- Tu és horrível, devias de me ter deixado ir, a onde ela está.

Jorge- Ela está a sete palmos de terra com a tua irmã, tu é que devias de ter morrido não a minha princesa a minha filhinha, a tua mãe não suportou perder tudo então se matou após a tua irmã morrer.

Eu não sei o que me deu, estava com tanta raiva dentro de mim não pelas coisas horríveis, mas pela forma que ele falou de tudo a minha família estava morta não podia ser verdade.

Joguei me a ele a porrada, mas ele mesmo alcoolizado era bem forte.

Só senti o empurrão dele me jogar ao chão e ele começar a pontapear me enquanto dizia que me odiava, que eu era uma aberração da natureza que não merecia estar vivo, que nunca gostou de mim, eu tentava me proteger, principalmente o meu estômago e o meu rosto, sentia o quente do líquido a escorrer pelo meu rosto, eu sentia que ia morrer e na verdade dei por mim a desejar que a morte fosse bem rápida, pedia a Deus para acabar com tudo logo.

Comecei a escutar um som ao fundo, parecia ser alguém a bater e depois parecia algo a partir se, senti que mais ninguém me batia até ver meio embaçado o rosto do Miguel e eu perder os sentidos.

Miguel

Quanto mais eu corria em direção á casa dele, mais aquela voz ficava mais alta em mim a dizer para eu me despachar.

Quando chego junto a entrada escuto as vozes alteradas reconhecendo a do Pedro, mantive me alerta até escutar o grito dele e depois mais outros.

Comecei a bater na porta e a chamar por ele, mas nada apenas insultos de um outro homem que supus ser o seu pai e os seus feitos, eu arrombei a porta com dois pontapés e entrei encontrando o Pedro caído no chão todo enrolado enquanto o seu pai lhe dava diversos pontapés eu joguei me no homem e o derrubei no chão caindo sobre ele comecei a deferir lhe diversos socos no rosto até o mesmo ficar inconsciente.

Cheguei perto do Pedro ele tinha a cabeça partida, a sair sangue um dos seus olhos estava cheio de vermelho por dentro ele olhou para mim e percebi que nada respondia liguei do meu celular para emergência que me deram as indicações do que fazer e pedi para chamarem a polícia.

Eu tentei estancar o sangue da sua cabeça até a chegada dos paramédicos.

Miguel- Por favor Pedro não podes morrer, tu tens que ficar bem eu preciso de ti, eu preciso de te dizer que te amo, como nunca amei ninguém.



Então o que acharam do capítulo?

O porquê da Manuela ter reagido daquela forma?

E o Miguel irá realmente lutar pelo amor que sente pelo Pedro?

E o pai de Pedro, que cena foi essa, meu Deus.

O que acontecerá agora com Pedro?

Não deixem de comentar e favoritar é de graça e motiva nos bastante.

E sigam me para ficarem sempre por dentro das novidades.

Amanhã tem mais 😘

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