A promessa cumprida

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Ele a trouxe na sua nuvem voadora e a carregou no colo até dentro de casa, colocando-a suavemente no chão do quarto como se ela pesasse nada. Ficaram os dois em pé, um diante do outro se encarando por um tempo, inseguros e mudos, quando, de repente, caíram na risada por não saber exatamente o que fazer ou dizer. Ele a encarou, virando um pouco a cabeça e então perguntou:

- O que vamos fazer agora? – ela enrubesceu, mas percebeu que a pergunta não era exatamente retórica e então perguntou:

- Você agora sabe o que é uma esposa?

Ele aquiesceu envergonhado e disse:

- Já sei que não tem a ver com comida...

- E sabe agora o que... pessoas casadas fazem?

- Ah, sim. Sei. – ele disse, casualmente – mestre Kame nos fazia ler livros sobre tudo...inclusive sobre isso, mas confesso que eu não me interessava tanto quanto Kuririn... e quando eu te pedi em casamento ele me explicou que aquele negócio de sexo fazia parte de um casamento... e me recomendou que fosse gentil com você essa noite... mas a verdade é que eu não sei bem por onde começar e... – ele apontou o próprio pescoço – eu não faço a mínima ideia de como tirar essa gravata.

Ela riu e o ajudou a tirar a gravata. Ele continuou a tirar as roupas quando percebeu que ela estava parada, estática e um pouco chocada com a desinibição dele. Ele perguntou então:

- Você vai se deitar de vestido?

Ela se levantou abruptamente e disse que havia uma camisola preparada para ela no banheiro. Trancou-se por dentro, um pouco apavorada. A verdade é que estava aterrorizada com a ideia de perder a virgindade porque não tinha intimidade alguma com ele. Tirando o rápido beijo que deram no fim da cerimônia, todo contato que haviam tido antes de casar havia sido muito respeitoso e assexuado. Ficou uma eternidade se olhando, uma bela e esguia jovem de cabelos negros compridos e pele muito branca, apavorada dentro de uma longa camisola azul. Levou um susto e deu um pulo quando ele bateu à porta e perguntou:

- Chichi, tá tudo bem contigo?

- E-eu...

- Eu sei que parece estranho, mas eu acho que nossa casa não tem outro banheiro e eu preciso fazer xixi!

Ela teve que rir e saiu, para ver Goku usando apenas uma cueca boxer branca, inquieto e com cara de pânico. Ele disparou para dentro do banheiro e ela virou-se envergonhada porque ele não fechou a porta. Sentou-se na beira do futton e ficou segurando as próprias mãos, como uma expressão francamente apavorada, ouvindo ele se aliviando e depois lavando as mãos enquanto cantarolava baixinho. Ele percebeu sua expressão assim que saiu do banheiro e franziu as sobrancelhas em dúvida, coçando a cabeça, intrigado. A pergunta que ele fez foi totalmente inesperada:

- Chichi... você se arrependeu de se casar comigo?

Ela arregalou os olhos e disse que não, de jeito algum e ele se aproximou cautelosamente antes de perguntar:.

- Então por que você me olha como se eu fosse fazer alguma maldade com você?

Ela sentiu-se desconcertada com a preocupação dele e disse num turbilhão tudo que pensava: que sabia que eles deveriam consumar o casamento mas ela não se sentia preparada, que estava com medo, porque, afinal, apesar de se conhecerem desde crianças, haviam convivido muito pouco, e que ela estava realmente apavorada por não saber exatamente o que ele esperava dela, que não sabia como agir e que realmente tinha medo, não dele, mas de não ser amada por ele . Ele a observou por um instante perplexo então soltou uma das suas melhores e mais espontâneas gargalhadas. Ela sentiu uma pontinha de raiva, mas o que ele disse a seguir a desarmou completamente:

- Se é esse o seu problema, ele não existe, porque eu não sei também o que fazer. Então, se estamos os dois perdidos, pelo menos estamos perdidos juntos, não?

Ela não conseguiu deixar de rir e e ele disse, para acalmá-la:

- Por que a gente não se deita e conversa um pouco?

Ela achou a ideia boa e os dois se deitaram, ocupando exatamente os lados da cama que usariam por toda sua vida de casados; ele à direita, ela à esquerda. Ele apagou a luz e a cobriu gentilmente e ficou olhando para ela, no escuro, os olhos pretos brilhando, francos e gentis, encarando os dela.

