- Tia Jennie, tia Jennie, faz o meu! - Courtney pulava para cima e para baixo, abanando uma folha branca na frente do meu rosto.
- Você é a próxima - falei. - Deixe eu terminar o do Kevin. - Examinei o rosto gordinho do outro lado da mesa de desenho, tão angelical, mas com um brilho demoníaco nos olhos. A boca não estava certa, o lábio superior ficou torto.
- Tia Jennie, tia Jennie.
Judy colocou a mão no meu ombro.
- Está formando uma fila.
Olhei de lado para Courtney, depois atrás dela, onde havia um monte de crianças pegando folhas brancas de papel, tão rápido quanto a sra. Ruiz conseguia rasgá-las do bloco.
- Está muito bom, Jennie - Judy disse, observando meu desenho. - Não sabia que você era uma artista.
- Nem eu - admiti.
- 'Xa' ver. - Kevin puxou a folha, que estava debaixo da ponta do meu lápis, e segurou em frente ao rosto. Abaixou. Os olhos dele ficaram grandes como um par de waffles. - Ah, legal! - Ele gritou.
Isso me fez rir. Fez Judy rir também.
- Próxima vítima - chamei.
[...]
Mamãe estava no porão, passando roupas, quando flutuei pelas escadas abaixo. Levantei Hannah da cadeira de bebê e brinquei com ela no ar. Ela soltou gritinhos. Mamãe franziu o cenho para mim. Uh-oh.
- Olhe isto - ela rosnou, esticando uma das camisetas pretas da Seulgi. DANTE estava inscrito como um brasão entre línguas de fogo. Nas costas, lia-se:
Não existe luz, senão do céu sereno e imperturbável. O resto são trevas ou sombra da carne, ou seu veneno.
(Paraíso)Mamãe perguntou:
- O que isso quer dizer?
- Não faço a menor ideia - falei.
- É obsceno. - Ela fez uma bolinha com a camiseta e jogou-a no lixo. - Queria que você conversasse com ela, Jennie. Diga como fica ridícula.
Arranque-a de uma vez dessa onda gótica. Isso não é normal.
- Não posso. Nós não habitamos o mesmo planeta.
Mamãe balançou a cabeça.
- Não consigo nem imaginar o que as pessoas pensam dela. Não fazem pouco dela na escola?
- Na verdade, não. - Porque temos aquelas políticas antibullying que nutrem a paz e o amor em nossos corações.
Mamãe prosseguiu:
- Ela parece uma personagem de filme B com toda aquela maquiagem e aquelas roupas.
Bufei um pouco.
- Não, não parece. Ela só está se expressando. Este é um país livre. - Não me pergunte por que eu estava defendendo Seulgi.
- O Jin fica constrangido até de levá-la para visitar os avós. Ele acha que o pai dele vai ter um derrame se vir a Seulgi entrando em casa parecendo a morte encarnada.
Já estava na hora de mudar de assunto.
- Posso jogar meu maiô na secadora? - Acomodei Hannah na cadeirinha e retirei dois maiôs pegajosos da mochila, com a toalha encharcada que os envolvia. Lancei tudo na máquina, depois levantei a cadeira de bebê e levei-a para o meu quarto.
Mamãe apareceu alguns minutos depois. Ela pousou uma pilha de roupas limpas ao lado da minha cama e falou:
- Tomei a liberdade de responder ao convite para o jantar com o governador.
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Nosso segredo •Jenlisa•
Novela Juvenil[Concluída] Com o namorado dos sonhos, o cargo de Presidente do Conselho Estudantil e a chance de ir para uma Universidade de Ivy League, a vida não poderia estar mais perfeita para Jennie Kim. Ao menos, é o que parece. Até que Lalisa Manoban chega...