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O Executor se aproxima e beija a bochecha da Duquesa, ignorando Hazel que está entre eles.

"Eu ia mandar esses homens para a cidade" diz ele, "mas depois ouvi vozes e pensei que eu deveria ver como você estava."

"Estou tão feliz por você, querido. Lembre-se da minha antiga Substituta, 197. Voltou para resgatar sua irmã."

"Assim como você suspeitava" diz o Executor. Seu olhar pousa em Garnet. "O que ele está fazendo aqui?"

"Ele está com eles" responde a Duquesa. "Sempre a mesma grande decepção."

O Executor delineia a mandíbula da Duquesa com um dedo.

"Você merece melhor" diz ele.

Eles nem olham para nós.

A arma de Garnet não é nada comparada a todos aqueles rifles. Como a espada de Ash.

"Então" diz a Duquesa, dirigindo-se a mim, "quanto tempo você trabalhou com o castrado?"

Meu cérebro trabalha a toda velocidade, furioso, tentando pensar em uma solução para nos tirar dessa situação. O melhor que posso fazer é mantê-la falando enquanto penso em um plano.

"Ele tinha um nome" eu digo.

"Estou ciente do nome de Lucien, só não..."

"Tinha nome e não era Lucien. Você entende por que tudo isso está acontecendo?" Eu assino a janela através da qual você pode ver o pôr do sol de uma cor queimado. "Você pode imaginar o que você fez para as pessoas desta cidade? Para a ilha?"

O sorriso da Duquesa é gélico.

"Você é uma menina boba. Esta ilha não seria nada sem nós. Nós a fizemos grande. Nós criamos algo onde antes não havia nada."

"Não é como se ão houvesse nada" respondo. "Havia pessoas aqui e seus antepassados dos quais você é tão orgulhosa, eles assassinaram todas elas. Ou pelo menos, eles pensaram que tinham feito."

A Duquesa fica tensa e o Executor parece confuso.

"Do que está falando? " Diz a Duquesa.

É a minha vez de sorrir.

"O que você acha que Lucien estava fazendo na biblioteca? Alcançando a história da realeza? São incríveis. Eles não mudaram nada. Eles tomam o que quer que seja que eles queiram. Eles realmente achavam que haviam matado todas as Paladinas?"

"Tudo o que?" Carnelian pergunta, mas ninguém responde.

"Como você sabe disso?" A Duquesa assobia.

"Porque eu sou uma delas" eu digo. "Quem você acha que derrubou esse muro? Você não tem ideia do que eu sou capaz"

"Tente, então" a Duquesa puxa com mais força a cabeça de Hazel e ela grita de dor. "A única coisa que eu vi sobre você até agora é um pouco de vento. Teste sua força. Me mate agora, se você puder."

Eu penso nisso. Eu penso no teto caindo em sua cabeça, o ar quebrando seu pescoço, afogando-o na água que eu posso sentir perto, no jardim do lado de fora.

Mas eu não sou a Duquesa. Eu não resolvo meus problemas do jeito que ela faz, com violência e sangue.

"Eu poderia" eu digo com cuidado " mas eu não vou."

A Duquesa ri, uma gargalhada alta e estrondosa.

"Eu poderia, mas não vou" diz ela, imitando-me. "Isso é profundo."

O Executor se junta. Cora está pálida. Dá um passo adiante.

"Você prometeu que iria matá-la! " Ela grita.

A Chave Negra (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora