cαρıтυłσ 13

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- Tia Jennie, tia Jennie, faz o meu! - Courtney pulava para cima e para baixo, abanando uma folha branca na frente do meu rosto.

- Você é a próxima - falei. - Deixe eu terminar o do Kevin. - Examinei o rosto gordinho do outro lado da mesa de desenho, tão angelical, mas com um brilho demoníaco nos olhos. A boca não estava certa, o lábio superior ficou torto.

- Tia Jennie, tia Jennie.

Judy colocou a mão no meu ombro.

- Está formando uma fila.

Olhei de lado para Courtney, depois atrás dela, onde havia um monte de crianças pegando folhas brancas de papel, tão rápido quanto a sra. Ruiz conseguia rasgá-las do bloco.

- Está muito bom, Jennie - Judy disse, observando meu desenho. - Não sabia que você era uma artista.

- Nem eu - admiti.

- 'Xa' ver. - Kevin puxou a folha, que estava debaixo da ponta do meu lápis, e segurou em frente ao rosto. Abaixou. Os olhos dele ficaram grandes como um par de waffles. - Ah, legal! - Ele gritou.

Isso me fez rir. Fez Judy rir também.

- Próxima vítima - chamei.

[...]

Mamãe estava no porão, passando roupas, quando flutuei pelas escadas abaixo. Levantei Hannah da cadeira de bebê e brinquei com ela no ar. Ela soltou gritinhos. Mamãe franziu o cenho para mim. Uh-oh.

- Olhe isto - ela rosnou, esticando uma das camisetas pretas da Seulgi. DANTE estava inscrito como um brasão entre línguas de fogo. Nas costas, lia-se:

Não existe luz, senão do céu sereno e imperturbável. O resto são trevas ou sombra da carne, ou seu veneno.
(Paraíso)

Mamãe perguntou:

- O que isso quer dizer?

- Não faço a menor ideia - falei.

- É obsceno. - Ela fez uma bolinha com a camiseta e jogou-a no lixo. - Queria que você conversasse com ela, Jennie. Diga como fica ridícula.

Arranque-a de uma vez dessa onda gótica. Isso não é normal.

- Não posso. Nós não habitamos o mesmo planeta.

Mamãe balançou a cabeça.

- Não consigo nem imaginar o que as pessoas pensam dela. Não fazem pouco dela na escola?

- Na verdade, não. - Porque temos aquelas políticas antibullying que nutrem a paz e o amor em nossos corações.

Mamãe prosseguiu:

- Ela parece uma personagem de filme B com toda aquela maquiagem e aquelas roupas.

Bufei um pouco.

- Não, não parece. Ela só está se expressando. Este é um país livre. - Não me pergunte por que eu estava defendendo Seulgi.

- O Jin fica constrangido até de levá-la para visitar os avós. Ele acha que o pai dele vai ter um derrame se vir a Seulgi entrando em casa parecendo a morte encarnada.

Já estava na hora de mudar de assunto.

- Posso jogar meu maiô na secadora? - Acomodei Hannah na cadeirinha e retirei dois maiôs pegajosos da mochila, com a toalha encharcada que os envolvia. Lancei tudo na máquina, depois levantei a cadeira de bebê e levei-a para o meu quarto.

Mamãe apareceu alguns minutos depois. Ela pousou uma pilha de roupas limpas ao lado da minha cama e falou:

- Tomei a liberdade de responder ao convite para o jantar com o governador.

Nosso segredo •Jenlisa•Onde histórias criam vida. Descubra agora