- Sabe, Chichi, você é a garota mais corajosa que eu conheci na vida – ele disse, e ela sentiu um rubor leve no rosto – quando eu te vi no torneio pensei "Puxa, Goku, que garota corajosa, ela não tem medo de nenhum homem!". Depois, quando o castelo do seu pai começou a pegar fogo você não sentou chorando e pediu que eu te salvasse, você foi atrás de uma solução comigo.

- Mas eu tive medo!

- É claro que teve! Eu também tive! Ser corajoso não é sobre não ter medo, mas sobre enfrentar o medo. Aprendi isso quando derrotei o Tao Pai Pai! - ele prosseguiu – Hoje cedo, quando te vi vestida de noiva, tão confiante, vi a sorte que eu tive e comecei a me sentir um idiota quando pensei em nós dois tão pequenos e eu fazendo todas aquelas grosserias pra você.

- Eu também não era nenhuma dama quando tinha onze anos – ele riu e ela disse – mas eu passei todos esses anos pensando em você e fiquei com muita raiva quando você sumiu. Durante o torneio, a Bulma me contou como você enfrentou e derrotou um exército inteiro, enfrentou monstros e salvou o mundo daquele horrível Piccolo Daimaoh...e quando soube de tudo isso eu até esqueci a raiva que senti quando você foi embora e passou anos sumido, afinal, você estava realmente fazendo coisas muito importantes. Você me considera corajosa, mas, na verdade, você que é, com certeza, o homem mais corajoso do mundo.

Ele corou e ela sorriu, encorajando-o a acariciar seu rosto. Depois de um tempo ele finalmente disse:

- Mesmo assim, agora estou cheio de medo... medo de te machucar. Você é corajosa e forte, mas parece delicada como uma flor.

Ela sentiu-se tão feliz ao ouvir essas palavras que aproximou seu rosto dele e deu um beijo de leve em sua boca. Ele sorriu e retribuiu com outro beijo, então, passou o braço por cima dela e a puxou para si, sorrindo quando seus lábios se encontraram novamente, dessa vez mais íntimos, num beijo que foi naturalmente se aprofundando. Ficaram assim, como adolescentes que eram, num amasso longo e doce, corpos abraçados e línguas se tocando numa sintonia imediata. De repente ele estremeceu de leve e abriu os olhos.

- Ufa... isso é bom.

- É – ela disse, rindo.

- Eu nunca tinha beijado ninguém. Se eu soubesse que era tão bom, Chichi, tinha te beijado antes... bem, não talvez quando te conheci. Naquela época acho que eu ia achar nojento. – Ela riu e disse:

- E eu duvido que eu conseguisse beijar você. Eu morria de vergonha!– Ele afastou mecha de cabelo do rosto dela e pareceu ele mesmo envergonhado quando disse

– Mas... eu não esperava que isso acontecesse – puxou as cobertas e mostrou o volume do seu pênis endurecido sob o tecido da cueca, fazendo Chichi cobrir o rosto, envergonhada.

- Chichi – ele perguntou apreensivo – eu fiz alguma coisa errada?

- Não! – ela disse, com as mãos ainda cobrindo o rosto muito vermelho – eu só acho que ainda não estou preparada para isso...

- Uh... Oh... - ele disse, sem jeito, ficando vermelho da mesma forma- tudo bem... a gente pára. Mas por favor, não fique com medo de mim.

- Eu não estou com medo – ela sorriu – mas vamos dormir...

- Está bem – ele disse, sem um pingo de frustração na voz – da forma que você preferir.

Ele deu um beijo de leve na ponta de seu nariz e fechou os olhos, pegando no sono quase imediatamente. Chichi ainda ficou um bom tempo acordada, sentindo o corpo firme e musculoso dele ao seu lado, um pouco arrependida de ter parecido tão apavorada, imaginando como seria... o que estava debaixo da cueca. Podia não estar familiarizada com a intimidade, mas tinha curiosidade e devia admitir que sentia-se excitada demais para simplesmente fechar os olhos e apagar, como Goku. Acabou aconchegando-se ao rapaz, que passou o braço sobre o corpo dela mesmo adormecido, o que terminou fazendo com que ela relaxasse e também dormisse.

O FuttonWhere stories live. Discover now