Medo

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Chichi puxou o travesseiro que ele usara tanto tempo e o abraçou, procurando sentir o cheiro que ainda restava dos cabelos dele, mas o travesseiro estava frio e o cheiro dele já quase não era perceptível. Um vento frio entrou pela janela, e ela pensou nos três anos que sucederam aquela noite em que ela pediu que ele não morresse.

O futton, obviamente, não testemunhara apenas uma infindade de noites de sexo, na verdade, em épocas como a que Goku treinara com Gohan e Piccolo para a tal suposta luta contra os androides, não foram poucas as noites em que eles apenas se aconchegaram um ao outro e adormeceram imediatamente, devido ao cansaço da rotina de ambos. Em outras noites,ficavam conversando, na maioria das vezes sobre Gohan, cada um relatando ao outro o progresso que o filho fazia na área em que tomava conta. Pouco importava a ela se Gohan aumentara seu ki e a ele se ele resolvera uma equação muito difícil. O importante é que os dois tinham muito orgulho do seu filho.

Numa noite, ele perguntou:

- E se tivéssemos outro filho?

O coração dela deu um salto dentro do peito. Ela precisava admitir que, conforme Gohan crescia, ela pensava muito em ter outro bebê, mas nunca tivera coragem de falar sobre isso. Ela o encarou e disse:

- Por que você pensou nisso agora?

- Não sei. Deve ser porque Gohan está crescendo e eu sinto falta do tempo que não tive com ele. E imagino que você também deve sentir. Se derrotarmos os androides, não vamos precisar nos preocupar tanto com o futuro. E pode ser que tenhamos uma menina! Ia ser linda e inteligente como você. Ou um menino que você possa fazer estudar ainda mais do que Gohan. E você poderia chama-lo de Einstein, como queria batizar o Gohan.

- Não. Certamente não. A verdade é que esse nome é horrível – ela disse e ele riu. Ela continuou, vendo o espanto crescer em seu rosto enquanto falava – eu deixaria você treiná-lo desde cedo, como não deixei com Gohan. – ele a olhou, incrédulo. Ela prosseguiu – se você o tivesse treinado, talvez não tivesse acontecido aquela tragédia e ele não teria sido levado pelo Piccolo.

- Não podemos mudar o passado – ele disse, depois de refletir um pouco, depositando um beijo suave no rosto dela – não somos o Trunks.

- Tunks? O rapaz que avisou sobre os androide? Mas... por que ele mudaria o passado?

Goku engoliu em seco e acabou por contar a história completa de quem era Trunks e porque ele era um supersayajin. Quando terminou, os olhos de Chichi estavam arregalados e ela o fitava, incrédula.

- Então... Trunks é filho do... Vegeta? Aquele Vegeta que... quase te matou? Ele e a... Bulma? Mas o que diabos aconteceu com o Yamcha? Sempre achei que eles iam casar!

Goku deu de ombros. Ela continuou encarando-o, muda. Só vira o tal Vegeta uma vez, um sujeito extremamente antipático, mais oposto a Yamcha impossível. Ele estava na corporação capsula parado e sério, numa das ocasiões em que haviam reunido as esferas do dragão, Bulma mandara busca-la porque tentariam reviver Goku e Kuririn e eles acabaram descobrindo que Goku estava vivo. O tal Vegeta ficara ao longe, de cara amarrada, sem falar com ninguém até ficar furioso e partir numa nave. Ela sequer imaginava porque ele havia partido. Pensar na Bulma tendo um filho com o sujeito parecia estranho demais para ser verdade.

- Acho que, no final, eu vou acabar devendo minha vida ao Trunks... ele trouxe aquele remédio que parece que vai me salvar da tal doença que eu ainda não tenho... então, que bom que Bulma teve ou vai ter um filho com o Vegeta.

Ele a encarou sorrindo, mas ela acabara de se lembrar do tal remédio, esperando dentro do armário da cozinha pelo dia em que "Goku se sentisse doente". Um arrepio percorreu sua espinha ao pensar nele doente. Perguntou se ele se sentia bem e ele a encarou com um estranhamento quase cômico. Ela disse que se sentia aflita com a ideia dele doente, com uma doença grave, mas ele disse, para tranquilizá-la:

O FuttonWhere stories live. Discover now